62ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 5. Engenharia de Minas
ESTUDO DAS ANÁLISES MINERALOGICA E GRANULOMETRICA DO BENEFICIAMENTO DA MICA MOSCOVITA DO ESTADO DA PARAÍBA VISANDO APLICAÇÕES INDUSTRIAIS.
Erik Ermano Pereira da Silva 1
Lina Patricia Gomes da Silva 2
Sérgio Santana Silva 3
Marcelo Marques de Fontes 4
Elbert Valdiviezo Viera 5
1. Universidade Federal de Campina Grande-UFCG
2. Universidade Federal de Campina Grande- UFCG
3. Universidade Federal de Campina Grande- UFCG
4. Universidade Estadual da Paraiba- UEPB
5. Universidade Federal de Campina Grande- UFCG
INTRODUÇÃO:

A mica é um mineral funcional com propriedades muito raras e exclusivas, que determinam sua funcionalidade de alto desempenho em diversas aplicações industriais como tintas, cosméticos, plásticos e similares. O mineral é constituído de silicatos hidratados de alumínio, potássio, sódio, ferro, magnésio, e ocasionalmente lítio, os quais apresentam diferenças nas composições químicas e propriedades físicas.   Dentre as micas, a moscovita é o mineral com maior número de usos na indústria.

No Brasil, principalmente na região Nordeste a mica moscovita é um dos minerais mais encontrados, podendo ocorrer em uma grande variedade de ambientes geológicos. A moscovita é identificada de forma lamelar, geralmente branca, com certa pureza química, dependendo da composição e apresentando um aspecto de purpurina no visual e no tato. 

A estrutura da mica moscovita é constituída por planos de tetraedros ligados, em duas dimensões, formando uma folha, sendo três dos quatro átomos de oxigênio dos tetraedros SiO4 compartilhados com os tetraedros vizinhos.

Este estudo objetivou o beneficiamento e analise granulométrica da mica moscovita do Estado da Paraíba visando aplicações na indústria e criando subsídios para potenciais aplicações comerciais da moscovita para fins nobres.

 

 

METODOLOGIA:

Inicialmente foi efetuada uma visita técnica às áreas de lavra de moscovita do Nordeste, no estado da Paraíba. A finalidade da visita foi coletar amostras de mica moscovita. O método utilizado para produção depende naturalmente das condições da ocorrência e do tipo de minério. A moscovita foi obtida, sob condições favoráveis, realizando-se uma lavra a céu aberto com uso de equipamentos convencionais.

 

A homogeneização e quarteamento de amostras foram feitos através do método de pilhas alongadas. A formação da pilha foi realizada distribuindo-se o material, á velocidade constate (com o auxilio de uma pá), ao longo da pilha, em um sentido e no sentido oposto. As amostras foram lavadas com água, para eliminar as impurezas e material fino. Após lavagem, o material foi transferido para bandejas e colocado na estufa á 80 ºC. Em seguida o material foi submetido á redução granulométrica com auxílio de peneiras e agitador eletrônico.

 

Os estudos de DRX foram efetuados com amostras de moscovita, cominuída a (- 0,074 mm). Foram realizadas com o intuito de caracterizar a mica e avaliar sua pureza. Para tanto, utilizou-se um difratômetro da marca Shimadzu XRD-6000, radiação de Cu-k2 e taxa de varredura de 0,02 segundos no intervalo de 50 a 600 (2θ).

 

RESULTADOS:

Os resultados mostraram que a fração retida do material em 2,36 mm foi de 83,5 % e a fração passante foi de 16,5 %. A fração retida em 0,5 mm foi de apenas 1,5 %. Por outro lado, a porcentagem cumulativa retida na peneira de 0,5 mm foi de 97,1 % e o passante foi de 2,9 %. Em termos quantitativos, o material na granulometria adequada para a indústria de cosméticos e similares é de - 0,5 mm, e seria muito pequeno visto que a maior proporção do material (97,1 %) encontra-se acima dessa granulometria.

 

Esse resultado permite verificar a necessidade de submeter a moscovita a etapas preliminares de cominuição almejando a obtenção de um produto a -0,5 mm. Com essa finalidade foram efetuados ensaios para obtenção dessa granulometria.

          Na difratometria de raios-X, os picos nas posições: 2θ = 8,48 o, 2θ = 18,96 o, 2θ = 26,85 o, são característicos da moscovita. A posição do pico próximo a 2θ = 8,48 o representa a localização do plano basal (001) típico da moscovita, segundo Evangelista e Delgado (2007, p.195 - 203). As análises por difratometria de raios X não apresentaram outras fases além da moscovita, revelando que, caso estejam presentes, suas proporções, com relação à fase majoritária, estão abaixo da capacidade de resolução do equipamento.
CONCLUSÃO:

De acordo com os resultados obtidos constatou-se que as diferentes granulometrias estão relacionadas a necessidade específica de cada aplicação e funcionalidade exigida. Os ensaios da análise granulométrica mostraram que a porcentagem cumulativa retido permitiu verificar a necessidade de submeter a amostra de moscovita a etapas preliminares de cominuição almejando a obtenção de um produto  requerido para a  indústria.

As análises por difratometria de raios X não apresentaram outras fases além da moscovita,apresentando uma boa qualidade para uso industrial.

Palavras-chave: GRANULOMÉTIA, BENEFICIAMENTO, MICA MOSCOVITA.