63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia |
NOTA SOBRE A ALIMENTAÇÃO DE Stellifer rastrifer (JORDAN, 1889) (ACTINOPTERYGII: SCIAENIDAE) NA PRAIA DO MALHADO, ILHÉUS (BAHIA). |
Paulo Roberto Duarte Lopes 01 Jailza Tavares de Oliveira-Silva 01 Luiza Teles Barbalho Ferreira 02 Ideval Pires Fernandes 03 |
1. Universidade Estadual de Feira de Santana 2. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 3. Universidade Estadual de Santa Cruz |
INTRODUÇÃO: |
Os peixes do gênero Stellifer Oken, 1817, pertencentes à família Sciaenidae e conhecidos como cangoá ou canganguá, são pequenos (no máximo 25,0 cm de comprimento) e de corpo oblongo e, ao menos, moderamente comprimido sendo semelhantes em sua morfologia e distribuição. S. rastrifer atinge 25,0 cm de comprimento, se distribui desde a Colômbia até pelo menos o estado de Santa Catarina (sul do Brasil), é abundante mas tem pouco ou nenhum valor no mercado e em algumas áreas geralmente não é comercializado mas os maiores exemplares são consumidos ou ainda não são comercializados para consumo mas podem ser usados principalmente na manufatura de subprodutos. |
METODOLOGIA: |
A Praia do Malhado, localizada na zona urbana da sede do município de Ilhéus, está sob influência do Porto do Malhado (o maior do sul da Bahia) e não é própria para banho devido aos dejetos que chegam através de um canal que corta bairros da cidade mas sustenta, através da captura de peixes e crustáceos, vários pescadores artesanais e agregados. O material utilizado neste estudo foi coletado com rede de arrasto manual denominada calão em junho (21 exemplares) e novembro (1) de 2005 e em dezembro (41) de 2006. Após a captura, os peixes foram congelados até serem examinados para confirmação da identificação, fixados em formol 10% e transferidos para álcool 70%. Cada indivíduo teve o comprimento total (CT) determinado e foi dissecado para retirado do estômago e exame do seu conteúdo e das gônadas para identificação do sexo e do estágio de maturação gonadal (quando possíveis). |
RESULTADOS: |
Foram examinados 62 exemplares de S. rastrifer cujos CT´s variaram entre 48,0 mm e 130,0 mm. Em relação ao sexo, predominaram fêmeas em estágio B de maturação (54,0%) e indeterminados (34,9%). Foram identificadas 7 categorias alimentares. Apenas 1 estômago encontrava-se vazio. Quanto à freqüência de ocorrência (f.o.), predominaram Crustacea Decapoda Dendrobranchiata (camarões) e Crustacea Decapoda (48,4% cada) e matéria orgânica digerida (43,5%). No que se refere à frequência numérica (f.n.), camarões (55,2%) e Decapoda (35,0%) também foram dominantes. As demais categorias alimentares identificadas (e suas respectivas frequências) foram: restos de vegetais superiores (f.o. de 14,5%), Actinopterygii Teleostei (f.o. de 9,7% e f.n. de 4,3%), Crustacea não identificados (f.o. de 4,8% e f.n. de 1,8% e escamas de Teleostei (f.o. de 3,2% e f.n. de 3,7%). S. rastrifer é citada como se alimentando de invertebrados bênticos. A maioria dos Teleostei ingeridos não pode ser identificada (apenas 1 pertencente à família Sciaenidae mas sem configurar canibalismo). |
CONCLUSÃO: |
A presença de restos de vegetais superiores e de escamas de Teleotei parece ser acidental sendo ingeridos juntamene com as presas de preferência de S. rastriferS. rastrifer se alimentar de organismos bentônicos também para a Praia do Malhado. |
Palavras-chave: alimentação, Stellifer rastrifer, Ilhéus. |