63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 5. Micologia
CATALOGAÇÃO DE FUNGOS DE PLANTAS MEDICINAIS DA AMAZÔNIA
Kate Gomes Bentes 1
Luana Lopes Casas 1
Bruna Caroline Monteiro Alencar 1
Marlene Verçoza Ferreira 1
Lucilene da Silva Paes 1
Juliana Mesquita Vidal Martínez de Lucena 1
1. Laboratório de Morfoanatomia – PET/SESU/IFAM
2. Laboratório de Morfoanatomia – PAIC/FAPEAM/IFAM
3. Laboratório de Morfoanatomia – PAIC/FAPEAM/IFAM
4. Laboratório de Morfoanatomia – IFAM
5. Laboratório de Morfoanatomia – Departamento de Ensino Superior - DES/IFAM
6. Profa. Dra./Orientadora - Diretoria de Pesquisa e Pós-graduação – DIPESP/IFAM
INTRODUÇÃO:
A região amazônica, devido sua ampla diversidade em espécies da fauna e flora, possui um grande potencial para a descoberta de compostos com fins biotecnológicos. Neste contexto, os fungos se destacam como importante agente para o ecossistema, devido sua capacidade de decomposição (BLACK, 1999). Estes organismos possuem grande potencial na produção de metabólitos secundários, provenientes das interações com seus hospedeiros, podendo agir como toxinas prejudiciais tanto para o homem quanto para os animais (SABINO et al., 1982). Os benefícios provenientes destas interações têm despertado o interesse de vários pesquisadores. Os trabalhos voltados para o isolamento, identificação e catalogação de fungos de plantas possibilitam a condução de projetos para o estudo da biodiversidade fúngica e geram maior conhecimento da sua importância para as áreas da Saúde e Meio Ambiente. Deste modo, este trabalho visa à ampliação da micoteca do IFAM por meio da inserção de fungos isolados de plantas medicinais, contribuindo com informações quanto à diversidade fúngica e quanto aos aspectos taxonômicos, ampliando assim, as perspectivas de pesquisa e ensino.
METODOLOGIA:
As macro-colônias fúngicas foram isoladas de plantas utilizadas na medicina popular, tais como: Costus spicatus, Stachytarpheta cayennensis, Eupatorium ayapana, Mentha piperita e Phthirusa pyrifolia. A metodologia consistiu em confeccionar lâminas de esfregaço, micro-cultivos a partir das macro-colônias, com a finalidade de visualizar os principais arranjos de suas partes reprodutivas e vegetativas (SILVA e OLIVEIRA, 2004). A identificação foi feita a nível de gênero com o auxilio de literatura específica, sites e Institutos de Pesquisa. Em seguida, segmentos da macro-colônia identificada foram inseridos em tubos de Eppendorf, contendo 1 mL de água destilada (CASTELLANI, 1938) e óleo mineral onde foram posteriormente armazenados em refrigerador sob uma temperatura de 5 °C. Os tubos contendo os fungos foram catalogados e inseridos na micoteca do IFAM com identificação de procedência (tipo de planta), período de coleta e morfologia. Cada macro-colônia foi fotografada, assim como as estruturas fúngicas a partir dos microcultivos com o auxilio de microscópico especifico.
RESULTADOS:
Foram inseridos na coleção 100 tipos de fungos isolados de 5 plantas medicinais. Foram identificados 10 gêneros fúngicos, dentre eles: Penicillium, Tricoderma, Fusarium, Rhizopus, Phacelomyces, Aspergillus, Stachybotrys. A coleção tem por finalidade manter os fungos em espaço reduzido, por tempo hábil para novos repiques sendo armazenados em micro estantes de plástico. De cada planta medicinal estudada verificou-se que a diversidade não apresenta grandes variações quanto ao tipo de gênero encontrado. Os fungos mais comuns entre as espécies de plantas foram: Aspergillus, Penicillium e Tricoderma. Estes resultados corroboram para a sustentabilidade e manutenção da biodiversidade fúngica, pois para Prance (2001) um dos maiores problemas para o homem na atualidade é o fato de que a destruição do meio ambiente acontece mais rápido que o inventário sobre as espécies de animais e plantas e os ecossistemas onde vivem. De acordo com BGCS, IUCN & WWF (1989) a perda da biodiversidade traz um prejuízo incalculável para a humanidade, pois ela guarda muitas soluções naturais para problemas econômicos e de saúde, a maioria ainda desconhecida.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados encontrados pode-se verificar que a diversidade de microrganismo encontrado em plantas da medicina popular da Amazônia revela que as espécies apresentam uma associação com fungos bastante significativa. Este trabalho reflete diretamente nas descobertas de novas potencialidades para os setores de farmácia, agronomia e química, sendo fonte de referência para projetos de pesquisa e ensino. Além de atuar na sustentabilidade dos ecossistemas por meio do conhecimento e valoração das espécies.
Palavras-chave: Fungos, plantas medicinais, micoteca.