62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES, SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA, VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL DE Samanea inopinata*
Joelma da Silva Santos 1
Aline Viana Rocha 1
Iracema Souza Pereira 1
Mateus Santos Brito 1
Daniela Deitos Fries 1
1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia / UESB
INTRODUÇÃO:

           A espécie Samanea inopinata, que ocorre na mata higrófila sul-baiana, pertence à família Fabaceae e é uma árvore de grande porte classificada como secundária inicial com crescimento rápido. Essa espécie é muito semelhante à S. tubulosa, porém, uma das principais características que as diferencia é o tamanho do fruto.

            A utilização de espécies nativas para a recuperação de áreas degradadas é uma boa opção, uma vez que não causa grande interferência no ambiente. Porém, a propagação de espécies florestais encontra sérias limitações em razão do pouco conhecimento que se dispõe sobre as suas características.

            A descrição morfológica de frutos e sementes, assim como, o tipo de germinação e a avaliação do desenvolvimento de plântulas são de grande importância por fornecer informações que podem ser utilizadas na produção de mudas. Além disso, a dormência de sementes é outro empecilho bastante significativo na família Fabaceae, originada, basicamente, pela impermeabilidade do tegumento à água.

            O objetivo desse trabalho foi caracterizar a biometria de frutos e sementes, os estágios iniciais de crescimento das plântulas e o melhor tratamento pré-germinativo para a S. inopinata.

 

 

METODOLOGIA:

           O experimento foi montado no Laboratório de Biologia e Botânica e em casa de vegetação da UESB, no Campus de Itapetinga - BA. Após a coleta, os frutos foram separados em dez lotes para as avaliações biométricas.

            Para avaliação da germinação, as sementes foram esterilizadas com hipoclorito de sódio, lavadas em água destilada e submetidas aos seguintes tratamentos: controle (somente água), imersão em ácido sulfúrico (H2SO4) por 15 minutos, imersão em água à temperatura ambiente por 24 horas e desponte (corte do tegumento na extremidade oposta à micrópila). Após os tratamentos, as sementes foram distribuídas em placas de Petry forradas com papel de germinação embebido em água destilada, mantidas em câmara de germinação úmida a uma temperatura de 30°C ± 2. A avaliação foi diária, por um período de trinta dias, considerando germinadas as sementes que desenvolveram radícula igual ou superior a 2 mm. Foram avaliados a porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação (IVG) e frequência de germinação.

            Para a avaliação do crescimento inicial as sementes submetidas ao pré-tratamento de desponte foram transplantadas para copos plásticos com areia após a emissão da radícula. Avaliações morfológicas foram feitas no dia do transplante (dia zero) e após 4, 7 e 15 dias.

RESULTADOS:

            Os frutos apresentaram em média 231 mm de comprimento (C), 267 mm de largura (L) e 118 mm de espessura (E) e as sementes 12,7 x 7,6 x 3,8 mm (C x L x E), caracterizando, portanto, a espécie S. inopinata. Evidenciando, dessa forma, a principal característica que diferencia essa espécie da S. tubulosa.

            As sementes de S. inopinata que sofreram desponte apresentaram maior porcentagem de germinação (78,75%), seguido pelos tratamentos de H2SO4, água à temperatura ambiente e controle. Embora, praticamente, não houve diferença no índice de germinação das sementes tratadas com ácido sulfúrico em relação às do controle ou imersão em água, o IVG foi muito superior nesse tratamento (8,8). Isso pode ser explicado pela frequência de germinação e tempo médio, onde se observou um maior número de sementes germinadas até o segundo dia do experimento.

            A germinação é do tipo epígea, com radícula principal pivotante e os cotilédones enverdeceram e permaneceram na plântula durante o início do desenvolvimento. Nos primeiros dias houve um desenvolvimento intenso da raiz e do hipocótilo, culminando posteriormente, no desenvolvimento do epicótilo das primeiras folhas.

CONCLUSÃO:

A espécie estudada apresenta frutos grandes, características de Samanea inopinata.

O melhor tratamento pré-germinativo para S. inopinata é o desponte, apresentando também, um dos menores períodos de germinação.

A germinação é epígea e os cotilédones permaneceram na plântula durante o início do desenvolvimento, participando da produção de fotoassimilados para a plântula.

Instituição de Fomento: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB
Palavras-chave: Samanea inopinata, Dormência, Biometria.