63ª Reunião Anual da SBPC |
B. Engenharias - 1. Engenharia - 2. Engenharia Biomédica |
ESTUDO COMPARATIVO PRELIMINAR ENTRE O EXOFTALMÔMETRO COM SISTEMA TRIDIMENSIONAL DE POSIÇÃO E O DE HERTEL. |
Stéphanie de Almeida Fontanelli 1 Vagner Rogério dos Santos 2 Paulo Góis Manso 3 Paulo Schor 2 |
1. Graduanda de Tecnologia Oftálmica - UNIFESP 2. Departamento de Oftalmologia, Setor de Bioengenharia Ocular- UNIFESP, São Paulo 3. Orientador. Departamento de Oftalmologia, Setor de Orbita - UNIFESP, São Paulo. |
INTRODUÇÃO: |
A proptose é a protrusão anormal de um ou de ambos os olhos. O grau de protrusão do globo ocular é avaliado com o auxílio de um instrumento chamado exoftalmômetro, utilizado para medir o deslocamento anterior do globo ocular, a fim de diagnosticar doenças orbitárias ou acompanhar a evolução da proptose. Em 1905, Hertel, inventou um instrumento, utilizando-se de um prisma, construído para que as fendas palpebrais ficassem perpendiculares a uma escala de medida, e com isso medir o ápice da córnea. O exoftalmômetro de Hertel faz a medida da projeção do globo ocular do bordo lateral da órbita até o ápice da córnea, desde que o aparelho esteja apoiado na borda lateral. O princípio de Hertel é a melhor solução até hoje,desenvolvida, porém somente o apoio na borda lateral orbital não é o suficiente para posicionar corretamente o aparelho. O posicionamento incorreto altera o ângulo de reflexão do ápice da córnea sobre a escala de leitura, inferindo um erro de paralaxe, quando a imagem da córnea é sobreposta à escala de leitura. O objetivo deste estudo preliminar é testar o Protótipo de um Exoftalmômetro com Sistema de Posicionamento Tridimensional desenvolvido e patenteado no Brasil, comparando-o com o exoftalmômetro de Hertel considerado como padrão ouro para este tipo de exame. |
METODOLOGIA: |
Desenvolveu-se um estudo prospectivo e randomizado no setor de Órbita do Departamento de Oftalmologia da UNIFESP. Foram avaliados 30 voluntários adultos de ambos os sexos, sendo 21 do sexo feminino e 9 do masculino, apresentando idade variando 17 a 41 com a média de 22,4 anos. Dos voluntários 50% eram caucasianos, 23,33% pardos e 26,66% orientais. Todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e responderam a um questionário elaborado para a inclusão no estudo. Os pré-requisitos para a participação foram: ausência de alterações oculares e queixas visuais, ter Acuidade Visual - AV igual a 1,0 em ambos os olhos com a melhor correção, não possuir histórico familiar de doenças oculares hereditárias e nem cirurgia oftalmológica prévia em um ou ambos os olhos. |
RESULTADOS: |
Os valores médios encontrados foram calculados pela média aritmética das medidas realizadas em mm Olho Direito – OD e do Olho Esquerdo – OE utilizando-se o Protótipo e o exoftalmômetro de Hertel. HertelOD 16,74 ±1,74, ProtótipoOD 14,792±1,74, HertelOE 17,02 ±1,79; ProtótipoOE 14,42±1,58. A variação dos resultados foi calculada pela subtração dos valores médios calculados: HertelOD - ProtótipoOD →ΔOD= -1,95±0,12 e HertelOE - ProtótipoOE →ΔOE= -2,6±0,16. Para os valores de base: HertelbT 98,13±3,73 e ProtótipobT 105,23±4,58. A variação dos resultados dos valores de base foi calculada pela subtração dos valores médios obtendo-se: HertelbT - ProtótipobT→Δb T= -7,10±0,86. |
CONCLUSÃO: |
Os valores medidos pelo protótipo apresentaram uma variação de leitura para menos de 2mm, sendo o olho esquerdo o que apresentou maior diferença. A variação na comparação entre o Protótipo e o Exoftalmômetro de Hertel demonstra que os valores medidos pelo protótipo apresentam um desvio padrão menor ou igual ao de Hertel, evidenciando que a precisão entre os dois aparelhos é similar tendendo a um aumento de precisão. O estudo deve aumentar o n de sua amostra para verificar se realmente o protótipo possibilitou um aumento da precisão do exame. |
Palavras-chave: Bioengenharia Ocular, Exoftalmômetro, Confiabilidade.. |