63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina
EFEITOS DA ATORVASTATINA NO PROCESSO INFLAMATÓRIO SUBCLÍNICO NO TECIDO ADIPOSO DE ANIMAIS OBESOS
Mateus Paquesse Pellegrino 1
Nicole Haddad 1
Andrea Moro Caricilli 1
Bruno de Melo Carvalho 1
Mário José Abdalla Saad 2
1. Departamento de Clínica Médica – Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP
2. Prof. Dr. / Orientador – Departamento de Clínica Médica – Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP
INTRODUÇÃO:
A diabete melito tipo 2 é uma doença que acomete grande parte da população ao redor de todo o planeta. Muitos estudos já investigaram a relação entre a diabete e a obesidade e concluíram que ambas estão intimamente relacionadas. Um dos fatores gerados pela obesidade que pode desencadear a diabete melito tipo 2 é a infiltração de macrófagos no tecido adiposo. Tais células secretam citocinas inflamatórias que, através de vias metabólicas e inflamatórias, como a via da JNK e da IκK, podem levar a uma resistência à insulina. Estudos já comprovaram que a atorvastatina e outras estatinas melhoram os resultados do teste de tolerância à insulina em animais obesos resistentes à insulina. Porém, ainda não se conhece completamente o mecanismo pelo qual essa classe de medicamentos medeia esse efeito. O objetivo desse estudo é investigar os efeitos da atorvastatina na infiltração de macrófagos do tecido adiposo e no processo inflamatório subclínico local e sistêmico de camundongos obesos.
METODOLOGIA:
Foram utilizados dois grupos de camundongos, um tratado com a droga e outro grupo controle que recebeu placebo e realizada eletroforese com tecidos provenientes do fígado, músculo gastrocnêmio e tecido adiposo testicular destes animais para identificar proteínas inflamatórias. O tecido adiposo foi enzimaticamente dispersado em estroma vascular e conjunto de adipócitos para diferenciar as citocinas inflamatórias provenientes de adipócitos e de macrófagos infiltrados no tecido adiposo. Foi feita a análise histológica do tecido adiposo para contagem de estruturas crown-like.
RESULTADOS:
Pode-se notar que os animais submetidos à dieta hiperlipídica apresentaram uma baixa velocidade de decaimento da glicose e, portanto, um maior grau de resistência à insulina. A análise de expressão de proteínas inflamatórias deixa claro que há um aumento significativo na inflamação nos tecidos de animais obesos, que receberam dieta hiperlipídica, em relação a seus controles, que receberam dieta padrão.
O estudo indicou uma menor expressão de proteínas inflamatórias no estroma vascular de animais que receberam dieta hiperlipídica e foram tratados com Atorvastatina em relação aos que receberam a mesma dieta e salina, mostrando uma menor produção de citocinas por parte dos macrófagos presentes no tecido adiposo do primeiro grupo.
Também foi possível notar uma menor expressão de proteínas inflamatórias no fígado e músculo dos animais tratados com Atorvastatina e menor concentração de estruturas crown-like, revelando que a Atorvastatina possui um efeito significativo na infiltração de macrófagos do tecido adiposo e no processo inflamatório subclínico nos tecidos de animais obesos, atenuando ambos os processos.
CONCLUSÃO:
Em conclusão, os resultados desse estudo demonstram que a administração de atorvastatina a camundongos obesos reduz a infiltração de macrófagos no tecido adiposo e o processo inflamatório subclínico nos tecidos desses animais.
Palavras-chave: Atorvastatina, Obesidade, Inflamação.