63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 10. Educação Rural |
ESCOLA RURAL: CONFLITOS E CONTRADIÇÕES EDUCACIONAIS EM MATO GROSSO (1920 - 1945) |
Marineide de Oliveira da Silva 1 Kelen Virginia Lisboa Rezende 1 Elizabeth Figueiredo de Sá 2 |
1. Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT 2. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Teoria e Fundamentos da Educação - IE/UFMT |
INTRODUÇÃO: |
Durante a República, a educação era considerada como uma ferramenta importante para alavancar o desenvolvimento do Brasil e tinha como objetivo principal, diminuir o analfabetismo e fornecer uma formação capaz de despertar o sentimento de nação no povo brasileiro. Esses objetivos deveriam estar presentes em todas as escolas do país, tanto nos currículos das escolas urbanas, quanto das escolas rurais. Não se levava em consideração a diversidade de contextos em que essas escolas se inseriam. Somente a partir de 1920, ganha força no Brasil, com os pioneiros do ruralismo pedagógico, a discussão sobre as especificidades da escola rural brasileira. Deste modo, pretende-se com esse trabalho, desenhar um quadro da realidade educacional das escolas rurais em Mato Grosso, identificando o posicionamento do poder público, dos meios de comunicações, da sociedade e dos docentes frente à realidade educacional das escolas rurais mato-grossenses, no período de 1920-1945. O recorte temporal foi escolhido por abranger um período de grandes transformações sociais e educacionais no Brasil, principalmente a partir de 1920, quando emergiram no país a luta por uma educação rural diferenciada e que pudesse proporcionar conhecimentos e habilidades, capazes de tornar o sujeito apto a trabalharem na terra e tirar dela sua subsistência. |
METODOLOGIA: |
Para a realização deste trabalho, utilizou-se pesquisa documental, em que se analisaram fontes documentais, disponíveis no Arquivo Público de Mato Grosso, tais como: Relatórios de Presidentes de Províncias, de Diretores e Inspetores da Instrução Pública, Mensagens, Legislações e Jornais à época e fontes bibliográficas que retratam o cenário educacional da época, compreendido no recorte temporal entre 1920 a 1945. |
RESULTADOS: |
Os dados mostram que as escolas rurais em Mato Grosso, possuíam a denominação, no período em estudo, de escolas isoladas. As escolas isoladas se localizavam a mais de 3 km das cidades e tinham o objetivo de ministrar a instrução primária para crianças de 07 a 12 anos de idade. A análise documental indicou que a realidade das escolas rurais mato-grossenses foi marcada por abandono, falta de alunos, descaso das autoridades locais, escassez de estabelecimento de ensino e de materiais pedagógicos. Percebe-se ainda que as dificuldades relacionadas à escassez de investimentos direcionados para a manutenção das escolas rurais aumentavam os problemas referentes aos professores e à sua falta de instrução, pois não havia profissionais habilitados que aceitassem trabalhar nas áreas rurais. |
CONCLUSÃO: |
Os dados indicam que a escola rural em Mato Grosso, se caracterizava como escola unidocente, em que um profissional da educação, em uma única sala, ministrava aulas simultaneamente para diversas séries, com condições extremamente precárias para desempenhar seu trabalho. Percebe-se, por meio de análise documental, que em Mato Grosso a preocupação dos governantes era em criar novas escolas, mesmo não tendo recursos para equipá-las minimamente e facilitar a execução das tarefas laborais do professorado. Os problemas enfrentados pelos os profissionais da educação que se aventuravam ou, em alguns casos, eram obrigados a lecionarem nas áreas rurais compreendiam desde baixos salários e alojamentos insalubres, até instabilidade no emprego. Acredita-se que o mapeamento documental sobre a realidade das escolas rural em Mato Grosso possa trazer elementos para se compreender a conjunturas sociais e as correntes de pensamento que permeavam a educação no período de 1920-1945. |
Palavras-chave: História da Educação, Escola rural, Instrução primária. |