63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 5. Zoologia Aplicada |
MACROBENTOS DA REGIÃO ENTREMARÉS DO COSTÃO ROCHOSO DA PRAIA MONTE AGHÁ, PIÚMA (ES): ANTES E DEPOIS DA REABERTURA DO CANAL PARA O MAR DO RIO RIO NOVO |
Marcos Pereira Lopes 1 Gilson Alexandre de Castro 2, 3 Clésio Castro da Silva 3 |
1. Acadêmico de Ciências Biológicas - Depto de Zoologia - ICB - UFJF 2. Prof./ Orientador - Depto de Zoologia - ICB - IFJF 3. Biológo voluntário - Núcleo de Estudos Biomas Costeiros - ICB - UFJF |
INTRODUÇÃO: |
As comunidades de costões rochosos, sobretudo as espécies incrustantes da região entremarés, desenvolvem-se em cinturões amplos e densos bem marcantes, conhecidos como zonas, à presença desses cinturões formados por invertebrados como cracas, mexilhões e ostras, além de espécies vegetais (algas), favorece a ocorrência de uma grande quantidade de espécies menores (fauna vágil ou acompanhante) que aproveita os diversos microhabitats formados. No Estado do Espírito Santo, em especial nas regiões costeiras, a ocupação urbana e industrial vem ocorrendo de forma acelerada e muitas vezes, desordenada e sem planejamento adequado. Desta forma, estudos que auxiliem na caracterização das comunidades marinhas são de extrema importância, na medida em que podem se tornar instrumentos de um monitoramento ambiental. Em virtude da insuficiência dos dados ecológicos sobre o ambiente estudado e da crescente atuação antrópica negativa nesse sistema, o presente estudo objetivou: fazer o levantamento da macrofauna bentônica de trechos do mesolitoral, com dados pretéritos e dados recentes ampliando o conhecimento sobre comunidades de costões rochosos; avaliando quantitativamente as populações incrustantes do costão analisado antes e após a reabertura do canal do rio Rio Novo. |
METODOLOGIA: |
O costão da praia Monte Aghá (20o 49’ 40,5” e 40o 41’ 23,6”) encontra-se situado no litoral sul do Estado do Espírito Santo, na baía de Benevente e o costão localiza-se a cerca de 500 metros deste canal reaberto. As coletas foram realizadas em 21 de julho de 2001(primeira amostragem), 02 de março de 2003 (segunda amostragem) e no dia 23 de julho de 2009 (terceira amostragem). Para as coletas no mesolitoral foram demarcadas ao longo de 10 metros do transecto horizontal e coletadas 5 amostras aleatórias no povoamento superior, como também 5 amostras aleatórias no povoamento inferior, efetuando raspagens no interior de cada uma das faixas marcadas por meio de um amostrador de alumínio com 10cm X 10cm de área, sendo as amostras inseridas no interior de sacos zip zap para a retenção do macrozoobentos. Os organismos foram mantidos na água do mar para o relaxamento e passadas 2 horas foram fixados em formalina a 10% e levados para o laboratório do Núcleo de Estudos de Biomas Costeiros do litoral Sul do estado do Espírito Santo, triados e identificados por meio de literatura especializada. A análise dos dados avaliou com base na composição específica a abundância, diversidade e equidade. |
RESULTADOS: |
Na primeira amostragem as abundâncias totais e relativas das espécies estiveram representadas respectivamente por 1485 (34.09%) espécimes de Brachidontes solesianus, 2806 (64,42%) espécimes de Chthamalus bisinuatus, 24 (0,55%) espécimes de Perna perna e 41 (0,94%) espécimes de Collisella subrugosa. Na segunda amostragem no costão rochoso da praia Monte Aghá a abundância (total e relativa) foram de 2483 (51,91%) espécimes de B. solesianus, 1976 (49,80%) espécimes de C. bisinuatus, 2 (0,04%) espécimes de P. perna e 2 (0,04%) espécimes de C. subrugosa. Na terceira amostragem no costão da praia Monte Aghá esteve presente 2665 (82,97%) espécimes de B. solesianus,, 487 (15,15%) espécimes de C. bisinuatus e 60 (1,87%) espécimes de C. subrugosa. Quanto à diversidade e a equidade variaram respectivamente de 1,25 bits/indivíduo na segunda amostragem e a menor de 0,74 bits/indivíduo na terceira amostragem e de 63% na segunda amostragem a 47% na terceira amostragem. A similaridade demonstrou que as amostragens na primeira amostragem foi mais similar à amostragem da segunda amostragem, do que em relação a terceira amostragem. Essa similaridade provavelmente deve-se ao fato dessas coletas apresentarem valores de abundância de organismos relativamente semelhantes. |
CONCLUSÃO: |
No presente estudo ocorreu um aumento de Brachidontes solesianus e um decréscimo de Chthamalus bisinuatus, evidenciando que a abertura do canal de acesso para o rio Rio Novo esteja influenciando na abundância (total e relativa) destas espécies. |
Palavras-chave: Macrobentos, entremarés, estuário. |