63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 5. História - 2. História do Brasil
HISTÓRIA E LITERATURA: ANÁLISE DA ECONOMIA AÇUCAREIRA EM PERNAMBUCO DO SÉCULO XIX NA OBRA “MENINO DE ENGENHO” DE JOSÉ LINS DO REGO
Valdilene Vieira dos Santos 1
Salania de Melo Barbosa 2
1. Centro de Estudos Superiores de Caxias - Universidade Estadual do Maranhão
2. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de História e Geografia - CESC/UEMA
INTRODUÇÃO:
O livro foi escrito em 1932, pelo então autor José Lins do Rego Calvacanti (Zé Lins) escritor do modernismo. Este destaca o final do século XIX, com todos os seus aspectos no que se refere à economia açucareira, durante e após a abolição da escravatura.
O presente artigo tem por objetivo analisar e dissertar o panorama da escrita de José Lins que é caracterizado fisicamente por se relacionar com a região nordestina, se atentando ao mundo rural, ligado as senzalas e ao mundo dos senhores de engenho. Observa-se o quanto o autor romancista procurava se ingressar dentro de suas escritas.
Notoriamente o período a que se fala é definido por se tratar de um período em crise, tanto nas vertentes políticas, quanto econômica, onde isto refletia nos modos de pensar e agir da sociedade.
E através de uma escrita narrativa detalhada que o romancista retratou peculiarmente “o ciclo da cana-de-açúcar” na região nordestina, especificamente em Pernambuco, relacionando com as mais relevantes diretrizes da cultura deste, utilizando como palco os engenhos da região que continha em sua tradição histórica o Brasil, no seu mais estrito resumo. Tal objetivo é sustentado por referencias que discutem a economia açucareira, tendo como principal fonte o livro menino de engenho de José Lins do Rego.
METODOLOGIA:
Para a realização deste trabalho foram selecionadas etapas imprescindíveis. A partir da literatura selecionada foi possível observar o quanto de riquezas e informações históricas que o livro é composto, pois além de descrever peculiarmente o ambiente que sustentava a economia naquele período, o livro menino de Engenho de José Lins do Rego é um registro literário perfeito para se observar as diretrizes que norteiam as características do século XIX no nordeste, desde a política à economia. Como substancial teórico utilizou-se livros que discutem a questão nordestina em geral, quanto fragmento desta região. Se atentando ao registro de conceitos tanto tradicionais quanto inovadores, tornou-se importante confrontar as várias discussões que se tem em torno deste ambiente tão polêmico de impressões e padrões nordestinos que podem ser perceptível nos dias de hoje através da imprensa. Tais livros fomentaram para a análise dos aspectos trazidos pelo livro através de uma escrita literária.
RESULTADOS:
Desde a colonização do Brasil, que sua economia é caracterizada por se estabelecer em etapas viciosa de desenvolvimento, que perpassam em períodos de sucessos e decadências. Literariamente José Lins procura relatar as visões tradicionais do século XIX e início do XX, onde esses fatos notoriamente faziam parte de uma cultura temporal de uma região, ou seja, esse seria um curso normal dos engenhos.
A história do engenho Santa Rosa, se resumia economicamente na produção açucareira e algodoeira a partir dos rastros da escravidão. Neste contexto se tem a despedida de todo um sistema econômico e social, onde a abolição da escravatura já havia se desvinculado teoricamente, pois a forte tradição nordestina repercutia além da vida cultural e social, estava principalmente direcionando os rumos da economia, mesmo que de maneira arrastada.
A presença da população negra no livro aponta para a forte atuação da tradição histórica no processo tanto social, quanto econômico, pois é a partir de personagens negros, que irão se atentar para a relação das práticas escravistas e as representações temporais da sociedade.
Essa literatura mostra entre outras coisas, como o romance de Lins não traça o convívio pacífico e sem preconceito entre senhores e escravos.
CONCLUSÃO:
O potencial dessa literatura está nas suas características peculiares regionalistas, onde o mesmo autor tem a visão lírica da escravidão; o cangaceiro, contraposto à modernização; os movimentos messiânicos, transformado em tema regional; o cangaceiro e o coronel tradicionais, apresentados como justos e paternais, embora violentos e terríveis quando tinham seus direitos e sua honra ameaçados a sua confiança traída; o sertão visto como repositório do caráter nacional.
José Lins do Rego apresenta o nordeste como um lugar de tradição, um espaço da saudade das práticas anteriores, onde a memória torna-se um bem coletivo, para ser repassado através da história oral, um método de conservação das lembranças, que são solicitadas nas mais diversas situações e ambientes coletivos sociais.
Dessa forma o reconhecimento da história de (uma literatura, economia de lugar, e em determinado tempo histórico) pode ser em diferentes documentos de manuseio do historiador, que resolve se debruçar neste para o desenvolvimento de uma pesquisa. A literatura aqui apresentada como documento abre suas páginas para oferecer o que há de mais informativo de conteúdo histórico. E com todo esse preparo de literato atento à história que José Lins do Rego escreve Menino de Engenho.
Palavras-chave: Economia, Literatura, Menino do Engenho.