63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 3. Comunicação Visual
CULTURA DA IMAGEM E GERAÇÃO DE IMAGEM: ARTE, DESIGN E FOTOGRAFIA
Maria Eliana Facciolla Paiva 1
Maurício Lissovsky 2
1. UFRJ
2. Prof. Dr. / Supervisor - ECO-UFRJ
INTRODUÇÃO:
O objetivo da pesquisa em Pós-Doutorado foi entender o que chamamos de a ‘cultura da imagem’ na passagem para a ‘geração de imagem’, com base no estudo dos processos da comunicação e de expressão do objeto visual que transita agora em direção à convergência das mídias e da cibercultura. Estuda a normatização da disciplina design, assim como a relação documental com a evolução da fotografia como sistemas de imagem que coabitam em composições as matrizes visuais. A arte vincula-se à maneira de elaboração da imagem técnica, sabendo que funciona como fermento cultural dos projetos de imagem. O trabalho focaliza o design gráfico, especialmente, e a fotografia como processo auxiliar de composição. Tendo em vista dois sistemas que produzem imagens técnicas ligadas, eventualmente, aos mesmos suportes e com isso à economia do mercado e ao consumo. A pesquisa insere-se na atualidade do pensamento que abrange as relações engendradas pelos projetos em design, numa visão e acompanhamentos de suas etapas de formulação. Refere-se a necessária normatização do design enquanto disciplina científica cujos meios de produção são determinados atualmente por ferramentas desenvolvidas no meio informático e computacional.
METODOLOGIA:
Os procedimentos se preocuparam em primeiro estabelecer os vínculos e objetivos atuais dos processos projetivos que engajam o estudo dos objetos e os processos da comunicação através do design. Foi necessário resgatar as sequências que promovem a exemplaridade da identidade disciplinar conveniada pelo design na criatividade (através do estudo dos procedimentos e épocas de criação na arte) e na relação reversão documental entre a fotografia analógica e digital (através do estudo da evolução das técnicas fotográficas). Foi, também, preciso entender, através do levantamento dessa documentação da evolução histórica, que inclui as escolas de design, e de que maneira o design gráfico vincula-se à arte e à fotografia. Além do perfil documental que pode vir a ser engajado como um material a mais desenvolvendo o design como artefato artístico. O trabalho considerou a equiparação técnica e tecnológica quando, atualmente, as imagens analógicas passam por processamentos digitais que a modelizam e a modificam nos dispositivos informáticos reunindo do original à reprodução para um novo projeto e programação, em um mesmo sistema computacional e numa continuidade de coabitação do mesmo suporte. Entende-se que quando se faz a passagem de um sistema a outro não se interrompe o sistema informativo da imagem, mas pode sim acrescentar, fragmentar, alterar, detalhar e modificar. Como o processo é cumulativo não acontece de um estágio de desenvolvimento técnico se interromper e outro continuar.
RESULTADOS:
O resultado principal foi entender que ‘cultura da imagem’ nas etapas de experimentação, emancipação e conhecimento. A imagem do objeto é elaborada e faz parte da realidade humana, dentro do aspecto da criação cultural, quase como documento na transcrição da idéia visual de uma representação informativa. A discussão identifica no design a apresentação da imagem formatada e normatizada a partir da cultura humana. Criada por dispositivos mecânicos, técnicos e tecnológicos, estabelece as relações do sistema de comunicação da imagem e concluí que ele se mostra atemporal ocupando lugares de visualidade dos espaços informativos. Também envolvidos com suas épocas especificas de representação e, com a capacidade quase ilimitada de reprodução nos diversos meios produtivos. Nesse caso, a passagem da ‘cultura da imagem’ para a ‘geração de imagem discute as divergências entre ‘execução’, ‘projeto’ e ‘programação’. Quando podemos entender que a ‘execução’ pertence a quase uma manufatura de pouca disponibilidade tecnológica, o ‘projeto’ já faz parte de uma mediação do ensino e do saber, e, a ‘programação’ é sustentada por uma preordenação calculada e dinâmica que tende não mais preceder o projeto mas substituí-lo.
CONCLUSÃO:
A origem histórica do design gráfico e da fotografia, como geração de imagens estáticas, permite entender as linguagens e as teorias que se preocupam com o armazém de signos relacionais, os quais experimentam códigos e mudanças estruturais das tecnologias. A virada do século XIX e o sentido moderno das aplicações dos objetos incentivadas pela industrialização ajudam a investigar a estabilidade produtiva alcançada no século XX, dentro daquilo que a produção do design determina em sua ordem e correspondências. O resultado é demonstrado na atualização da relação que passa agora por estratagemas de ordem narativa das redes informáticas prevista pela era da comunicação. Atualmente a marca da moldura estética se desfaz sob a influência de uma ordem menos convencional da pós-modernidade e arte contemporânea. Conclui-se que duas questões determinaram os resultados da pesquisa: a primeira é sobre a questão formal dos códigos e a legitimidade cultural da evolução dos gêneros da imagem nas várias interpretações da modernidade e a entrada na sociedade informacional. E a segunda é o papel essencial na especialização das imagens técnicas, principalmente, quanto à orientação da funcionalidade enquanto produto da criação que resultam em objeto reprodutível ou peça de comunicação num período conhecido como da cibercultura.
Palavras-chave: ‘Cultura da imagem’, ‘Geração de imagem’, Arte, fotografia e design.