63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 10. Educação Rural
ESCOLA, MOVIMENTOS SOCIAIS E COMUNIDADE: AGENTES DE FORMAÇÃO HUMANA
Marinês de Maria Ribeiro Rodrigues 1
1. Ifpa – Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Pará
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO
Neste artigo sintetizamos os resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi identificar como se dá a atuação dos movimentos sociais no campo e suas relações com o processo educativo, (entendido aqui em sentido mais amplo: a escola, os movimentos sociais e a comunidade) bem como analisar a trajetória de formação humana que esses atores estão produzindo como sujeitos comprometidos com ideais pedagógicos, humanizadores e libertários. O texto faz um resgate histórico do movimento STTRA (Sindicato dos Trabalhadores e trabalhadoras Rurais de Abaetetuba) enfatizando suas implicações na luta por uma educação no campo. Destaca como se desenvolve o processo democrático nas escolas do campo a partir da análise da estrutura organizacional e administrativas das escolas. Os resultados encontrados reforçam a constatação de que os movimentos sociais, a escola e a comunidade precisam estar envolvidos no processo educacional para que haja desenvolvimento no campo. Estas ideias estão na base da reflexão deste texto que pretende contribuir para que os problemas existentes no campo sejam resolvidos através da organização política e social desses sujeitos que imbricados em prol de melhorias, terão melhores condições de defender um modelo de sociedade próspera, solidária e de democracia ampliada.
METODOLOGIA:
MÉTODOS
A pesquisa tomou como foco três eixos integrados de saberes: movimentos sociais do campo, escolas do campo e comunidade, a fim de situar a relação dessas organizações com o processo democrático educativo, obedecendo à dinâmica da pesquisa (ação que é apresentada por Moreira e Caleffe (2006)) como uma intervenção importante não apenas para a prática, mas para a teoria da educação e do campo. Foi realizado um estudo amostral com 10 famílias assentadas pelo INCRA na localidade Rio Quianduba – Ilhas de Abaetetuba – região do Baixo Tocantins. Juntos aos sujeitos participantes foram aplicados questionários a fim de obter dados úteis para o direcionamento da pesquisa. Os autores Moreira e Caleffe (2006) comungam da ideia de que a pesquisa amostral ajuda a relatar com um grau mensurável de certeza os resultados, sem necessitar de uma grande amostra. Os resultados obtidos são importantes na construção de novos conhecimentos sobre a Educação do Campo na Amazônia paraense.
RESULTADOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Partimos da premissa de que os movimentos sociais do campo vêm se constituindo como sujeitos importantes na construção de uma educação a partir e no campo. Entretanto, analisando os dados obtidos nas entrevistas, afirmamos que há dificuldades na relação entre movimentos, escola e comunidade, resultadas de um processo educativo pautado em práticas antidemocráticas. Caldart (2004) afirma que se não há uma participação conjunta entre esses sujeitos não há ambiente educativo. Como mostra a pesquisa, essa participação coletiva é fundamental na construção de uma escola que tem como ideal ajudar as pessoas do campo a melhorarem suas condições de vida. Os elementos centrais que definem como se dá o processo educativo nas escolas como: currículo, avaliação, metodologia, gestão, entre outros, quando confrontados com os verdadeiros princípios filosóficos e pedagógicos da Educação do Campo, mostram que a educação desenvolvida no campo valoriza mais a cultura urbana em detrimento da local. Libânio (2004) diz que “é uma construção mediatizada pela realidade sócio-cultural e política”, ou seja, construída por seus próprios membros. É nesse sentido que acreditamos ser necessária a ação coletiva desses sujeitos organizados e em movimento, construindo e consolidando um fazer pedagógico diferente.
CONCLUSÃO:
CONCLUSÕES
É fato que as escolas do campo ainda não veem os movimentos sociais com sujeitos educativos. Ainda são muito conservadoras e resistentes a ideia de que eles têm um caráter educativo muito forte e que suas práticas objetivam a humanização e reconstrução das identidades sociais. Dessa forma, compreendemos que a interação entre movimentos sociais, escola e comunidade é fundamental para sustentar uma sociedade organizada, que luta para efetivar os direitos de sua população. Este é um dos desafios da Educação do campo, lutar pelos direitos sociais da sociedade camperina, bem como, o acesso a todos os níveis de educação, tendo em seus objetivos centrais a formação humana, entendendo a educação como estratégia para o desenvolvimento sustentável. Portanto, a tarefa principal desse coletivo é lutar pela construção política e pedagógica dos sujeitos do campo, consolidando-os com sujeitos que merecem respeito.
Palavras-chave: Escola, comunidade, movimentos sociais.