63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos |
A INCLUSÃO DIGITAL DOS AGRICULTORES(AS) DO ASSENTAMENTO MARIANA, EM PALMAS, TOCANTINS. |
Adila Maria Taveira de Lima 1 Keila Barbosa Milhomem 2 Conceição Aparecida Previero 2 Cristina D'Ornellas Filipakis Souza 2 |
1. Universidade Federal do Tocantins - UFT 2. Centro Universitario Luterano de Palmas - CEULP/ULBRA |
INTRODUÇÃO: |
Criado no ano de 2000, o Assentamento Mariana está localizado acerca de 15 quilômetros da Capital do Estado. É formado por 14 famílias impactadas pela construção da Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães (UHE-Lajeado) que viviam às margens do Rio Tocantins. A população permanente do Assentamento Mariana perfaz aproximadamente 70 moradores, que tem como principal fonte de renda a agricultura e a olericultura. Entre os anos de 2008 a 2010, foi desenvolvido o projeto Transferências Tecnológicas para a Conservação de Grãos e Sementes-Transtecon, que dentre suas atividades traçou um perfil socioeconômico dos moradores residentes no assentamento, identificando, dentre os entrevistados, que a predominância é de moradores com o ensino fundamental incompleto, seguido pelo ensino médio completo, três possuem ensino superior completo e dois com ensino superior incompleto. O Projeto contemplava diversas ações, dentre elas cursos de capacitação aos moradores. Buscando atender as necessidades da comunidade local, foi apresentada uma lista de nove cursos possíveis de realização, solicitando que os moradores escolhessem aqueles que mais interessavam aos agricultores. Dentre os apresentados, o que teve maior preferência foi o de noções básicas de informática. |
METODOLOGIA: |
O curso foi identificado através de questionário próprio contendo várias temáticas, onde os moradores puderam assinalar os que mais despertassem seus interesses. Após este levantamento houve o planejamento, considerando a realidade do público alvo, e execução do curso de Noções Básicas de Informática. Foi realizado no laboratório de Informática do Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA, em três turmas, agrupados por faixa etária. Sendo a primeira turma, realizado no período de 24 a 28 de agosto de 2009; a segunda turma no período de 31 de agosto a 03 de setembro de 2009 e a terceira no período de 09 a 12 de março de 2010. A carga horária de cada turma foi de 20 horas, sendo que foram disponibilizadas um total de 40 vagas. O transporte dos participantes foi proporcionado pela instituição executora do projeto (CEULP/ULBRA), que destinou um veículo adequado para a locomoção dos inscritos, todos os dias no trajeto de ida e volta ao assentamento. O curso foi elaborado e acompanhado por uma professora mestre do Curso de Sistemas de Informação da referida instituição. A metodologia utilizada para o alcance dos objetivos foi à explanação teórica, seguida de exercícios práticos no computador, para melhor assimilação do conteúdo. |
RESULTADOS: |
Foram capacitados 34 moradores, com resultados satisfatórios, de acordo com as avaliações ao término do curso. Dentre os inúmeros comentários escritos pelos próprios participantes, destacamos na íntegra os seguintes: “Professora Conceicao, grassas a sua boa vontade e o desimpenho dos professores estamos aprendeno obrigado”; “Tem muitas pessoas q nâo tem oportunidades, hoje aqui estamos tendo uma oportunidade. Obrigada”; “O curso nos deu oportunidade de ver coisas novas, porque a comunidade aqui ainda é precária”. Houve quem disse “Que nunca havia sentado na frente de um computador”. Pode-se destacar que a inclusão digital a estes agricultores, permite o acesso a informações que auxiliam nos trabalhos desenvolvidos naquela comunidade, bem como, a possibilidade de busca de informações pertinentes à agricultura familiar. Este curso foi realizado com o objetivo de levar conhecimento de computação a pessoas que, pela exclusão social, ficaram às margens deste avanço tecnológico, promovendo assim a inclusão digital dos moradores, o que foi constatado o resultado. |
CONCLUSÃO: |
A partir da proposta observou-se a importância de levar conhecimento e acessibilidade digital a uma comunidade, até então, carente destes meios. Lançou-se um olhar diferenciado para os aspectos sociais que envolvem os moradores, tornando-se um referencial para a busca de novos conhecimentos, que vão além do que é visível e palpável, evidenciando que para um processo de trabalho ser reconhecido como tal faz-se necessário somar o saber popular e tecnologia. Os resultados desta ação evidenciaram ainda que, sair dos nossos laboratórios, ultrapassar os muros da academia, conhecer novas culturas e principalmente as diferenças, não é uma tarefa fácil, porém é gratificante pela experiência e interação prática proporcionada à comunidade local. |
Palavras-chave: Inclusão, Capacitação, Agricultores. |