62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
CORRELAÇÕES FENOTÍPICAS, GENOTÍPICAS E DE AMBIENTE EM CLONES DE BATATA-DOCE (Ipomoea batatas (L.) Lam.), RIO LARGO - ALAGOAS.
Lucas da Silva Santos 1
José Pedro da Silva 1
Lucas dos Santos Medeiros 1
Jorge Luiz Xavier Lins Cunha 1
Jair Tenório Cavalcante 1
Paulo Vanderlei Ferreira 1
1. Universidade Federal de Alagoas
INTRODUÇÃO:

A batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.), é uma das mais importantes hortaliças no Brasil por ser uma excelente fonte de carboidratos e razoável de vitaminas A e C, é de grande importância social. A planta é rústica, de ampla adaptação, alta tolerância à seca e fácil cultivo. Apresenta custo de produção relativamente baixo, com investimentos mínimos, e de retornos elevados. O desenvolvimento de cultivares para as mais diversas condições ambientais é conseguido por meio de pesquisas em melhoramento genético de plantas. Contudo, para aumentar as chances de êxito do programa de melhoramento genético, bem como possibilitar reduções de tempo, custo e esforços despendidos, o fitomelhorista pode fazer uso de correlações entre caracteres. O estudo de correlações entre caracteres de importância agronômica têm sido usado em trabalhos de melhoramento por servir como base para os melhoristas decidirem sobre o material que deve ser selecionado ou descartado. O presente trabalho teve como objetivo avaliar clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, através de análise de variância, comparações das médias e correlações genotípicas, fenotípicas e de ambiente, nas condições de clima e solo de Rio Largo-AL.

METODOLOGIA:

O experimento foi realizado no Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas, localizado no Campus Delza Gitaí, BR 104 Norte, km 85, Rio Largo - Alagoas, no ano de 1999. Foram utilizados 14 clones de batata-doce obtidos no setor de Melhoramento Genético de Plantas do CECA/UFAL, apartir de sementes botânicas de populações de polinização livre, em novembro/97, são eles: CL - 01, CL - 02, CL - 03, CL - 04, CL - 05, CL - 06, CL - 07, CL - 08, CL - 09, CL - 10, CL - 11, CL - 12, CL - 13, CL - 14. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com 14 tratamentos e quatro repetições. As parcelas foram constituídas por três leiras de 6,0 m de comprimento x 0,3 m de altura cada, com 15 plantas por leira, utilizando-se o espaçamento de 0,80 m x 0,40 m, considerando-se como área útil à fileira central, avaliando-se sete plantas alternadas, a partir da segunda. A partir dos 90 dias após o plantio e até a colheita das raízes tuberosas foram quinzenalmente observados os danos causados pela ocorrência de pragas e doenças, anotando-se a percentagem de danos, para avaliação do grau de resistência dos referidos clones.  Aos 130 dias após o plantio, foi efetuada a colheita das raízes tuberosas. As variáveis analisadas foram: Produtividade de Raízes Comerciais (PRC), Diâmetro Médio da Raiz (DMR), Comprimento da Raiz (CR), Número de Raízes Comerciais por Planta (NRC), Produtividade de Raízes não Comerciais (PRNC), Peso da Parte Aérea da Planta (PPA), Resistência à Broca do Coleto (RBC) e Resistência à Ferrugem Branca (RFB).

RESULTADOS:

Com relação à variável PRC, o clone 13 apresentou a maior média em produtividade de raízes comerciais e diferiu dos clones 02, 04, 05, 07, 08, 10 e 11. Quanto à variável CR, o clone 01 apresentou a maior média de comprimento e diferiu dos clones 03, 04, 06, 07, 08, 13, e 14 que apresentaram os menores valores. Para a variável DMR, o clone 13 apresentou o maior diâmetro de raiz diferindo estatisticamente de todos os demais. Com relação à variável PPA, o clone 02 apresentou o maior peso da parte aérea, diferindo estatisticamente dos clones 03, 04, 05, 06, 07, 08 e 10. Quanto à variável NRC, o clone 14 apresentou o maior número de raízes comerciais e diferiu estatisticamente apenas dos clones 05 e 07 que apresentaram, em média, 1,43 unidades. Com relação à variável PRNC, o clone 11 apresentou a maior produtividade de raízes não comerciais, o que é indesejável, e diferiu estatisticamente dos clones 01, 03, 04, 05, 06, 07, 10, 12 e 13. Para a variável RBC, o clone 13 apresentou o menor percentual de plantas atacadas pela broca do coleto, sendo classificado como moderadamente resistente (MR), e diferiu estatisticamente dos clones 03, 04, 06, 07, 08, 11 e 12, que apresentaram os maiores percentuais de ataque desta praga. Quanto à variável RFB, os clones 03 e 04 apresentaram os maiores percentuais de sintomas da ferrugem branca, sendo classificados como moderadamente suscetíveis e diferiram estatisticamente dos demais clones, os que apresentaram um percentual de sintoma da referida doença em torno de 1%, foram classificados como resistentes.

CONCLUSÃO:

Existem materiais genéticos distintos e com potenciais para o cultivo na região, pois, aproximadamente 80% dos clones avaliados superam o rendimento médio de raízes comerciais de batata-doce do Estado de Alagoas. Os clones 13, 14, 03, 09 e 06 expressaram os melhores desempenhos, contudo o clone 13 apresentou o melhor desempenho. Houve uma maior contribuição dos fatores genéticos nas correlações entre as variáveis analisadas. O rendimento de raízes comerciais de batata-doce correlacionou-se positivamente tanto pelo diâmetro médio da raiz como pelo número de raízes comerciais. A variável peso da parte aérea não é eficiente na seleção dos clones mais produtivos.

Palavras-chave: Resistência , Melhoramento, Peso de parte aérea.