62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
CARACTERIZAÇÃO E DIVERGÊNCIA GENÉTICA DE FAMÍLIAS DE MEIOS-IRMÃOS DE MELÃO (Cucumis melo L.) POR MEIO DE MARCADORES MORFOLÓGICOS
Samuel de Souza França 1
Carlos Jorge da Silva 1
Lucas da Silva Santos 1
José Pedro da Silva 1
Jair Tenório Cavalcante 1
Paulo Vanderlei Ferreira 1
1. Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas/UFAL
INTRODUÇÃO:
A cultura do melão, Cucumis melo L., é uma das olerícolas de grande importância alimentícia e socioeconômica para o Brasil. A produção nacional de melão é constituída basicamente do tipo valenciano (Cucumis melo var. inodorus Naudim), cuja a tradicional cultivar Valenciano Amarelo é de origem espanhola. O elevado crescimento da cultura do melão na região Nordeste do Brasil indica a necessidade de um processo contínuo de melhoramento genético dessa espécie vegetal, para atender aos propósitos dos agricultores da região. No melhoramento genético de qualquer espécie vegetal, antes da implantação dos ensaios de produção, o fitomelhorista precisa efetuar uma redução drástica no número de famílias obtidas. Nesse sentido, podem-se utilizar diversas técnicas de análise multivariada para estimar a divergência genética entre as famílias, promover um agrupamento entre elas e selecionar as mais promissoras. Entre as diversas técnicas multivariadas destacam-se as análises de componentes principais, distância euclidiana e métodos aglomerativos. Neste sentido, este trabalho objetivou caracterizar e estimar a divergência genética de famílias de meios-irmãos de melão, por meio de marcadores morfológicos.
METODOLOGIA:
O experimento foi desenvolvido, em condições de campo, na Área Experimental do CECA-UFAL, localizado no Campus Delza Gitai, Br 104 norte, km 85, Rio Largo - Alagoas, no período de novembro de 2008 a janeiro de 2009. O plantio foi realizado manualmente, através de mudas; as progênies obtidas do cruzamento entre as variedades AMARELO OURO x HALE'S BEST foram plantadas em fileiras contendo 20 plantas/progênie no espaçamento de 2,0 m x 1,0 m. Foram avaliados 10 frutos de cada progênie, colhidos a partir dos 60 dias. Foram avaliados os seguintes caracteres quantitativos: peso do fruto (PF); diâmetro longitudinal (DL) e espessura da casca (EC) e da polpa (EP); e em seguida efetuou-se a avaliação das divergências genética através da análise multivariada utilizando-se a Distância Euclidiana Média Padronizada, cujas análises foram realizadas através do software Genes. Para análise das estimativas dos coeficientes de correlação (r) entre os caracteres diâmetros longitudinal e transversal com o peso do fruto foi usada a equação de correlação, cujos valores foram testados pelo teste "t", no nível de 1% de probabilidade. Foi realizada uma distribuição de freqüências absolutas e relativas de classes em relação peso dos frutos.
RESULTADOS:
Observou-se pela distribuição de freqüência relativa e absoluta das classes em relação ao peso dos frutos que entre as progênies avaliadas, 12 apresentaram peso dos frutos entre 540 e 660 g, ou seja, 30 % das progênies estão compreendidas neste intervalo. De acordo com o teste "t", no nível de 1% de probabilidade, há correlação positiva entre os caracteres peso dos frutos (g) e diâmetro longitudinal (cm). O coeficiente de correlação (r) foi de 0,76. O coeficiente de determinação foi: R2= 0, 5817, ou seja, 58,17 % das variações no peso dos frutos são explicadas pelo modelo: y=86, 617x - 247,99. As medidas de dissimilaridade entre cada par de genótipos foram obtidas pela Distância Euclidiana média padronizada através do software Genes. Observou-se, pelos valores obtidos, que a progênie 122 apresentou a menor distância entre a progênie 131(0,19), enquanto a maior distância ocorreu entre as progênies 99 e 118 (3,43). Há contribuição relativa para a divergência genética das características peso dos frutos, diâmetro longitudinal e espessura da polpa entre as progênies, em maior ou menor proporção. Verifica-se, entretanto, que a característica peso dos frutos contribuiu com 99,98 % na avaliação da divergência genética entre as progênies.
CONCLUSÃO:
Houve correlação positiva entre os caracteres peso do fruto (g) e diâmetro longitudinal (cm). Das características avaliadas, a que mais contribui para a divergência genética é o peso dos frutos. A menor distância euclidiana foi entre as progênies 122 e 131(0,19), enquanto a maior distância ocorreu entre as progênies 99 e 118 (3,43).
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: análise multivariada, caracterização morfológica, cultivares de melão.