63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 5. História - 11. História
Dualismo na Imprensa no Maranhão no século XIX. (1822-1850)
José Augusto Borges Vaz 1
Manoel de Jesus Barros Martins 2
1. Universidade Federal do Maranhão
2. Prof. Dr./Orientador - Depto de HISTÓRIA - UFMA
INTRODUÇÃO:
A imprensa no Maranhão, no século XIX, teve importância no cenário local, fazendo a discussão e debate das questões política e social; que estavam ligadas ao desenvolvimento do Estado. Os movimentos que aconteceram no século XIX (adesão do Maranhão a Independência, a Balaiada) tiveram as suas posições ideológicas construídas ou defendidas nos jornais. Sempre havendo grupos favoráveis e outros contra, o dualismo de opinião era presente na Imprensa no Maranhão, no século XIX. O objetivo desta pesquisa foi desenvolver uma analise da historiografia da Imprensa no Maranhão, especificamente no século XIX (1822-1850), mostrando seus aspectos particulares e as influências da Imprensa Nacional (os movimento de independência, período regencial, império e outros); suas contribuições e produções (nas informações que divulgavam para a população maranhense), de formas quantitativas e qualitativas. Há uma necessidade de desenvolver uma historiografia da Imprensa Maranhense, que teve sua importância no cenário local.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi desenvolvida através de análise de jornais da época (jornal o Conciliador, folha Medicinal e a Palmatória) nos arquivos públicos e na biblioteca pública do Estado do Maranhão; bibliografias que trabalhe a temática (Imprensa maranhense no século XIX e Imprensa nacional), tais como: Isabel Lustosa (O Nascimento da imprensa brasileira, 2003), Ana Martins (Historia da imprensa no Brasil, 2008), Nelson Werneck Sodré (História da Imprensa no Brasil, 1994) Maria Capelato (Historia da imprensa no Brasil, 1998), Rubens Borba de. Moraes (O Bibliófilo Aprendiz, 1975), Sebastião Jorge (Os primeiros passos da imprensa no Maranhão, 1987), Antonio Frias (Memória sobre a tipografia maranhense, 2001), Clóvis Ramos (os Primeiros Jornais do Maranhão, 1986) e outros
RESULTADOS:
No Brasil, a Imprensa começou em 1808, com a chegada da família real, quando foi criada a Imprensa Régia, possibilitando que outros jornais proliferassem pelo território brasileiro. Na época colonial não era permitido o funcionamento de nenhum prelo (equipamento tipográfico para a impressão), mas poderia haver escritores, bastando que suas publicações fossem aprovadas em Portugal. O governo não impedia que os autores brasileiros publicassem livros, são inúmeras as obras de brasileiros escritos no Brasil, mas todas foram impressas em Portugal. Percebeu-se a presença de jornais para discutir a política no cenário maranhense, as ideias vigentes na época estavam representadas na imprensa local em constante dualismo, expressando rivalidades de pensamentos entre correntes: Maranhão com Portugal ou com o Brasil; o Maranhão com Imperador ou contra ele; o Maranhão com a Monarquia ou com a República. Nesse contexto, o aparecimento de um jornal era provocando pela circulação de outro, de partido e ideias diferentes. A idéia contraria proporcionava o surgimento de um novo jornal. O primeiro foi o “O Conciliador” (a parti de 1822), em oposição veio o “Folha Medicinal”; da ruptura (Folha Medicinal), surgiu o “Palmatória Semanal”; seguindo sucessivamente, sempre com a dualidade de opinião.
CONCLUSÃO:
Começando de forma tardia, como foi à imprensa brasileira. Até 1808, data da chegada de D. João VI, as letras impressas eram proibidas aqui. Portanto, faz com que no Maranhão também ocorra o atraso da imprensa local. Mas, a sua chegada teve influência no cenário local e nacional. O Maranhão deu grande contribuição à Imprensa nacional, bem como, recebeu dela influências nesse relacionamento; o período que vai de 1821 a 1841, marca a trajetória de uma fase de ouro da imprensa maranhense, quando ela começou a se projetar, pelo valor de grandes nomes que surgiram no jornalismo. Nesse período, destacam-se nomes de vários escritores marcantes na história do Estado, como João Lisboa, Sotero dos Reis, Odorico Mendes e outros. Os jornais locais eram o objeto de debates dos políticos no Estado; divulgavam a opinião dos seus membros e apoiadores; eram contrários, ou favoráveis, ao regime vigente. O dualismo de idéias era a tônica do conteúdo do jornal.
Palavras-chave: Imprensa no Maranhão, Jornalismo no Maranhão, Historia do Maranhão..