63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia |
MICROFILÁRIA NO SANGUE DE JACARÉ-AÇÚ Melanosuchus niger (Crocodylia: Alligatoridae) DA COMUNIDADE DO DARACUÁ, BARCELOS, AMAZONAS |
Adriano Teixeira de Oliveira 1 Marcio Quara de Carvalho Santos 1 Jefferson Raphael Gonzaga Lemos 1 Carmel do Nascimento Pereira 2 Rejane Souza de Aquino Sales 2 Jaydione Luiz Marcon 3 |
1. Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica da Universidade Federal do Amazonas – PPG-DB/UFAM 2. Laboratório de Fisiologia da Universidade Federal do Amazonas – LabFisio/UFAM 3. Orientador - Docente Permanente do PPG-DB/UFAM |
INTRODUÇÃO: |
Os crocodilianos existentes no Brasil pertencem à família Alligatoridae, na Amazônia brasileira ocorrem quatro das cinco espécies de jacarés que ocorrem no país, entre eles o jacaré-açú (Melanosuchus niger) que é considerado o maior de todos, podendo medir até seis metros de comprimento. É comum a presença de parasitas sanguíneos em répteis, entretanto, a literatura demonstra que as espécies mais recorrentes são da família Hemogregarinidae. Registros sobre a ocorrência de microfilárias no sangue de crocodilianos ainda não foram descritos e podem ser útil na avaliação do estado sanitário da população amostrada em espécies nativas de M. ninger. O objetivo desse trabalho é descrever a prevalência de parasitas sanguíneos em jacarés-açú. |
METODOLOGIA: |
Um total de 10 espécimes de jacaré-açú foram coletados em igarapés na comunidade do Daracuá, situado no Arquipélago de Mariuá na bacia do médio Rio Negro, próximo ao município de Barcelos, Amazonas, Brasil. A captura dos animais ocorreu nos meses de março de 2007 e novembro de 2009, períodos de seca e vazante respectivamente. Após a imobilização dos animais, o sangue foi retirado por punção do bulbo arterioso (próximo à cervical) utilizando seringas contendo EDTA (10%). Os jacarés capturados tiveram o comprimento total registrado e em seguida foram liberados próximo aos locais de captura. Extensões sanguíneas foram confeccionadas e coradas em solução de May Grunwald-Giemsa-Wright, as observações de hemoparasitas foram realizadas em um total de 20 campos em microscópio óptico com objetivas de 100x. |
RESULTADOS: |
A pesquisa de parasitas em animais silvestres é uma ferramenta importante para o estudo sanitário de uma população e da qualidade do ambiente, podendo assim compreender determinadas relações entre os parasito-hospedeiro e o meio ambiente em que vivem. No presente estudo os animais apresentaram comprimento total médio de 46,1 ± 21,1 cm, foram observados a presença de microfilária pertencentes à superfamília Filarioidea em 30% dos animais. Parasitas filarídeos são reportados em diversas espécies de animais, com diferentes implicações clínicas, desde doenças graves até quadros assintomáticos. Estudos revelam elevadas taxas de ocorrência de microfilárias em animais de vida livre, em particular daqueles precedentes da região norte do Brasil. |
CONCLUSÃO: |
O percentual significativo de animais parasitados por microfilária demonstram que os jacarés-açu da comunidade do Daracuá são expostos a vetores hematófagos e consequentemente ocupam uma posição ideal para adquirir parasitas sanguíneos. Uma das possíveis causas da alta taxa de jacarés hemoparasitadas seria o adensamento provocado pela redução das águas do rio no período em que os animais foram capturados, bem como a correlação dos hemoparasitas com o ambiente ecologicamente preservado. |
Palavras-chave: Microfilária, Jacaré, Prevalência. |