62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
FREQUÊNCIA DE PRESCRIÇÃO DE ANTI-HIPERTENSIVOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ/RN
Edson Batista dos Santos Júnior 1
Tulio Felipe Vieira de Melo 1
Dany Geraldo Kramer Cavalcanti e Silva 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte / UFRN
INTRODUÇÃO:
Segundo o III Consenso brasileiro de hipertensão arterial, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), popularmente conhecida por pressão alta, é conceituada como uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados, associados a alterações metabólicas e hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofias cardíaca e vascular). No Brasil, estima-se que cerca de 15% a 20% da população brasileira adulta possa ser rotulada como hipertensa, que podem ser tratados com uma infinidade de medicamentos. A escolha do fármaco mais adequado envolve vários fatores tais como, características individuais, interações farmacológicas, questões socioeconômicas e o risco de toxicidades, por exemplo. Em muitos casos se faz necessário o uso de duas ou mais medicações (polifarmácia) para o controle adequado de sua pressão arterial. Nesse contexto, esse estudo tem por objetivo analisar os medicamentos utilizados pelos pacientes para controle da HAS, as possíveis interações medicamentosas, bem como dois fatores de risco importantes, tais como o fumo e a prática de exercícios físicos, em unidade básica de saúde no município de Santa Cruz/RN.
METODOLOGIA:
O presente estudo foi desenvolvido em uma Unidade Básica de Saúde da Estratégia Saúde da Família que cobre uma área com 1.274 famílias e fica localizada no Bairro DNER do município, onde foram coletados dados dos prontuários de pacientes com hipertensão arterial. Dentre as variáveis incluídas citam-se: medicamento prescrito, sexo do paciente, faixa etária, ocorrência de interações e comportamento de riscos.
RESULTADOS:
Durante a análise dos prontuários identificou-se 268 hipertensos cadastrados na UBS, destes 69% são mulheres e 31% são homens. A faixa etária variava entre 29 e 97 anos, sendo 42,6% idosos (60 anos ou mais), com uma média de idade de 58,4 anos. Os grupos de medicamentos mais utilizados pelos pacientes crônicos foram: inibidores da ECA, diuréticos, bloqueadores beta e antagonista dos receptores de angiotensina II, respectivamente, captopril e maleato de enalapril, Hidroclorotiazida, Propanolol e Atenolol, Lorsatana potássica. Do total 68,3% deles utilizavam dois ou mais medicamentos (polifarmácia) para o controle da hipertensão, ou seja, maiores chances de toxicidade. As associações mais comuns eram: captopril+hidroclorotiazida, propanolol+hidroclorotiazida. Uma das associações perigosas encontradas foi entre alguns diuréticos e digitálicos, uma vez que no tratamento da hipertensão pelos diuréticos, a depleção de potássio constitui o efeito adverso mais comum, a hipocalemia caracteriza como um fator de perigo. Outro dado interessante é que 9,3% dos hipertensos fumam, a maioria desses sendo mulheres (70%), e 54% dos hipertensos não praticam exercício algum, o que contribui para um maior número de quadros de morbidade.
CONCLUSÃO:
Com base nas informações colhidas, concluímos que a grande parte dos pacientes hipertensos utiliza associações de dois ou mais fármacos para o controle da hipertensão arterial sistêmica tornando um processo que requer atenção e cuidado por parte dos profissionais de saúde e familiares no acompanhamento desses pacientes. E ainda profissionais cada vez mais instruídos durante a prescrição, fornecimento e supervisão desses fármacos, no tocante as várias possibilidades de interações e toxicidade. Além disso, as boas práticas devem estar sempre inseridas no dia-a-dia de cada paciente, tais como, abstinência ao tabaco e práticas de exercícios uma vez que estudos comprovam que tais fatores contribuem significativamente na melhoria do quadro clínico do hipertenso.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Hipertensão arterial sistêmica, Hipertensos, UBS.