63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 2. Manejo Florestal
Ácido abscísico, altura e área foliar em plantas jovens de ipê-amarelo submetidas ao alagamento
Williams Sousa de Ávila 1
Daniela Viana da Costa 1
Railan do Nascimento Ferreira 1
Eldenira Barbosa Uchôa 1
Gustavo Antonio Ruffeil Alves 1
Allan Klynger da Silva Lobato 1
1. Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada-UFRA
INTRODUÇÃO:
O ipê-amarelo é uma espécie muito utilizada na recuperação de áreas desmatadas, principalmente em áreas degradadas pela exploração petrolífera na Amazônia. Entretanto, vários problemas têm ocorrido na sua utilização, principalmente morte de espécimes no período chuvoso, devido a compactação dos solos ocasionando a inundação dos mesmos, que é ocasionada por diversos fatores tais como enchentes, tempestades, drenagem deficiente. Em plantas sensíveis, a inundação reduz o crescimento e a sobrevivência.
O aumento da concentração de ácido abscísico (ABA) no xilema que ao transportar o ABA acumulado pode levar ao fechamento dos estômatos nas horas mais quentes do dia e redução no crescimento das folhas, enquanto o crescimento das raízes é mantido. Esses fatores afetam processos metabólicos primordiais a sobrevivência dos vegetais, como as trocas gasosas foliares, as relações hídricas, absorção de macro e micro nutrientes, a partição e translocação de foto assimilados, a produção de biomassa, altura da planta área foliar e outros. Com isso, o objetivo deste trabalho é avaliar o nível de ácido abscísico, altura e área foliar em ipê-amarelo sob condição de alagamento.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade Federal Rural da Amazônia (01º27’S e 48º26’W), usando como material vegetal plantas jovens de Ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson) com 7 meses de idade, no qual foram colocadas em vasos com capacidade de 30 L contendo o substrato citado anteriormente, sendo as plantas aclimatadas nas condições descritas pelo período de 20 dias. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com 2 condições hídricas (controle e alagamento), tendo 15 replicatas e totalizando 30 unidades experimentais, com cada unidade tendo 1 planta vaso-1.Foram mensurados o nível de ácido abscísico por ROSS et al.(1995). As amostras de folhas e raízes foram coletadas no mesmo horário em que foram realizadas as análises de trocas gasosas. Foram coletados cinco discos foliares de 1,25cm de diâmetro completamente expandidas do terceiro ou quarto par a partir do ápice e cinco gramas de raízes foram coletadas aleatoriamente no sistema radicular de plantas. Avaliou-se a altura da planta da superfície do solo até seu ápice. A área foliar foi determinada usando um medidor portátil de área foliar (modelo AM300, ADC equipaments), e o resultado expresso em mm2.
RESULTADOS:
Os níveis de ácido abscísico (ABA) presentes nas folhas das plantas controle e alagamento foram 38,42 e 4,62 ng g-1 MS, respectivamente. Já nas raízes as concentrações de ABA foram 60, e 8,13 ng-1 MS nos tratamentos controle e alagamento, respectivamente. Em relação as altura da plantas, também ocorreu diferença significativa entre as plantas sob alagamento e controle que apresentaram 49,0 e 58,0 cm respectivamente, caracterizando um acréscimo d e 15,5 % em relação as plantas controle, Em relação à área foliar ocorreu novamente diferença significativa entre os tratamentos, sendo que as plantas controle, sob alagamento apresentaram 203,1; 92,4 mm2, respectivamente, caracterizando um decréscimo de 54,5 % nas plantas sob alagamento.
Nas plantas sob alagamento ocorreu uma diminuição do crescimento, quando comparado ao controle, o qual foi considerado uma resposta à redução no consumo de energia, ocasionado pela restrição de gases na parte subterrânea, enquanto que a altura das plantas controle manteve um aumento contínuo durante o experimento. ar.
CONCLUSÃO:
A concentração de ABA na área foliar foi significativa entre os tratamentos controle e estresse, sendo que as plantas alagadas obtiveram valor inferior uma vez que o ABA atua na tentativa de evitar perdas de água para o meio, o que não e ocorre no alagamento. O ABA atua na redução da parte aérea e crescimento radicular para evitar a perda excessiva de água por transpiração nas folhas bem como buscar novas fontes de água pelo sistema radicul Em relação a altura das plantas e área foliar as plantas alagadas apresentaram os menores índices.
Palavras-chave: ABA, Alagamento, Tabebuia serratifolia.