62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
ESTIMATIVA DA ÁREA FOLIAR DE ACEROLA (Malpiglia glabra L.) UTILIZANDO DIMENSÕES LINEARES
Lucas dos Santos Medeiros 1
Anderson Teixeira Tenório 1
Paulo Ricardo dos Santos 1
Kleiton Danilo da Silva Costa 1
Reinaldo de Alencar Paes 1
José Antonio da Silva Madalena 1
1. Universidade Federal de Alagoas-UFAL
INTRODUÇÃO:
As frutas e vegetais são responsáveis por 95% das fontes de ácido ascórbico da alimentação humana, sendo este ácido um dos mais importantes nutrientes encontrados nestes alimentos. A acerola destaca-se como uma fonte nutricional com elevado conteúdo de vitamina C. O teor de ácido ascórbico em acerola tem sido reportado por vários autores. Devido sua grande utilidade na alimentação e farmacêutica, dentre outras áreas do conhecimento, necessita-se de mais conhecimento para manejar essa espécie e para tanto, a quantidade de material contido na planta toda e em suas partes, ou seja, folhas, colmos, raízes e frutos e o tamanho do aparelho fotossintetizante, isto é, área foliar, devem ser conhecidos. Uma vez que área foliar é uma característica difícil de ser mensurada, pois requer equipamentos caros ou técnicas destrutivas, torna-se muito importante à determinação de uma equação que possa estimar a área foliar das plantas a partir de valores, que podem ser obtidos de forma não-destrutiva. Como os conhecimentos sobre acerola são incipientes, realizou-se este estudo para determinar uma equação que permita estimar a área foliar da acerola a partir de medidas de dimensões de comprimento e largura das folhas.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado no laboratório de Engenharia da Universidade Federal Rural do SemiÁrido (UFERSA), localizada nas coordenadas geográficas de 5º 11´ 31 "de latitude Sul e 37º 20´ 40" de longitude Oeste de Greenwich, com altitude média de 18 m. O método baseou-se nas dimensões comprimento (C) e largura (L) das folhas. O comprimento foi definido como a distância entre o ponto de inserção do pecíolo no limbo da folha e a extremidade oposta da folha e a largura como a maior dimensão perpendicular ao eixo do comprimento. A área foliar (AF) foi calculada como o produto das duas dimensões, comprimento (C) e largura (L), e um fator de forma "f", como a seguir: AF = f x C x L, e área foliar AF=(fxCxL). O fator de forma "f" foi determinado pela análise de regressão simples entre a área de uma amostra de folhas e o produto de suas dimensões. Nesse caso, a reta ajustada ao conjunto de dados possui uma equação do tipo Y = bx, em que "b" corresponde ao fator "f".  A área foliar amostradas (200 unidades) foi determinada de forma direta, através de um integrador de área foliar LI3100 da LICOR.
RESULTADOS:
Na análise de regressão da área foliar com o comprimento e a largura das folhas, realizadas separadamente, observaram-se menores graus de correlação (resultados não apresentados) do que aquela realizada com o produto das duas dimensões. Maracajá et al (2008), Pires et al. (1990), Strik e Proctor (1985), testando diferentes métodos para calcular a área foliar de juazeiro e os dois últimos de morangueiro, por meio das dimensões das folhas e Monteiro et al. (2005) em algodão, também concluíram que a utilização do comprimento e da largura juntos estimou melhor a área dos folíolos e folhas, respectivamente. Foi obtido elevado coeficiente de determinação e a análise de regressão foi significativa pelo teste F, para p = 0,01. O método das dimensões também apresentou resultados confiáveis ao ser utilizado para estimação da área foliar em outras culturas, como em plantas forrageiras, conforme descrito por Shiavuzzo (1998), que obteve coeficiente de variação inferior a 10%. Como também em outras culturas este método foi recomendado.
CONCLUSÃO:
A área foliar da acerola pode ser estimada com boa exatidão e excelente precisão a partir das dimensões de suas folhas (AF=0,7097xCxL).
Palavras-chave: Área foliar, Acerola, Regressão simples.