63ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 6. Fundamentos e Crítica das Artes
A RELAÇÃO ENTRE O GRUPO CONCRETO PAULISTA E OS INTEGRANTES DO GRUPO VANGUARDA DE CAMPINAS
Lívia Diniz Ayres de Freitas 1
Maria de Fátima Morethy Couto 2
1. Depto. de Artes Plásticas, Instituto de Artes – UNICAMP
2. Profa. Dra./ Orientadora – Depto. Artes Plásticas, Instituto de Artes – UNICAMP
INTRODUÇÃO:
Esta pesquisa insere-se dentro de um projeto maior que tem por objetivo central discutir como se deu a difusão do ideário vanguardista na cidade de Campinas – SP, entre os anos 1950 e 1970.
O enfoque centrou-se no estudo e discussão do interesse dos artistas do Grupo Concreto Paulista em relação ao Grupo Vanguarda de Campinas, através do resgate de dados sobre encontros entre os artistas dos referidos grupos, além da análise das exposições dos artistas campineiros no eixo São Paulo – Campinas e também fora dele, como a da Galeria da Folhas, em 1959, na qual Waldemar Cordeiro, integrante do Grupo Concreto Paulista, apresentou o Grupo de Campinas no catálogo da exposição.
METODOLOGIA:
Baseou-se no levantamento e estudo de documentos de época (textos críticos, artigos de jornal, catálogos de exposições, cartas e manifestos), registro fotográfico e análise de obras. A pesquisa apresenta também uma contextualização referente ao período artístico citado, para melhor inserir as questões e os desdobramentos dos dois grupos dentro desse cenário artístico.
RESULTADOS:
O levantamento e estudo realizado sobre o material coletado nas bibliotecas, acervos e arquivos das instituições visitadas, em São Paulo e em Campinas, apontaram dados relevantes acerca do objetivo da pesquisa, que se centrava na busca por evidências de encontros entre os artistas do grupo Vanguarda de Campinas e do grupo Concreto Paulista.
É importante ressaltar a presença de paulistanos, como Décio Pignatari e Waldemar Cordeiro, ambos envolvidos no grupo concretista da capital, na promoção de palestras e cursos na cidade de Campinas, no final da década de 1950, e também a participação de artistas do Grupo Vanguarda em importantes exposições na capital, como Salões Paulistas e Bienais.
Alguns catálogos e notas de jornais locais da época revelaram tais encontros, bem como a reação do público e da crítica em relação às exposições e palestras ocorridas.
CONCLUSÃO:
A relação entre capital e interior, dentro do cenário artístico da época, restringiu-se apenas ao pouco contato que os grupos mantiveram durante a década de 1950. O grupo campineiro atingiu relativa visibilidade em âmbito nacional devido ao contato e à participação dos paulistanos na promoção de seu trabalho em São Paulo e também outras cidades importantes, como, por exemplo, Belo Horizonte. É certo que o grupo de Campinas era heterogêneo quanto à produção de seus integrantes e tal fato foi ressaltado por artistas do grupo concretista da capital como a principal razão para que não tivesse ocorrido uma maior integração entre os grupos e até mesmo para o fim do grupo Vanguarda de Campinas.
Os campineiros deram continuidade às suas produções após a dissolução do grupo, envolvidos em suas pesquisas particulares, como já praticavam. O grupo paulistano, que esperava apoio do grupo de Campinas para difundir seus ideais concretistas pelo país, também acabou se dissolvendo.
Apesar disso, as obras por eles produzidas nessa época são de grande interesse do atual mercado de artes do país e, inclusive, fora dele.
Palavras-chave: Arte de vanguarda, Vanguarda em Campinas, Grupo Concreto Paulista.