62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 7. Saúde Materno-Infantil
CD - CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: CUIDANDO E PROMOVENDO A SAÚDE DA CRIANÇA
Daniele da Silva Macêdo. 1
Pâmela Katherine Nelson Campero. 1
Cecília Olívia Paraguai Oliveira. 1
Dayara Alves Ferro. 1
Maiana Maria de Lima Dantas. 1
Leonardo Moura Ferreira de Souza. 2, 1
1. UFRN
2. HOSPED/Departamento de Pediatria
INTRODUÇÃO:
Adotar medidas para o crescimento e o desenvolvimento saudáveis, recomendadas na Reunião de Cúpula em Favor da Infância (Nova York, 1990), Conferência Internacional de Nutrição (Roma, 1992), e políticas vigentes de saúde da criança do Ministério da Saúde, significa garantir um direito da população e cumprir uma obrigação do Estado. Dentro dessa perspectiva, se faz necessário o acompanhamento e desenvolvimento nos primeiros anos de vida através de intervenções que assegurem o desenvolvimento físico e mental da criança desde o período gestacional da mãe até, prioritariamente, os cinco anos de vida. O acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento (CD) deve abordar todos os aspectos da integralidade do cuidado da criança e é de fundamental importância para a promoção à saúde e prevenção de agravos, pois identifica situações de risco e busca atuar de forma precoce no seu processo de saúde e doença. O presente estudo teve como objetivo qualificar a prática do CD nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) por iniciativa de médicos pediatras e estudantes da graduação, promovendo tanto o acompanhamento das crianças quanto a educação e orientação aos cuidadores quanto ao aleitamento, alimentação, vacinação, avaliação nutricional, prevenção de cárie e higiene, na perspectiva do cuidado integral.
METODOLOGIA:
O projeto foi desenvolvido na Unidade de Saúde Familiar Comunitária (USFC), área homogênea de risco da estratégia saúde da família, através da busca ativa e exercício do cuidado de crianças na faixa etária de 0 a 2 anos, bem como da educação em saúde através do diálogo e divulgação através de panfletos informativos. As consultas foram agendadas no Livro de Marcação do CD, sendo acompanhadas e incluídas no estudo 58 crianças: de 0 - 6 meses 38%; 6 - 12 meses 34%; 12 - 18 meses 28%. Construiu-se um prontuário específico contendo a ficha para registro da 1ª consulta e das evoluções para cada criança. Estes prontuários, organizados por ordem alfabética, foram armazenados em um arquivo móvel. Durante as consultas, aferiu-se: peso, altura e perímetro cefálico, sendo todos registrados em gráficos padronizados pela OMS. O desenvolvimento psicomotor das crianças foi avaliado utilizando marcos através de brinquedos destinados a averiguar a aquisição de novas habilidades. Ao final do 1º ano de vida, as crianças receberam o Certificado Criança Saudável por terem cumprido as seguintes metas: aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, introdução correta da alimentação complementar, cartão vacinal atualizado, realização do teste do pezinho, e freqüência regular as consultas do CD.
RESULTADOS:
Através da análise dos prontuários das crianças acompanhadas, foram coletados os dados e consolidados em Excel, para assim ser realizada a freqüência simples dos resultados. Neste estudo 100% das mães, na faixa etária média dos 25 anos, fizeram o pré-natal em média 6,5 consultas. Destas gestantes, 66% não apresentaram nenhuma intercorrência, em detrimento de 34%, refletindo um pré-natal assíduo e consequentemente um baixo índice de intercorrências gestacionais. As crianças, em sua maioria, nasceram de parto eutócico (66%), as cesarianas representaram 31% e os partos do tipo fórceps 3%. Apesar do índice de parto eutócico ser o predominante, o índice de cesarianas encontra-se elevado e distante do ideal recomendado pela OMS, que aponta o parto normal como opção mais saudável. A média de peso dos recém-nascidos foi de 3.146g, caracterizando baixo peso (< 2.500g) apenas 5% da amostra. A estatura dos bebês foi em média 48,3cm e o perímetro cefálico 34,4cm, também estão de acordo com os dados preconizados pela OMS. Um percentual de 82,8% das crianças foi amamentado nos 18 primeiros meses de vida, destas 27,6% tiveram aleitamento materno exclusivo, 1,7% aleitamento materno predominante, 46,6% aleitamento complementado, 6,9% aleitamento parcial e 17,2% receberam leite artificial.
CONCLUSÃO:
A predominância do aleitamento materno complementado no estudo justifica-se pelo elevado número de crianças com idade entre 6 meses e 18 meses, período em que é plenamente justificável esta forma de amamentação. Nesta faixa etária, havia 36 crianças, perfazendo 62% da amostra total (n= 58). Já o restante das crianças (n= 22) estava entre zero e 6 meses de vida representando 38% da amostra. Deste universo de 22 crianças, 16 (72,7%) encontrava-se em aleitamento materno exclusivo, representando um excelente índice de amamentação. Isto sem sombra de dúvidas reflete toda a política de incentivo ao aleitamento materno, sendo esta política um dos pilares do projeto do CD desenvolvido na Unidade de Saúde Familiar e Comunitária (USFC). Este estudo proporcionou uma reflexão crítica acerca da possibilidade de prevenção de enfermidades infantis através da intervenção do programa no acompanhamento das crianças desde os primeiros anos de vida. Avaliando situações de risco e promovendo um cuidado e crescimento saudável na infância de uma área de risco.
Instituição de Fomento: FINANCIAMENTO INTERNO (EDITAL UFRN/PROGRAD/PROPESQ/PROEX No 02/2009)
Palavras-chave: Crescimento e Desenvolvimento, Amamentação, Prevenção e Promoção.