63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 4. Sociologia do Trabalho |
IDOSO E MERCADO DE TRABALHO NO MUNICÍPIO DE MACAPÁ, UMA BUSCA DE RE(E)XISTENCIA A EXCLUSAO SOCIAL |
Iranir Andrade dos Santos 1, 2, 3 Ivan Andrade dos Santos 2 Heryka Cruz Nogueira 2, 3 |
1. Grupo de Pesquisa Direitos Sociais, Cultura e Cidadania-UNIFAP 2. Universidade Vale do Acaraú-UVA Amapá 3. Universidade do Estado do Amapá |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho analisou o idoso com idade a partir dos 50 anos no mercado de trabalho na área comercial de Macapá entre as avenidas FAB e Antônio Coelho de Carvalho, a fim de diagnosticar e compreender em que atividade este idoso está inserido e quais as formas de inclusão e exclusão encontradas por eles no mercado de trabalho. O envelhecimento traz alterações físicas, psicológicas e sociais que na distribuição da pirâmide etária refletem a necessidade do aumento da participação da população idosa no mercado de trabalho, provocando uma forte pressão para o engajamento dessa mão-de-obra. Contudo, em um país como o Brasil, quando se relaciona idoso e mercado de trabalho tem-se um retrato típico da exclusão social e da discriminação. Observando o contexto de Macapá, o retrato nacional se repete. A proposta em examinar o mercado de trabalho do idoso acima dos 50 anos, no Município de Macapá, surge da necessidade de se diagnosticar a atual situação ocupada pelo idoso neste mercado, discutindo o preceito de que os espaços abertos para uma velhice bem-sucedida, não levam, necessariamente, a uma atitude inclusiva para com os velhos. O que nos permite levantar a seguinte problemática: Como se dá a participação do idoso no mercado de trabalho? |
METODOLOGIA: |
Este estudo, como produção de conhecimentos básicos, classifica-se como hipotético-dedutivo, pois como afirma Triviños (1995, p. 20), “partimos de uma hipótese para chegarmos a uma dedução de um fato específico”. Para a realização da pesquisa a metodologia utilizada foi a investigação bibliográfica, pesquisa de campo, aplicação de questionário-misto; coleta de dados em órgãos públicos e entrevistas com os idosos; pesquisa de campo exploratória, com registro fotográfico. A este processo de investigação seguiu-se a análise e interpretação dos dados coletados, categorização, tabulação e codificação dos mesmos. Segundo a pirâmide populacional brasileira o envelhecimento nos últimos anos faz com que a expectativa de vida aumente, desse modo, as pessoas permanecem por mais tempo no mercado de trabalho. Além disso, a reforma previdenciária, que elevou a idade mínima para aposentadoria e aumentou o tempo de contribuição, também está influenciando na participação das pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho. Diário do Pará (2006). |
RESULTADOS: |
Do que foi visto, pode-se dizer também que a participação do idoso no mercado de trabalho é importante não só em termos de seu impacto na PEA, mas também na sua renda. Entre as variáveis consideradas que poderiam influir nessa participação, idade e educação mostraram ter um peso expressivo, apresentando a idade, um efeito negativo e a educação positivo. Uma particularidade do mercado de trabalho brasileiro é a participação do aposentado. Em que pese à idade média dos trabalhadores masculinos aposentados ser mais elevada do que a dos não aposentados, a aposentadoria precoce (por tempo de serviço) deve ser um dos determinantes importantes dessa participação. O aumento da esperança de vida da população como resultado de melhorias de suas condição de vida não deve ser um fator desprezado. O trabalho faz o ser humano se sentir mais útil e numa sociedade utilitarista esse sentimento é muito importante para que cada um reconheça sua finalidade como ser humano. Com os idosos não é diferente. Ao se retirar ou se negar o trabalho ao idoso estar-se-á retirando toda uma realidade construída e mais alguns sonhos ainda não realizados. Perdido o emprego, mudam-se as rotinas, perdem-se os vínculos sociais e, às vezes, o idoso perde até o seu próprio referencial como ser social. Viver passa a ser um fardo, um dia-a-dia sem perspectivas nem estímulos. Sucessivamente vem o ostracismo, a angústia, a depressão e esta série de mal-estar psicológico acaba por refletir no físico do indivíduo. |
CONCLUSÃO: |
Constatou-se que o mercado de trabalho de Macapá não absorve a mão-de-obra idosa e coloca este segmento da população em situação menos favorecida em relação aos demais trabalhadores com faixa etária abaixo dos 50 anos. Esta condição impulsiona a maioria destes trabalhadores a ingressar na informalidade como vendedores ambulantes. Tal situação se revela como a única alternativa encontrada para “conseguirem o pão de cada dia”, segundo depoimentos. Contudo a necessidade imperiosa de custear o sustento da família os obriga a essa condição considerando que, em sua maioria, esta é a única fonte de renda no domicilio. A pesquisa apontou que o idoso no mercado de trabalho macapaense fica relegado a condição de exclusão social. Constatou-se que, o maior contingente desses idosos são migrantes do interior do estado do Pará, que vêm em busca de estudo para os filhos e melhor qualidade de vida. Assim, observou-se que os idosos não têm como custear as suas necessidades básicas por isso reingressam no mercado de trabalho. Isso afeta também sua sobrevivência, pois conforme a pesquisa, a maioria dos entrevistados apresentam problemas de saúde e dificuldades na realização de suas atividades de trabalho e financeiramente na compra de medicamentos. |
Palavras-chave: Idoso, Trabalho, Exclusão. |