63ª Reunião Anual da SBPC

A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física

FOCALIZANDO O PODIUM DA “OLIMPIADA BRASILEIRA DE FÍSICA” EM MANAUS (2004 a 2006)

Márcia Andreia Ramos de Andrade 1 Ana Cláudia Ribeiro de Souza 1,2 Soraya Farias Aquino 1,3

1. Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Amazonas – IFAM 2. Profa. Dra./ Orientadora 3. Profa. MSc./ Co-orientadora

INTRODUÇÃO:

A Física como ciência que estuda a natureza e também como disciplina do currículo escolar tem uma importância fundamental no desenvolvimento técnico-científico das civilizações e na compreensão de muitos dos fenômenos que ocorrem na Terra e na vida cotidiana das pessoas, sendo essencialmente a base científica na qual se apóia a tecnologia contemporânea. Quando as definições e os conceitos físicos são aplicados em sala de aula, surgem algumas indagações: como tornar a disciplina de física mais atrativa para alunos do ensino fundamental e médio? Como despertar nestes alunos a vontade de aprender mais sobre física? Seguindo essa linha de pensamento, a Sociedade Brasileira de Física criou, em 1998, a Olimpíada Brasileira de Física* com o propósito de estimular nos estudantes o interesse pela ciência, motivando-os junto com seus professores ao estudo e à aprendizagem da física, assim como incentivá-los a enfrentar desafios intelectuais de ordem científica. No Estado do Amazonas, devido ao baixo resultado obtido na OBF*-2003 e ao frágil desempenho dos estudantes nesta competição é que se pode constatar a necessidade do programa OBF ter representantes da comissão estadual com o foco de fortalecer e melhorar a participação dos alunos do Ensino Fundamental e Médio em eventos desse nível.

METODOLOGIA:

A metodologia usada neste trabalho foi à análise quantitativa, buscando verificar quantos alunos fizeram as provas da primeira fase da OBF* de 2004 a 2006 no Brasil e desses quantos foram classificados como medalhistas no Estado do Amazonas. As tipologias usadas foram à pesquisa documental, dados quantitativos fornecidos pela secretaria da OBF* contendo informações que não estão postadas no site oficial e pesquisa bibliográfica para saber as contribuições de outros autores sobre o tema proposto nesse trabalho. Após intensa procura em revistas eletrônicas foram encontrados dois artigos publicados, sendo que o primeiro relata o aumento gradativo na participação de escolas e de professores assim como dos estudantes no programa OBF* de 2006 no estado de Santa Catarina e o segundo narra a fundação da Estação Ciência CASA DA FÍSICA com o objetivo de tornar o estado do Amazonas referência regional no ensino de física no nível médio, refletido na participação maciça de alunos de escolas públicas e particulares e nos bons resultados obtidos por esses alunos em competições regionais, nacionais e internacionais.

RESULTADOS:

Desde 2000, os estudantes de escolas públicas e particulares do Estado do Amazonas participam da 1ª fase do programa Olimpíada Brasileira de Física, mas, somente em 2003 alcançaram destaque nacional nesta competição, com 4 medalhistas na categoria prata, bronze e menção honrosa. Nos anos de 2004 a 2006 foram 144 mil 245 alunos que fizeram as provas na primeira fase da Olimpíada Brasileira de Física em todo Brasil. E no Amazonas 2004/1645 alunos, 2005/3558 alunos e 2006/8648 alunos no total foram 13 mil 851 alunos um aumento de 100% de participação desses estudantes a cada ano. Foram identificados 22 medalhistas no Estado do Amazonas, especificamente em Manaus entre ouro, prata, bronze e menção honrosa, sendo 9 no ano de 2004, 6 em 2005 e 7 em 2006, abrangendo escolas públicas e particulares. No Amazonas somam o total de 485 escolas credenciadas nesta competição nacional, sendo que destas, 198 escolas são do interior e 227 na capital. No entanto, verificou-se que a participação das escolas variou excessivamente nos últimos três anos.

CONCLUSÃO:

Através deste trabalho, pretendeu-se mostrar que existem programas que apresentam bons resultados e atingem alguns dos seus objetivos: alcançar alunos de escolas públicas e particulares em qualquer localidade. Para obter resultados significativos e efetivos nos anos de 2004 a 2006 na cidade de Manaus, foi sucinto dispor de tempo determinado por professores e principalmente correspondido pelos alunos, para se dedicarem a programação de estudo previsto para as provas da OBF*. O professor não pode ser um mero transmissor do conhecimento e o aluno apenas um receptor. Para que uma aprendizagem seja significativa, é importante que o professor tenha consciência de que os alunos têm um tempo de aprendizagem próprio que nem sempre coincide com o tempo didático. Assim, o mero acúmulo de informações não garante a aprendizagem de forma a permitir sua aplicação em novas situações que certamente se dão em um tempo posterior à escola. A escola tem de repensar sua forma de ensino não para funcionar somente dentro de seus muros, mas para ultrapassar e possibilitar aos alunos a continuidade da aprendizagem sem a presença do professor.

Palavras-chave: Manaus, Educação, Olimpíada Brasileira de Física.