62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS DE UMA POPULAÇÃO DA ZONA RURAL DO NORDESTE DE MINAS GERAIS EM RELAÇÃO ÀS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO SEXUAL
Fábio Alexandre Ferreira Gusmão 1
Leomir Batista Neres 1
1. Pontíficia Universidade Católica de São Paulo - PUC - SP
INTRODUÇÃO:
As mudanças sócio-sexuais das últimas décadas têm mudado o perfil das doenças sexualmente transmissíveis (DST), transformando seu controle em um desafio para a saúde pública em todo o mundo. São importantes causas de morbidade, mortalidade e deficiências, e estão associadas a altos custos para os sistemas de saúde pública. No entanto, as DST podem ser evitadas. Entre as várias formas de prevenção, o uso do preservativo ganha cada vez mais importância e vem sendo apontado como um bom caminho não só para a redução das DST, mas também para a redução de gravidez indesejada. O objetivo deste trabalho foi o estudo de uma população da zona rural do nordeste de Minas Gerais, buscando determinar seus conhecimentos, atitudes e práticas em relação às DST e ao uso de preservativos.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada no distrito do Avaí do Jacinto, pertencente à zona rural do município de Jacinto, localizado no nordeste de Minas Gerais. No período entre março a junho de 2009. O estudo foi feito através de uma pesquisa quantitativa do tipo descritivo. Foi aplicado um questionário de 10 questões de múltipla escoha, e de forma anônima, representando as seguintes variáveis: 1º) gênero; 2º) religião; 3º) estado civil; 4º) escolaridade; 5º) opção sexual; 6º) já ouviu falar sobre DST; 7º) já contraiu alguma DST; 8º) já teve relação sexual; 9º) você usa camisinha ou pede a seu parceiro que use; 10º) você teve ou sua parceira teve uma gravidez indesejada. Os dados obtidos foram analisados e interpretados em um contexto quantitativo, expresso em símbolos numéricos.
RESULTADOS:
A população total desse estudo constituiu-se por 295 participantes, sendo 55,6% (164) mulheres e 44,4% (131) homens. Em relação ao conhecimento sobre DST, foi verificado que 90,2% (266) dos respondentes já tinham ouvido falar sobre DST e 8,8% (26) nunca ouviram falar sobre DST e 1% (3) não responderam. Observa-se que 97% (94) dos participantes que declararam possuir o ensino médio já tinham ouvido falar sobre DST, enquanto que 88,9% (143) ensino fundamental e 80,7% (29) analfabetos, nunca ouviram falar sobre DST. Em relação ao uso da camisinha, 58% (171) não usam, 20,7% (61) usam às vezes, 19% (56) usam e 2,4% (7) não responderam. Observas-se que 64,4% (107) das mulheres não usam camisinha e que 49% (64) dos homens não usam camisinha. Em relação à escolaridade, 25,7% (25) ensino médio, 17,3% (28) ensino fundamental e 8,3% (3) analfabetos responderam que usam camisinha. Em relação à gravidez indesejada, foi observado que, 76,6% (226) não tiveram gravidez indesejada, 20,3% (60) tiveram gravidez indesejada e 3,1% (9) não responderam. Dos que tiveram gravidez indesejada, 19,6% (19) cursaram o ensino médio, 22,2% (33) eram analfabetos e 20,4% (33) cursaram o ensino fundamental.
CONCLUSÃO:
Constatou-se a baixa prevalência do uso de preservativos, tanto entre os homens quanto nas mulheres, sendo que as mulheres tiveram um valor percentual superior ao dos homens. Foi observado um percentual maior de utilização da camisinha entre os participantes de maior escolaridade. A escolaridade foi um forte indicador de uso do preservativo à medida que ela foi aumentando. Aumentar a escolaridade, e conseqüente esclarecer a população sobre a importância da utilização da camisinha para prevenção das DST e da gravidez indesejada são os desafios da maior parte dos governos para a implantação de políticas públicas de saúde.
Instituição de Fomento: Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior - CAPES
Palavras-chave: Doenças Sexualmente Transmissíveis , Gravidez indesejada, Preservativos.