63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia |
ESTUDO DO MECANISMO DE MORTE CELULAR DE COMPOSTOS DE RU FRENTE AO SARCOMA 180 |
Alessandra de Santana Braga Barbosa Ribeiro 1 Flávia de Castro Pereira 1 Paula Roberta Nunes 1 Hellen Karine Paes Porto 1 Cesar Augusto Sam Tiago Vilanova-Costa 1 Elisângela de Paula Silveira Lacerda 1,2 |
1. Instituto de Ciências Biológicas/Laboratório de Genética Clínica/ICBI/UFG 2. Profa. Dra./Orient.- Inst. de Ciências Biológicas/Lab. de Genética Clín./ICBI/UFG |
INTRODUÇÃO: |
O câncer é a segunda maior causa de morbidade e mortalidade entre a população mundial. Por esta razão, é evidente a necessidade do desenvolvimento de estratégias de tratamento mais eficazes. Nossos estudos se concentram na investigação de novas drogas com maior eficácia, ou seja, drogas que interajam de forma diferente com o DNA, o que pode levar à superação da resistência inata ou adquirida de certos tipos de tumores. O mecanismo de ação de várias drogas a base dos metais pesados são, hoje, foco de estudos devido a aumento de sua potência e redução de seus efeitos. Os complexos de platina são usados no tratamento de câncer testicular, de ovário, cabeça e pescoço, bexiga, mas sua eficácia é limitada, devido à resistência, toxicidade e pelo perfil farmacocinético celular. Tanto a química quanto a biologia destas drogas são estudas bem como seus efeitos citotóxicos de ligação com o DNA. Dentre os vários complexos a base de metais desenvolvidos, os complexos de rutênio (II) representam uma nova família de promissores agentes anticâncer. No presente estudo foi investigado a citotoxicidade e apoptose em Sarcoma 180 in vitro com um novo complexo de rutênio, Au16. |
METODOLOGIA: |
As células de Sarcoma 180 (1x105) foram cultivadas em placas de 96 poços e tratadas com várias doses de Au16 (0,1-100µM), para determinar a melhor concentração a ser analisada. Após a definição, foi feito novo cultivo de S180 em placas de 12 poços, e tratadas com Au 16 por 48 horas. A análise da morte celular (apoptose e necrose) foi realizada atráves de citometria de fluxo utilizando um citômetro FACSCallibur (Becton Dickinson, CA ,EUA) e o Kit de Anexina V da BD (Becton Dickinson, CA, EUA) seguindo o protocolo do fabricante .. Os resultados foram analisados usando média e desvio padrão, seguido da análise de ANOVA com software GraphPad Prism (GraphPad Software Inc, CA, EUA). |
RESULTADOS: |
Para a avaliação do potencial efeito de apoptose do complexo de rutênio Au16, o ensaio de Anexina V por citometria de fluxo foi realizado na linhagem celular Sarcoma 180 nas concentrações estabelecidas de 0,3, 0,6 e 1,2 µM. Foi observada uma resposta em apoptose no controle negativo de 5,4 ± 3,4 %, controle positivo 19,9 ± 0,7, enquanto nas concentrações de 0,3, 0,6 e 1,2 µM a percentagem foi de 5,1 ± 0,1%, 5,6 ± 0,8% e 91,87 ± 1,0%, respectivamente. As concentrações de 0,3 e 0,6 µM não foram estatisticamente significativas quando comparadas ao controle negativo. Contudo, a concentração de 1,2 µM mostrou um substancial efeito apoptótico sobre as células tumorais. Inibir o crescimento do tumor e induzir a morte nestas células tumorais acabam sendo estratégias terapêuticas ideais, pois a maioria dos tumores apresenta alguma falha em programar a morte da célula neoplásica. |
CONCLUSÃO: |
Podemos concluir que o Au16 possui efeito carcinogênico contra células de S180 in vitro, induzindo a morte celular programada. O composto também causou um significativo aumento em danos celulares nas concentrações testadas quando comparado com o controle negativo, o que pode estar associado com efeitos citotóxicos diretamente no DNA celular. |
Palavras-chave: Complexo de rutênio (II) AU16, Sarcoma 180, Citometria de Fluxo. |