63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública |
FARMÁCIA CASEIRA E DESCARTE DE MEDICAMENTOS NO BAIRRO FIGUEIRINHA DO MUNICÍPIO DE XANGRI-LÁ – RS |
Márcia Cançado Figueiredo 1 Caroline Maria Bonacina 2 Cristina Boaz 2 Fabiana Kapper 2 Viviane Martinez Marset 2 Katia Valença Correia Leandro da Silva 3 |
1. Profa. Dra./ Orientadora - Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -UFRGS 2. Acadêmica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -UFRGS 3. Profa.Dra. Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -UFRGS |
INTRODUÇÃO: |
Ter medicamentos em casa pode parecer uma questão de previdência. No entanto, sua má armazenagem e descarte ou o fácil acesso de crianças a eles também pode se tornar um grande problema. Objetivos: Determinar a presença da farmácia caseira, documentar os medicamentos que a compõem, bem como os locais destinados ao armazenamento e, se esta população teria o conhecimento sobre o descarte dos mesmos. |
METODOLOGIA: |
Foi um estudo transversal junto a 104 famílias do bairro Figueirinha localizado no centro de um município litorâneo denominado Xangri-Lá no estado do Rio Grande do Sul. 340 famílias estavam cadastradas na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Estratégia Saúde da Família (ESF) Figueirinha e a coleta de dados realizou-se através de entrevistas nos domicílios, realizadas por seis profissionais da área de saúde que foram calibrados para tal, no período de fevereiro a dezembro de 2010. O responsável por cada família assinava um termo de consentimento informado autorizando a referida pesquisa. |
RESULTADOS: |
Dentre estas 340 famílias , foram visitadas 104, cujas idades dos moradores variaram da seguinte forma: 6 a 12 anos (45,75%);13 a18 anos(10,85%);19 a 60 anos (35,85%);de 60 anos(7,54%); 53,7% eram do gênero feminino e 46,3 do gênero masculino sendo que a renda familiar era menor que 1 salário mínimo em 59% dos entrevistados e a escolaridade prevalente para os chefes de família foi de 1º grau incompleto, representando 91,21%, já o analfabetismo foi baixo (6,73%). Em relação aos dados sobre as condições de moradias dessas famílias, verificou-se que em 56,1% das famílias o número de moradores por domicílio é de 3 a 5 indivíduos.A maior parte (51,9%) mora em casas de madeira e 65,2% dos indivíduos da amostra residem em casas com 3 a 5 cômodos.Todas possuíam diferentes tipos de medicamentos em casa, com predomínio dos atuantes no sistema nervoso central destacando-se os analgésicos e, em segundo lugar, aqueles atuantes no sistema cardiovascular, provavelmente devido à prevalência de hipertensão arterial verificada em um outro estudo na população trabalhada. A cozinha (93,8%) foi o principal local de armazenamento por ser de fácil visualização do mesmo a fim de não esquecer de ingeri-los.Foram encontrados em todas(100%) moradias uma farmácia caseira com medicamentos vencidos, e o descarte quando o faziam era no lixo comum(100%). Neste bairro não possui saneamento básico e, tão pouco, encontrou-se alguma legislação que regulamentasse o descarte de medicamentos em nível domiciliar. |
CONCLUSÃO: |
O conhecimento quanto ao tema abordado ainda é muito restrito e impede sua adequada organização em nível domiciliar. Evidencia-se aqui, o papel dos profissionais da área de saúde pública que é de fundamental importância, uma vez que deve orientar quanto ao armazenamento e descarte, capacitando os agentes comunitários de saúde (ACS) para encaminhar os medicamentos vencidos ao destino correto, visando evitar a exposição da população a riscos, bem como, mais ainda a contaminação do meio ambiente. |
Palavras-chave: Contaminação meio ambiente, Farmácia caseira, Descarte de medicamentos. |