63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 3. Tecnologia de Alimentos
PERFIL FITOQUÍMICO DA POLPA DE PITOMBA (Talisia esculenta)
Luana Fernanda Soares de Sousa 1
Poliana Brito de Sousa 1
Edilene Ferreira da Silva 1
Manoel de Jesus Marques da Silva 2
Paulo Ronaldo Sousa Texeira 3
1. Aluna de Gradução do Curso de Tecnologia em Alimentos - IFPI
2. Téc. de Laboratório de Alimentos - IFPI
3. Prof. Esp./ Orientador - IFPI
INTRODUÇÃO:
A Pitombeira (Talisia esculenta) é originária do Norte do Brasil. É uma árvore que pode ter de 4 m a 15 m de altura. Apresenta folhas compostas, e suas flores hermafroditas são pequenas, brancas, agrupadas em inflorescências terminais (FELIPPE,2004).
O fruto que é chamado de drupa, tem forma arredondada, com cerca de 3 cm de diâmetro, com casca sem pêlos, de cor amarelo-esverdeada. O caroço, muito adstringente, é usado contra diarréia crônica. Cotém uma ou duas sementes. As frutas crescem em cachos com 10 a 25 unidades, e uma árvore pode chegar a produzir cem cachos (FELIPPE,2004; GOMES, 2007).
A parte comestível é o arilo carnoso da semente, branco e de sabor doce, mas levemente ácido. A água é responsável pro 90% de massa do arilo, e cada 100g deste contêm 9g de carboidrato, 0,5 g de proteína e apenas 0,1g de lipídios. Em geral, a pitomba só é comida ao natural, não sendo muito utilizada para sucos, sorvetes ou geléias(FELIPPE,2004).
Os Fitoquímicos são substâncias biologicamente ativas, de ocorrência natural em vegetais, que atuam como sistemas de defesa natural em vegetais e mostram potencial de reduzir o risco de câncer e doença cardiovascular (MACHADO, 2009).
Diante do o presente trabalho teve como objetivo realizar testes fitoquímicos qualitativos na polpa de pitomba(Talisia esculenta) oriundos do cerrado piauiense, pesquisando a presença de metabólitos secundários, através de técnicas possíveis com diversos extratos deste fruto.
METODOLOGIA:
Frutos de Pitomba(Talisia esculenta) foram coletados no município de Beneditinos – PI, localizado a uma latitude 05º27'21" sul e a uma longitude 42º21'37" oeste, estando a uma altitude de 150 metros. Os frutos foram acondicionados em caixas térmicas e transportados para o Laboratório de Tecnologia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI). Onde os arilos dos mesmos foram retirados para a derteminação de fenóis, taninos, flavonóis, flavanonas, flavanonois, xantonas, antocianinas, antocianidinas, flavonóides, alcalóides, purinas e saponinas.Os testes foram realizados seguindo a metodologia preconizada por Barbosa et al. (2001) proposto no Manual para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais da Universidade Federal do Pará (UFPA).
RESULTADOS:
A análise fitoquimica possibilitou o reconhecimento dos metabólitos secundários presentes na polpa de pitomba (Talisia esculenta). Os resultados obtidos foram à presença de flavonas, flavanonois, xantonas, alcalóides e saponinas.
Segundo Hoffmann (1993), flavonas, flavanonois, xantonas possuem cor amarela, causam impacto suave e benéficios sobre vários órgãos e processos fisiológicos. Também potencializam a ação da vitamina C, bloqueando a oxidação. Algumas flavonas fortalecem o tecido conjuntivo através de um efeito inibidor sobre a hialuronidase, uma enzima que danifica o tecido conjuntivo.
Alcaloide é qualquer componente do grupo de compostos nitrogenados orgânicos derivados das plantas. Podem ser usados na fabricação de remédios, grande parte dos alcaloides é usada na medicina como analgésicos e anestésicos.
Saponina é muito utilizada como agente atinflamatório, em especial no tratamento da artrite reumatóide (ELDIN; DUNFORD, 2001).
No entanto, algumas substâncias como fenóis, taninos, antocianinas, antocianidinas, flavonóides, leucoantocianidinas, catequinas e purinas estiveram ausentes na polpa. Uma das causas da ausência desses metabólitos secundários na polpa pode ter sido pelo seu grau de maturação no momento da colheita, por diferenças genéticas entre os cultivares, condições de estocagem, tempo entre a colheita e o despolpamento e condições de armazenamento da polpa, dentre outros fatores (SCHIMIDT, 2009).
CONCLUSÃO:
De acordo com os resultados das análises da polpa de pitomba (Talisia esculenta), houve a presença de diversos metabólitos secundários como de flavonas, flavanonois, xantonas, alcalóides e saponinas. Mostrando sua capacidade antioxidante. Mas, é preciso mais pesquisas com a finalidade de quantificar esses elementos presentes, para que o mesmo possa ser utilizado na indústria de alimentos com o aproveitamento da polpa na preparação de produtos com alto valor nutricional.
Palavras-chave: fruto do cerrado, metabótilos secundários, fitoquímicos.