63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 12. Neurociências e Comportamento - 1. Neurociências e Comportamento |
EFEITO DA INDUÇÃO DE DOR NA EXPRESSÃO DE ANSIEDADE POR CAMUNDONGOS ALBINOS (Mus musculus) EXPOSTOS AO LABIRINTO EM CRUZ ELEVADA |
Eliane Andreia dos Santos Oliveira 1 Luana Prado Morais 2 Claudio Herbert Nina-e-Silva 3 |
1. Curso de Ciências Biológicas - Instituto Federal Goiano 2. Instituto de Ciências Biológicas - Universidade Federal de Goiás 3. Prof. Orientador - Escola de Ciências da Saúde - Universidade de Rio Verde |
INTRODUÇÃO: |
Diversos trabalhos têm investigado as propriedades antinociceptivas de situações ansiogênicas de confinamento de roedores em braços abertos de labirinto em cruz elevada (LCE). No entanto, há na literatura controvérsia quanto à sensibilidade do LCE na detecção de ansiedade associada à estimulação nociceptiva pelo ácido acético. Desse modo, o objetivo principal do presente estudo foi avaliar o efeito da indução experimental de dor pelo ácido acético sobre a expressão de ansiedade em camundongos albinos submetidos ao LCE. |
METODOLOGIA: |
Os animais experimentais foram Mus musculus albinos, machos, com idade de 2 meses e pesando entre 22 e 31g. Os sujeitos foram distribuídos em dois grupos: ACA (n=7) e SAL (n=7). No grupo ACA os animais foram tratados com 0,1 ml/10g de ácido acético 0,6% i.p. No grupo SAL, os animais receberam injeção i.p. de salina. Para fins de habituação, 24 horas antes da aplicação do procedimento experimental, os animais de ambos os grupos foram expostos ao labirinto em cruz elevada (LCE) por 15 minutos. Uma hora depois da administração de ácido acético ou de salina, os sujeitos foram expostos, individualmente, ao LCE por cinco minutos. Registrou-se o tempo de permanência, em segundos, de cada um dos animais nos braços abertos e fechados do LCE. |
RESULTADOS: |
Observou-se diferença estatisticamente significativa (F1,12=57,09, p<0,05) na duração média dos tempos de permanência nos compartimentos do LCE entre os animais dos dois grupos. Os sujeitos do grupo ACA exploraram os braços abertos por mais tempo do que os sujeitos do grupo SAL. Esses resultados estão em desacordo parcial com a literatura. Estudos anteriores descreveram que camundongos submetidos a estímulos dolorosos agudos não apresentaram diferenças significativas nas medidas de ansiedade do LCE em relação a animais de controle. Contudo, vários estudos têm demonstrado que a remoção das vibrissas mistaciais de roedores aumenta o número de entradas e o tempo de permanência nos braços abertos. No presente trabalho, acredita-se que o ciclo de mioclonias sincrônicas e assincrônicas resultantes da administração do ácido acético tenha efeito semelhante ao da remoção das vibrissas, visto que as contorções poderiam interferir no tigmotatismo mediado pelos movimentos das vibrissas mistaciais. Essa possível alteração no tigmotatismo impossibilitaria o animal de rastrear adequadamente as superfícies verticais do LCE, o que poderia ser relacionado ao aumento da exploração dos braços abertos. |
CONCLUSÃO: |
Os presentes resultados evidenciaram que a indução de dor pelo ácido acético apresentou o efeito de redução da expressão da ansiedade no LCE. Sugere-se a realização de novos estudos que: 1) avaliem o efeito da exposição crônica a estímulos dolorosos na expressão da ansiedade; e 2) investiguem empiricamente a hipótese de influência das contorções resultantes da administração do ácido acético no tigmotatismo e, consequentemente, no comportamento exploratório de camundongos expostos ao LCE. |
Palavras-chave: Ansiedade, Dor, Comportamento Exploratório. |