63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil |
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: VIVÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL |
Angela Rodrigues Luiz 1 |
1. Profa. Ms. - Curso de Educação Física - UFG/Campus Jataí |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho tem por objetivo contextualizar aulas de Educação Física na Educação Infantil, tendo como perspectiva o ensino de temas e conteúdos afeitos à Cultura em associação às estratégias pedagógicas do jogo e da brincadeira, atividades tradicionalmente associadas à cultura infantil. As vivências aqui apresentadas fazem parte do repertório docente de sete anos de atuação na Educação Infantil, como professora de Educação Física, em uma escola do município de Uberlândia – MG. Experiências estas que, desde setembro de 2010, subsidiam uma atuação docente no Ensino Superior em um curso de formação inicial cujo foco profissional vislumbra o professor de Educação Física que atue na Educação Básica e que compreenda as peculiaridades da Educação Infantil e de seu componente curricular, articulado com uma formação humana ampliada, crítica e contextualizada histórico culturalmente. Neste sentido, as vivências da Educação Básica, na Educação Infantil, servirão à formação no Ensino Superior para referendar o componente curricular Educação Física como locus de aprendizagem e produção de conhecimento, que toma as práticas corporais, geralmente manifestas nos jogos, ginásticas, danças, para aproximar as crianças da realidade prática e da Cultura. |
METODOLOGIA: |
Um conteúdo de ensino era abordado em uma sequência de aulas, geralmente seis aulas de cinquenta minutos, quando identificávamos o conhecimento sincrético das crianças, por meio de atividades recreativas, cantigas, desenhos, rodas de conversa. Na sequência, as aulas tinham por objetivo promover o conhecimento, a categorização e/ou identificação de um determinado aspecto/substrato da Cultura. Nestas aulas utilizávamos os vários espaços e recursos materiais disponíveis na escola, quando as crianças assistiam vídeos, vivenciavam jogos, brincadeiras, ouviam histórias, viam gravuras. Para finalizar as sequências de aulas, sem pretensão ou entendimento de que esgotamos a abordagem do conteúdo, criávamos estratégias pedagógicas para que cada criança compartilhasse seu aprendizado, ainda que o mesmo estivesse expresso em um desenho, modelado em massinhas, havia o momento para verbalização da experiência. O registro das aulas compunha as Estratégias de Ensino que, conforme Crozara e Caixeta (2007), buscam dar sentido e significado ao processo metodológico de ensino nas aulas de Educação Física, explicitando as relações estabelecidas no processo (e procedimentos) de formação com as categorias constituintes da vida social, presentes em toda produção de conhecimento humano. |
RESULTADOS: |
Promover aulas de Educação Física que não se limitam ao conhecimento dos esportes e à vivência de seus gestos técnicos, tem sido atitude pedagógica referendada por vários docentes (Antunes, 2008; Bracht, 2007; Caparroz, XXXX). Para as crianças na escola, a aula de Educação Física constituiu espaço de aprendizagem e momento de mostrar suas habilidades e gostos, reconhecendo tais aulas como momento de aprendizagem, não somente como momento de diversão despretensiosa. Para os alunos na formação inicial, o relato de tais experiências os faz vislumbrar diversas formas de atuação docente, bem como identificar a pertinência do professor de Educação Física na Educação Física com ações que extrapolam as atividades típicas de recreação, psicomotricidade, cuidador de crianças. Os faz pensar no processo de ensino e na seqüência de aulas com os procedimentos que devem ser adotados para o alcance de determinado objetivo. Tais vivências tem nos possibilitado afinar o diálogo e o planejamento de aulas que atendam os interesses dos professores em formação e dos alunos nas escolas, dinamizando a relação, otimizando o processo educativo e favorecendo o entendimento da Educação Física como componente curricular afeito às temáticas culturais e da realidade prática da vida contemporânea. |
CONCLUSÃO: |
Ao longo dos sete anos de docência na Educação Infantil, foi possível observar a ampliação significativa do interesse das crianças pelas aulas de Educação Física, nestes momentos elas demonstravam disposição para ouvir, experimentar novas prática, mantinham-se curiosas por desvelar características do Circo, dos Sons da Natureza, do Movimento dos Animais, dos Cinco Sentidos Humanos, dos Jogos Olímpicos, da Alimentação Saudável e tantos outros temas que foram abordados em sequências de aulas, transpostos em saberes escolares. Nesta perspectiva, como salienta Rocha (2000) a educação e o aprendizado são estabelecidos pelo movimento dialético de produção da vida cultural em suas diferentes manifestações, primordialmente pela interconexão das mediações instrumental, semiótica e social. O exercício da reflexão crítica, tanto docente quanto discente, tem promovido modificações necessárias para aproximar-nos da realidade educacional, possibilitando o aprimoramento teórico-prático, das referências conceituais, das atitudes, bem como a superação da adoção de modelos de ensino prontos, pois agregamos elementos contemporâneos e culturais às propostas de ensino da Educação Física, no esboço de um currículo que supere as visões tradicionais e meramente esportivas para este componente curricular. |
Palavras-chave: Estratégias de Ensino, Sequência de Aulas, Educação Física. |