63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
ARTRÓPODA ARBORÍCOLA DE UM FRAGMENTO FLORESTAL NA ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL TARUMÃ/PONTA NEGRA DA CIDADE DE MANAUS/AM
Esmeraldina da Gama Bomfim Kubatamaia 1
Elisiana Pereira de Oliveira 1
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Coordenação de Pesquisas em Ecologia, Manaus – AM
INTRODUÇÃO:
Áreas Protegidas desempenham um importante papel na conservação da biodiversidade e na manutenção de fragmentos florestais urbanos. As condições ecológicas estão associadas às baixas variações térmicas e ao refúgio para fauna, o que permite identificar locais de maior potencial às pressões urbanas.
A densidade e a diversidade de grupos de artrópoda fornecem informações sobre determinados impactos ambientais, podendo auxiliar na qualidade do ambiente, já que podem responder como potenciais indicadores dos processos de alterações ambientais. Isso é devido a elevada diversidade em ambientes preservados.
Variações na densidade e diversidade se dão em função de seu grau de especificidade no uso de hábitats e recursos alimentares. Artrópoda arborícola desempenha um importante papel ecológico na composição da vegetação, utilizando-as como potencial abrigo e reprodutivo, colaborando também, na defesa das plantas ao reduzir a herbivoria.
A diversidade de recursos das plantas é expressa através do número de ramificações, tamanho e forma das folhas e tem sido considerada como uma das principais variáveis na determinação da abundância e diversidade de artrópodes.
Este trabalho teve por objetivo determinar a diversidade de artrópodes arborícolas de um fragmento urbano na cidade de Manaus.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado no fragmento florestal nas proximidades do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes da APA Tarumã/Ponta Negra. A área é constituída de um espaço geográfico de floresta primária próxima à zona urbana da cidade de Manaus. Foram realizadas três amostragens utilizando-se a metodologia do guarda-chuva entomológico, em 10 plantas de diferentes espécies, medindo até 2,5 m de altura em um transecto de 100 m. Os animais foram obtidos balançando-se vagarosamente os ramos por 30 segundos com duas repetições em cada planta, provocando a queda dos artrópodes coletados com auxílio de pinceis umedecidos em álcool comercial e armazenados em vidros contendo álcool 80% glicerinado. Após as coleta o material foi levados para o laboratório de Pedobiologia, triados e identificados ao nível de grandes grupos.
RESULTADOS:
Foi obtido um total de 707 invertebrados, com 362 indivíduos (12 grupos) no mês de janeiro, 215 indivíduos (11 gru-pos) no mês de abril e 130 indivíduos (12 grupos) em setembro, havendo um declínio na densidade dos invertebra-dos. Collembola foi dominante somente no primeiro mês da coleta, enquanto Aranae apareceu com elevada densidade nos três meses de amostragem e Formicidae apareceu com densidade apenas nos dois primeiros meses do estudo. Os artrópodes têm o solo como seu hábitat principal, entretanto alguns grupos podem ser encontrados explorando extratos superiores das plantas. Neste estudo, alguns grupos foram encontrados com frequência em folhas de plantas e são considerados herbívoros, destacando-se: Coleoptera com 28 indivíduos; Orthoptera com 17, Homoptera com 15 indivíduos e Hemiptera apenas com dois. Outros artrópodes não herbívoros também se destaca-ram em elevada densidade, citando Psocoptera (18), Blatodea (14), Diptera (11), Diplopoda (1), Pseudo-escorpião (1) e Thysanoptera (2). Essas diferenças podem estar associadas às características morfológicas das plantas e a época do ano, o que sugere que alguns destes invertebrados possam estar apenas visitando as plantas, utilizando-as como abrigo, para reprodução ou realizando seu papel de predador.
CONCLUSÃO:
Os fragmentos florestais urbanos podem ser considerados de fundamental importância na manutenção da biodiversidade biológica. Portanto, preservar os fragmentos florestais urbanos é determinante para a preservação da comunidade da fauna, tanto terrestre, quanto arborícola. A metodologia empregada não mostrou eficiência para os insetos alados por serem de grande mobilidade.
Palavras-chave: Insetos, conservação da biodiversidade, guarda-chuva entomológico.