63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS OBSERVADAS EM CRECHES MUNICIPAIS DE CAMPINA GRANDE – PB.
Germano de Sousa Paulino 1
Viviane Arruda Martins 1
Jacqueline Santos da Fonsêca Almeida Gama 2
1. Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual da Paraíba – UEPB
2. Profa. Ma./Orientadora – Departamento de Enfermagem – UEPB
INTRODUÇÃO:
As creches desempenham papel fundamental nas condições de saúde das crianças que as frequentam, uma vez que é um ambiente especialmente criado para oferecer cuidados integrais de higiene, alimentação, educação e saúde. A qualidade higiênico-sanitária dos alimentos é da máxima importância em creches, pois as crianças são um dos grupos sociais com maior susceptibilidade às doenças transmitidas por alimentos. O objetivo deste estudo foi verificar as condições higiênico-sanitárias de creches públicas municipais de Campina Grande - PB.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido nas creches públicas vinculadas à Secretaria de Educação, Esporte e Cultura (SEDUC) de Campina Grande-PB, no período de abril a setembro de 2010. Para selecionar as creches participantes do estudo, realizou-se um levantamento das instituições junto à Prefeitura Municipal e por critério de acessibilidade foram selecionadas 15 creches todas localizadas na área urbana, sendo entrevistadas 15 funcionárias responsáveis pelo preparo e distribuição dos alimentos. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um roteiro estruturado de observação com os itens considerados indispensáveis ao bom funcionamento e segurança no preparo das refeições produzidas pelas instituições, baseados na literatura científica e na Portaria nº 2.535/03 da ANVISA. Foram respeitados os aspectos éticos da Resolução 196 de 10 de outubro de 1996, preconizada pelo Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
RESULTADOS:
As creches demonstraram adequação da maioria dos procedimentos realizados quanto à higiene e conservação dos alimentos. Constatou-se, em 20% das instituições, o armazenamento de carnes sem etiqueta de identificação do produto e sem data de validade, em relação ao descongelamento das mesmas observou-se procedimento incorreto em 13,3% das creches. Procedimento inadequado quanto ao tempo de espera para servir o alimento foi encontrado em 33,3% das creches. Quanto às práticas de higiene dos manipuladores constatou-se a ausência de máscara em 60% das merendeiras e em 26,7% observou-se o uso de esmalte e descuido com as unhas. O uso de celular dentro da cozinha foi observado em 13,3% das creches. Acerca dos cuidados com a saúde os resultados demonstraram que 73,3% das merendeiras não realizavam exames médicos periodicamente e 26,7% das mesmas relataram não terem recebido nenhum treinamento institucional que as capacitasse para desempenhar tal função. A instrução dos manipuladores de merenda escolar é uma condição fundamental para evitar contaminações e consequentemente assegurar a qualidade dos alimentos produzidos.
CONCLUSÃO:
Ao final do trabalho foi possível verificar que as condições de higiene no local de produção e distribuição podem representar riscos para os alimentos, equipamentos e utensílios. Pela importância no processo da alimentação escolar, é necessário que as merendeiras estejam capacitadas tanto no preparo e distribuição da alimentação, como também, tenham conhecimentos e cuidados de higiene pessoal, ambiental, operacional e do próprio alimento. Com este estudo almejamos a melhoria nas condições higiênico-sanitárias da produção, tornando possível promover maior qualidade dos alimentos, servindo de referência para aplicação das boas práticas de manipulação.
Palavras-chave: Condições higiênico-sanitárias, Creche, Boas práticas de manipulação.