A utilização de colírios consiste na principal forma utilizada para a administração de fármacos através da via ocular. A anfotericina B (AmB), incorporada em microemulsões (MEs), aparece como um novo sistema que, no futuro, poderá ser uma alternativa às formas farmacêuticas convencionais existentes, no que diz respeito ao tratamento específico das infecções fúngicas oculares. As MEs consistem em sistemas termodinamicamente estáveis e isotropicamente translúcidos de dois líquidos imiscíveis, estabilizados por um filme interfacial de compostos tensoativos localizados na interface óleo/água. O objetivo deste trabalho consistiu em comparar as velocidades de difusão da forma farmacêutica convencional da AmB (micelar) com a AmB incorporada em uma microemulsão (AmB-ME) através da análise dos halos de inibição formados pelo método de difusão em ágar.

Para a realização deste ensaio, foi utilizado, como meio de cultura, o ágar-sabouraud-dextrose e como modelo celular fúngico, uma cepa ATCC de Candida parapsilosis (Cp). Nas placas de petri contendo o meio ágar já solidificado, foram delineados poços de 6 mm de diâmetro sendo em seguida aplicada a suspensão de Cp na concentração de 10⁶ UFC/mL. 50 µL de AmB micelar e AmB-ME em quatro diferentes concentrações (0,5 mg/mL, 0,05 mg/mL, 0,005 mg/mL e 0,001 mg/mL) foram adicionados a cada poço. As placas foram, então, incubadas à 37ºC por 24 h.

Através da análise dos halos de inibição formados, que variaram de 60 mm a 20,5 mm para a maior e menor concentração aplicada, respectivamente, não houve variações significativas entre a ação farmacológica determinada pelos sistemas avaliados, demonstrando que a ME utilizada como veículo para a AmB foi capaz de promover e manter a eficácia antifúngica deste fármaco comparado com sua forma farmacêutica convencional.

Através dos resultados obtidos, não houve diferenças na difusão de ambas as formas de AmB empregadas, sugerindo que a AmB -ME é tão efetiva quanto a formulação comercial existente.