62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
I COLÓQUIO DA INTEGRALIDADE: VIVENCIANDO A INTERDISCIPLINARIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO EM SAÚDE
Camila de Araújo Carrilho 1
Elane da Silva Barbosa 1
Jonas Yuri Carlos da Cosra 2
João Bosco Filho 3
1. Dpto. Enfermagem, Faculdade de Enfermagem - FAEN/UERN
2. Dpto. de Ciências Agrárias e Sociais, Faculdade de Direto - UFERSA
3. Prof. Ms./Orientador - Escola da Saúde, Curso de Enfermagem - UNP
INTRODUÇÃO:
O trabalho em equipe é bastante discutido no setor saúde; porém, se refletirmos, perceberemos que há pouco diálogo entre os diversos cursos ainda na Universidade. Assim, o encontro dos profissionais que deveria ocorrer ainda no âmbito acadêmico, só acontece no ambiente de trabalho, quando já estão dominados pelas idéias de concorrência e hierarquização. Tornando-se comum o desentendimento entre as diferentes categorias. Desse modo, objetivamos relatar a nossa experiência, enquanto tentativa de estabelecer vínculos entre alguns cursos da área da saúde: enfermagem, medicina, serviço social, biologia e educação física, ao realizar o I Colóquio da Integralidade: dialogando o sobre o trabalho em equipe no setor saúde. E, consequentemente, a importância desse tipo de iniciativa para a formação em saúde.
METODOLOGIA:

Com o objetivo de realizarmos o Colóquio, inicialmente estabelecemos contato com referencial teórico, citamos: ALVES (2000); ALMEIDA (2003); VASCONCELOS E PASCHE (2006) e PONTES E ROCHA (2006). Posteriormente, elaboramos o projeto do evento, que foi apresentado e aprovado junto ao Departamento da Faculdade de Enfermagem - FAEN/UERN. Depois, estabelecemos contato com os cursos citados acima através dos Centros Acadêmico e, então, realizamos quatro encontros, nos quais sempre existia um enfermeiro dialogando sobre a integralidade nos serviços de saúde com um profissional dos cursos citados anteriormente.

RESULTADOS:
Observamos que os participantes do evento se mostravam surpresos com a temática, visto que nos propúnhamos a abordar a integralidade ainda no processo de formação, visto que argumentamos que se não formos capazes de experienciar isso enquanto discentes não seremos capazes de vivenciar futuramente enquanto profissionais (FREIRE, 2005). Também conseguimos perceber que conhecemos pouco sobre as outras profissões e essa situação dificulta inclusive o estabelecimento de vínculos já que não sabemos qual o objeto, os processos e meios de trabalho. Sem falar que constatamos que ainda predomina no processo de formação o modelo biomédico, enfocando o paradigma biologicista. Tendo saúde, portanto, como ausência de doença. Outro aspecto que dificulta o trabalho em equipe é a concepção de integralidade, restrita à idéia de enxergar o homem como um todo. Precisamos ampliá-la compreendendo o ser humano como um ser social, histórico, cultural, psicológico. Ou seja, um ser que está inserido em um contexto, que deve ser levado em consideração na produção do serviço em saúde.
CONCLUSÃO:
Foi entendido com o decorrer do evento que a integralidade só se materializará por meio do trabalho em equipe e até mesmo da intersetorialidade, a partir do instante que observarmos que o processo saúde-doença possui vários condicionantes/determinantes e que o trabalho de apenas um profissional isolado não consegue suprir essas demandas. Tendo a integralidade como elemento indissociável da promoção à saúde. Assim, tecemos a consideração de que eventos como o Colóquio da Integralidade são bastante pertinentes porque nos possibilitam, além de estabelecer vínculos ainda na academia com os outros cursos da saúde. Também nos permite (re)pensar o nosso próprio processo de formação, ou melhor, nos permite perceber que podem ser criadas alternativas para vivenciar a interdisciplinaridade no universo acadêmico.
Palavras-chave: Enfermagem, Promoção da Saúde, Instituições Acadêmicas.