O mundo e a sociedade moderna encontram-se em processo contínuo de mudanças, passando por várias alterações estruturais que nos obrigam a reavaliar aquilo que estamos fazendo em educação. A sala de aula é movida por essas modificações e constitui um desafio para o professor ter que responder-las. Algumas questões de grande repercussão foram adotadas no currículo escolar como temas transversais. Tentando alinha o ensino formal com os temas transversais algumas metodologias são adotadas para que andem juntos valores sociais e conhecimentos disciplinares.  Para isso, são promovidos eventos e atividades esporádicas em sala de aula, porém, desconectadas com o resto da escola. Desta forma, surge à necessidade do trabalho com projetos. Trabalhar com projetos levará o professor ao desenvolvimento de novas posturas pedagógicas e novas concepções para o aluno. Além de objetivar um trabalho coletivo para superar a artificialidade da escola. Também induzirá o aluno a refletir criticamente o seu contexto social, expressando opiniões, desenvolvendo responsabilidades e fazendo escolhas, buscando, se necessário, transformar a sua realidade. Para isso, se faz necessário sensibilizar o professor para que invista nesta metodologia no enfrentamento aos desafios que se apresentam em sala de aula, a cada dia de trabalho (Hernández, 1998: 27).

O trabalho com projetos partiu das dificuldades observadas na Escola Ministro Marcos Freire do Município de Olinda, no ano de 2007 a 2008, com 12 professores do Ensino Fundamental I, que na sua maioria estava lidando com sala de aula pela primeira vez. Foi verificado que durante o ano letivo havia a necessidade de se estabelecer uma comunicação viva entre professores e escola. Enquanto se preparavam para atender as exigências legais propostos no currículo escolar, os professores identificaram alguns problemas locais, com os alunos, de ordem social, como: agressividade, depredação do patrimônio escolar, cuidados básicos de higiene e alimentação, entre outros, que interferiria diretamente na aprendizagem. Foi lançada, pela autora, a proposta do trabalho com projetos em paralelo com o ensino formal. Os professores foram orientados a relacionar os problemas pela ordem de prioridades e estabelecer a metodologia de projetos. Durante o ano letivo foi introduzido, a cada 02 meses, um novo projeto com prazo mínimo de duração contando com a participação organizada dos professores.

A relevância dessa metodologia tornou-se o condutor para uma nova postura, por parte dos professores e dos alunos. A formação do professor correspondeu a um conjunto de interações, intencionalidade de mudanças e inovações da própria escola. Para o aluno a satisfação e auto-estima presente na própria expressão. A metodologia de projeto além de ajudar o aluno a seguir sua própria trajetória, orientou na busca de conceitos, forneceu informações pertinentes e evitou situações em que ele pudesse sentir-se constrangido, incapaz e até abandonar a escola. Como conseqüências alguns dos projetos foram reconhecidos dentro e fora do município, recebendo títulos e premiações (a exemplo do projeto Alimentação Saudável - 1º lugar no XIV Ciência Jovem-2008 - categoria Iniciação à Pesquisa do Espaço Ciências e Nutri da NESTLE e o Projeto Educando com a horta escolar e comunitária, também  vencedor em 1º lugar na categoria Iniciação a Pesquisa do XV Ciência Jovem do Espaço Ciência- Ano 2009).  

A partir destas considerações podemos refletir que são grandes os desafios que o professor enfrenta, mas desenvolver práticas pedagógicas eficientes são os principais meios para o sucesso da aprendizagem. Formar para cidadania não é apenas uma função das exigências legais, pois existe uma exigência social que nem sempre depende das técnicas convencionais. Crianças e adolescentes chegam à escola, muitas vezes impregnados do mundo externo e se faz necessário uma comunicação eficaz com eles. Mostrar-lhe que a escola é espaço vivo e que acompanha seu mundo, sua linguagem, levando-os a entendê-lo melhor. A metodologia de projetos também coloca em foco a importância do trabalho colaborativo que favorece o trabalho em equipe e a responsabilidade do professor em está em reflexão permanente com a sua formação. Portanto, podemos considerar o que diz Freire (1996, p.43): "É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática."

Nesse sentido, a formação continuada do professor, também acontecer na sua prática em seu espaço de trabalho.