62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 3. Comunicação Visual
O FOTOJORNALISMO NO JORNAL A REPÚBLICA
Heloísa Amélia Lemos Apolônio 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte / UFRN
INTRODUÇÃO:

Apresentam-se resultados da pesquisa Cartografia do Fotojornalismo Potiguar, com o plano de trabalho O fotojornalismo no jornal A República, durante o período de abril a dezembro de 2009, em continuidade da pesquisa já iniciada em 2008. A mesma visa investigar as características do fotojornalismo no jornal A República, sendo realizada através da Cartografia Simbólica. Utilizamos as técnicas da pesquisa bibliográfica, da entrevistas com ex-funcionários e fotógrafos e da pesquisa documental, no acervo do Arquivo Público.

A pesquisa ocorreu nos arquivos do jornal A República, pelo fato do mesmo ter sido um periódico de bastante relevância em sua época, noticiando grandes acontecimentos do estado e sendo pioneiro ao incorporar em suas páginas, o Diário Oficial da União. Em uma época de grandes dificuldades e precariedades dos equipamentos, A República conseguiu acompanhar essa nova forma de jornalismo. Em meados da década de 1930 já se observa uma maior freqüência nas imagens desse modo de jornalismo impresso, onde as fotografias são também, em grande parte, de cunho publicitário. Com o passar das décadas, essa forma de fotografia jornalística acompanhou o desenvolvimento tecnológico, o que modernizou as formas de captura das imagens para os periódicos.

METODOLOGIA:

Investigamos o fotojornalismo no jornal A República, por meio da Cartografia Simbólica, tendo inicialmente, reuniões de estudo para a qualificação dos pesquisadores. Em um segundo momento, usamos como técnica a entrevista concedida por fotojornalistas, nas quais eles discorriam sobre suas atividades desempenhadas na época em que trabalharam no jornal. Nesse caso, houveram dificuldades, onde a mais constate foi conseguir contatar os fotojornalistas e encontrar a residência dos mesmos.

Após ser obtida a autorização de acesso no Arquivo Público Estadual ao periódico em estudo, iniciou-se assim a terceira etapa do trabalho, a pesquisa de campo. Isso fez com que transferíssemos para aquele campo empírico a nossa atenção para a coleta de dados. No início, por problemas de falta de equipamento, a pesquisa foi realizada com a presença do coordenador, pois a digitalização ocorria com o equipamento pessoal deste.

Após algumas tentativas necessitamos experimentar o uso de um equipamento mais leve e usamos uma câmera fotográfica amadora, patrimônio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Assim sendo, a pesquisa foi levada adiante. Apesar de existirem ainda grandes problemas, está sendo dada continuidade à pesquisa.

RESULTADOS:

Constatamos que nesse período, as fotografias apareciam em maiores quantidades, a maior parte delas eram repetitivas e tinham um cunho publicitário. Mas também existiam fotos de personalidades da época, tais quais: o ministro Souza Costa e o presidente Getúlio Vargas. As fotografias investigadas apresentam-se sem os créditos dos fotojornalistas, o que dificulta a identificação da autoria das fotos. Estas, ora apareciam em formatos retangulares, ora em formatos ovais e as imagens eram igualmente de celebridades e de motivos publicitários. Assim como Ana Maria Concentino, a fotojornalista Aldoríce Henriques pode ter sido uma das primeiras mulheres fotojornalistas do Estado.

CONCLUSÃO:

Após o período da pesquisa de campo, constatou-se tanto na entrevista concedida pelos fotojornalistas, quanto nas buscas realizadas no Arquivo Público, que os repórteres fotográficos daquela época não se preocupavam em conservar suas fotografias e nem os seus direitos autorais, o que termina por culminar na dúvida da legitimidade das fotos.

Outro ponto conclusivo dá-se com relação à preservação desse periódico que fez história no Rio Grande do Norte; Muitas das páginas do jornal A República estão em condições lastimáveis, algumas completamente deterioradas e com isso, alguns fatos importantes da história ficaram perdidos com o tempo. Os próprios funcionários do Arquivo Público admitem que muitas pessoas que tiveram acesso a esses jornais, não tinham o cuidado na hora de manusear e alguns inclusive, arrancavam páginas e levavam embora, o que enfatiza o problema da conservação dos mesmos.

Por fim, averiguou-se também, que até a década de 1930 a utilização de imagens nas páginas dos jornais da época eram muito caros, por isso a presença de fotografias no jornal A República, nesse período, era tão raro e inconstante.

Palavras-chave: A República, Fotografia, Fotocartografia.