62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Schinus terebinthifolius Raddi EM FUNÇÃO DE MANEJO DE FERTIRRIGAÇÃO
Magali Ribeiro da Silva 1
Simone Fernandes Ciavatta 1
José Antônio Miggiolaro 1
Danilo Simões 1
1. Depto de Recursos Naturais/Setor de Ciências Florestais, UNESP/FCA
INTRODUÇÃO:
Atualmente a preocupação mundial é voltada à qualidade ambiental, levando ao aumento na demanda de serviços e produtos, em especial à produção de mudas de espécies florestais nativas (JOSÉ et al., 2005). A espécie Schinus terebinthifolius Raddi é uma Anacardiaceae, popularmente conhecida como aroeira-pimenteira, é uma planta nativa brasileira que se distribui do litoral nordestino ao Rio Grande do Sul, ocorrendo também no interior de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Goiás e São Paulo (BORNHAUSEN, 2009). No Brasil as informações precisas sobre procedimentos para produção de mudas de espécies florestais nativas (reprodução e desenvolvimento) são muito escassas (CARVALHO, 2000), como é o caso da aroeira-pimenteira. Dentre os fatores de manejo do viveiro que podem afetar o desenvolvimento e a qualidade da muda estão os manejos hídrico e nutricional. Adequar o manejo nutricional ao sistema de irrigação é de suma importância para a minimização do uso de água e nutrientes envolvidos no processo de produção de mudas. Assim sendo, o experimento foi realizado a fim de avaliar a influência do fracionamento da adubação em sistemas de irrigação via microaspersão e subsuperfície, na produção e na qualidade de mudas de Schinus terebinthifolius.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado no período compreendido entre os meses de agosto a novembro de 2008, no viveiro de produção de mudas florestais, pertencente à Universidade Estadual Paulista, no município de Botucatu, Estado de São Paulo. As sementes de foram obtidas por meio de coleta feita em árvores localizadas no mesmo município do viveiro. Foram utilizados tubetes com capacidade volumétrica de 50 cm³, preenchidos com substrato comercial a base de casca de Pinus decomposta e vermiculita expandida, contendo adução de base. A fertilização de cobertura durante a fase de crescimento foi realizada semanalmente ou diariamente. A solução nutritiva aplicada semanalmente foi composta por: 1560, 420, 1080, 1020 e 507 mg L-1 de N, P, K, Ca e S, respectivamente. Para a solução diária, utilizaram-se as mesmas quantidades dos nutrientes, entretanto fracionado em 6. O sistema de irrigação utilizado foi o de microaspersão e de subsuperfície. Os ensaios foram conduzidos através do delineamento inteiramente casualizado, composto por um fatorial 22 (sistema de irrigação e frequências de irrigação). Os resultados foram submetidos à técnica da análise de variância. As variáveis significativas pelo teste F foram submetidas ao teste de teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
RESULTADOS:
O desenvolvimento em altura, da massa seca da parte aérea e da massa seca total das mudas de Schinus terebinthifolius apresentaram melhores resultados quando utilizado o sistema de irrigação via subsuperfície em ambas as frequencias de fertirrigação. Para o diâmetro do colo, os valores obtidos na irrigação via subsuperfície também foram superiores, porém semelhante estatisticamente ao sistema de microaspersão quando a frequencia de fertirrigação foi diária. A massa seca do sistema radicular não foi influenciada pelo sistema de irrigação. A frequência de adubação teve influencia somente quando usado o sistema de subsuperfície, resultando em um maior incremento quando a adubação foi diária. Os valores de altura e diâmetro foram superiores ao citado por outros autores. José et al. (2005), Oliveira et al. (2008), Knapik et al. (2005) e Leles et al. (2006), em experimentos com Schinus terebinthifolius, em ciclos de produção variando entre 90 e 180 dias e com tubetes semelhantes ao utilizado nesse estudo. Em relação massa seca total os valores obtidos foram superiores em comparação ao estudo realizado Knapik et al. (2005) que considerou diferentes regimes de adubação para a Schinus terebinthifolius Raddi.
CONCLUSÃO:
Entre os fatores analisados, o sistema de irrigação foi o fator que mais influenciou o desenvolvimento das mudas, sendo que o sistema de subsuperfície produziu melhores resultados morfológicos.
Palavras-chave: Aroeira-pimenteira, Subsuperfície, Microaspersão.