63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
JOGO ACADÊMICO COMO ELEMENTO MOTIVACIONAL NO ENSINO DE MATEMÁTICA
Ildeflávio dos Santos Silva 1
Ivan de Oliveira Couto 2
Vinícius Santana Pedreira 3
Salmo Lima Costa 5
Valmir Henrique de Araújo 4
Roberta Maia Gomes 6
1. Prof. Esp. - Depto de Ciências Exatas - Faculdade Juvêncio Terra
2. Prof. Esp. Centro Integrado de Educação Navarro de Brito
3. Prof. Esp. - Depto de Ciências Exatas - Faculdade de Tecnologia e Ciência
4. Prof. Dr./Orientador - Depto de Ciências Exatas - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
5. Discente - Faculdade Juvêncio Terra
INTRODUÇÃO:
O desafio de ensinar, em qualquer nível, exige dos docentes, entre outras muitas características, conhecimento, capacidade técnica e sensibilidade. Ensinar disciplinas como às da área de exatas, pode tornar o desafio ainda maior. Quando falamos do ensino de tais disciplinas nos cursos de Ciências Humanas, tais como Administração e Psicologia, o desafio mantém-se grande. Alunos com grande deficiência na língua portuguesa e na base matemática começam sua graduação, temerosos, com disciplinas como Matemática Básica, Matemática Financeira e/ou Estatística. Se o resultado na primeira unidade letiva for negativo então, a confiança do aluno é muito comprometida. Quais recursos o professor poderá usar para resgatar a motivação dos alunos?
Nosso objetivo consiste em motivar os alunos, resgatando o prazer pelo estudo, oferecendo a possibilidade concreta de sucesso acadêmico nas disciplinas de exatas. Aplicando um jogo educacional que crie uma competição acadêmica entre os alunos, acreditamos que podemos modificar significativamente o comportamento do aluno, fortalecendo a relação com os colegas e professores, propiciando ganho de confiança e melhor desempenho.
METODOLOGIA:
O jogo acadêmico foi aplicado ao logo do ano de 2010, em 10 turmas do ensino superior, quatro do curso de Administração de Empresas, quatro do curso de Psicologia e duas do curso de Secretariado Executivo da Faculdade Juvêncio Terra, instituição privada da cidade de Vitória da Conquista, Bahia e também, em 3 turmas do ensino médio, para a disciplina de Física, do Centro Integrado de Educação Navarro de Brito, escola da rede estadual na mesma cidade. As turma foram divididas em grupo com no mínimo quatro e no máximo seis alunos, tentando fazer com que uma mesma turma tenha sempre grupos com quantidades iguais. Com base nos resultados quantitativos da primeira unidade, o professor seleciona os dois primeiros componentes de cada grupo, sendo um deles com ótimo aproveitamento e o segundo com “rendimento insatisfatório”. Os demais alunos serão selecionados, também pelo professor da disciplina, considerando a sociabilidade, a integração e o equilíbrio dos grupos.
RESULTADOS:
O principal objetivo dos grupos é o trabalho em equipe, a socialização do conhecimento, o ajuste da linguagem utilizada em sala, para que todos os alunos sejam alcançados. Os alunos são orientados em como se organizar para assistir as aulas, e em como auxiliar diretamente os colegas com maior dificuldade e menor rendimento quantitativo na unidade anterior. Vence o jogo acadêmico, a equipe que levar o colega com “rendimento insatisfatório” a obter a maior nota na unidade. Todos os integrantes dos grupos ficam com a mesma média na unidade. 10 (dez) pontos para a equipe vencedora, 9,0 (nove) para a segunda colocada e 8,0 (oito) para a terceira colocada. Caso o resultado individual seja melhor que o obtido com o grupo, o aluno ficará com sua nota particular. Assim, o aluno nunca será punido, o sim bonificado quando atingir o objetivo do jogo.
O aluno não é obrigado a participar da atividade, as aulas continuam a permitir e respeitar o individualismo de todos os discentes. Para os que aceitam o desafio, uma postura e coletividade é construída para que os objetivos da dinâmica proposta no jogo acadêmico seja alcançada.
Não poderá obter a vantagem da premiação o aluno que se ausentar das aulas mais de 2 (duas) vezes na unidade letiva ou bimestre, sem prejuízo para o grupo. Se, ao menos, um aluno do grupo for reprovado, um dos objetivos principais da dinâmica não será atingido, assim o grupo será, automaticamente, desabilitado da premiação.
CONCLUSÃO:
Cada nível de ensino exigiu uma abordagem própria, pois a contextualização para cada formação precisava ser específica. Grupos de estudos, uso de analogias, textos vinculados pelos portais de notícias na internet, auxílio dos professores de cada curso (que informavam o que era mais relevante em cada ementa), linguagem compatível com perfil dos alunos, jogos e dinâmicas de grupo; ferramentas que associadas permitiam realizar a inclusão da maioria desses discentes ao “mundo das exatas”.
Os resultados mostraram evolução quantitativa no rendimento de mais de 90% dos alunos, número bem superior, se compararmos com alunos de outras turmas (50%), não submetidos ao jogo acadêmico. Isso, independente do nível acadêmico. Já os resultados qualitativos foram muito melhores, mesmo em equipes que não conquistaram bonificação, o relato dos docentes indica melhora no comportamento, socialização, confiança dos alunos. Os professores afirmam que os alunos ficaram muito motivados, o que fez com que as ausências diminuíssem em mais de 200%. Os conteúdos foram trabalhados com uma linguagem simples e acessível e isso foi possível quando conseguimos envolver os alunos na construção dessa linguagem.
Palavras-chave: Ensino, Matemática, Física.