G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem |
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BULLYING NA ESCOLA: O QUE PODEMOS FAZER? |
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Dagmar Dnalva da Silva Bezerra 1
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1. Profa. Ms./ Colégio Estadual José Alves de Assis – Seduc/GO
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INTRODUÇÃO: |
Todos os dias, adolescentes do mundo todo sofrem agressão, por vezes mascarada de “brincadeira”, o bullying. Esse comportamento, que até pouco tempo era considerado inofensivo, acarreta sérias consequências ao desenvolvimento dos adolescentes, gerando desde queda na autoestima até, em casos mais extremos, o suicídio. Assim, justificou-se o desenvolvimento desse projeto promovendo a eliminação da prática do bullying em nossa escola. “O enfrentamento do bullying, além de ser uma medida disciplinar, também é um gesto cidadão tremendamente educativo, pois preparam os alunos para a aceitação, o respeito e a convivência com as diferenças” – Içami Tiba. A construção de uma sociedade justa e menos desigual só será possível se cada indivíduo possuir dentro de si, como valor maior, a busca incessante pela justiça e pelo respeito à dignidade humana. O combate a prática do bullying é uma importante colaboração na construção de uma sociedade diferente. Assim, estabelecemos como objetivos a promoção do debate sobre o bullying na escola para inibir sua prática; a compreensão do conceito de bullying; discussão sobre as situações de violência; elaboração de panfletos; grafitagem do muro; produção de textos; criação de um blog coletivo; e, dramatização de peça teatral. |
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METODOLOGIA: |
Iniciamos o projeto com minicursos. Então, foi proposta aos alunos uma pesquisa na escola para levantar dados de pessoas que se sentiam mal com algum apelido, brincadeira, insinuações, etc. Depois, procedeu-se a tabulação e análise dos dados, verificando se houve ou não a prática do bullying no ambiente escolar. No laboratório de informática, foi orientada a busca de informações conceituais sobre o tema via internet; os alunos buscaram dados sobre a prática de bullying no Brasil; fizeram o layout dos panfletos para campanha contra o bullying. Eles foram organizados para grafitarem a parte externa do muro da escola. Para sistematização, professora e alunos fizeram a triangulação dos dados colhidos para base da produção de texto argumentativo. Produziram uma carta, dirigida ao diretor da novela “Malhação”, provocando-o a tratar do tema “bullying” em uma de suas temporadas. Produzimos uma peça teatral, a partir dos depoimentos dos entrevistados, na perspectiva do “Teatro do Oprimido”, encenada na escola, buscando inserir a plateia na recondução da ação representada para chegarmos numa outra proposta de atitudes a quem pratica o bullying. As cartas e os comentários sobre a peça foram postados no blog criado pelos e para os alunos envolvidos no desenvolvimento desse projeto. |
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RESULTADOS: |
O desenvolvimento do projeto foi pertinente, pois o tema é atual e contribuiu para iniciarmos o debate em busca, se não da cultura da paz, ao menos da cultura do respeito pela diversidade que compõem nossa sociedade. Os alunos trabalharam com questões sobre o tema através de minicursos, pesquisas em livros, revista e sítios de busca na internet e das produções de textos. Foram mobilizados os conhecimentos sobre os temas geradores: desigualdades, exclusão social, minorias e violência, além dos conhecimentos de questões geográficas e sobre saúde como fatores de melhores condições de vida. Foi possível integrar esses conteúdos pela facilidade de se trabalhar as questões de diversidade no âmbito das regiões brasileiras, através dos diferentes gêneros textuais. Todas as etapas previstas no projeto foram realizadas. A ação que mais se destacou foi a criação do blog e as postagens dos participantes, bem como a encenação teatral. Os recursos previstos, para apoiar as ações do projeto, foram utilizados e o grupo gestor disponibilizou o que foi necessário. Em termos de materiais não foram muitos, a maior parte deles foi destinada à elaboração do mural e da peça. Foram vivenciados nas atividades valores como: respeito às diferenças e o conhecimento das diversidades cultural/étnica/sexual/religiosa dos brasileiros. |
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CONCLUSÃO: |
A adesão dos alunos, às atividades desenvolvidas, foi menor do que a esperada, porém a contribuição dos que participaram foi de qualidade. Percebeu-se um envolvimento expressivo dos alunos, mesmo havendo baixa interação no blog. Pelas produções de textos percebeu-se que houve aprendizagem. Tivemos como pontos positivos a percepção de como o Brasil está dividido em classes sociais; o reconhecimento de que o país é heterogêneo e comporta várias culturas e de que as desigualdades são provenientes da má distribuição de renda; o entendimento de que existem várias formas de violência: verbal, psicológica e as que ocorrem na família. Como pontos a trabalhar, percebemos que os alunos ainda carregam a ideia de culpa pelo próprio excluído; há um medo de se declarar integrante de uma minoria, ou seja, de ser diferente; muitos alunos não se incluem nas camadas pobres da população; e, muitos não discutem a própria violência, ou seja, violento é só o outro. Os objetivos foram alcançados, especialmente com os mais velhos. Mesmo tendo mais dificuldades, os alunos com mais experiência de vida contribuem melhor no trabalho em grupo, empenham-se mais para que o trabalho fique bom, têm mais responsabilidades com prazos e com a ação que devem realizar proporcionando, aos demais, aprendizagens significativas. |
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Palavras-chave: Bullying, Respeito às diferenças, Educação para a diversidade.. |