G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana |
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A espacialização e a territorialização
do povo Xakriabá no Norte de Minas Gerais: estudo sobre educação escolar indígena. |
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Heitor Antônio Paladim Júnior 1
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1. Doutor pelo Programa de Geografia Humana - Universidade de São Paulo
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INTRODUÇÃO: |
Este trabalho refere-se a pesquisa concluída de Doutorado em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo, realizada a partir do envolvimento com educação escolar do Povo Xakriabá no norte de Minas Gerais. Esse povo vive em duas Terras Indígenas localizadas entre os municípios de Itacarambi e São João das Missões. O tema pesquisado consistiu na importância da educação escolar indígena para manutenção, transformação e conquista do território. Os conceitos de Espacialização e Territorialização (FERNANDES, 1996), caros dentro da abordagem de Geografia que adotei, são requeridos para entender a importância da escola na vida da comunidade indígena. Estabeleu-se um diálogo, com as possibilidades e confrontos entre o fazer científicos e o saber popular que age localmente concatenado a um currículo em movimento, construído em vários anos de discussão pelos próprios Xakriabá. |
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METODOLOGIA: |
Buscou-se compreender as relações entre as unidades escolares e as transformações do território de convivência. Como a escolarização contribui na luta desse povo. Dessa maneira procurou-se entender as ações de espacialização e territorialização dessa etnia e a importância para a resistência perante a globalização a partir da "força do lugar" (Santos, Milton. 2008). Estudei através de observação participante, entrevistas e oficinas de audiovisuais e diálogos. Acionou-se assim a Dialogicidade entre pesquisa participante e pesquisa-ação. A dialogicidade também foi aplicada entre conceitos relacionados ao ensino de Geografia Agrária e controvérsias teóricas - metodológicas referentes ao tema. Realizou-se um panorama e os limites no entendimento das ações do movimento indígena, entendido enquanto movimento Socioterritorial. Desse modo, faz-se necessário sempre conferir as táticas e estratégias, assim como os limites e as possibilidades socioterritoriais do povo que colaborou nessa pesquisa, e também seus diálogos com as ações dos vários sujeitos socioterritoriais norte mineiros e de outras experiências que vivenciam no Brasil. |
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RESULTADOS: |
Os Xakriabá podem ser entendidos enquanto sujeitos socioterritoriais importantes na salvaguarda do Cerrado norte mineiro, no entanto sabe-se que será necessário estender uma rede de relações que estabeleça e fortaleça essa resistência contra o Agro e Hidronegócio por diversas ações e sujeitos. Os mais de 40 projetos que realizam nas duas Terras Indígenas necessitam de mais vínculos entre si e mais transparência nas escolas, precisam de fato disseminar no currículo escolar. |
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CONCLUSÃO: |
Os Conceitos e as categorias desenvolvidos nesta tese, quais sejam: dialogicidade, resistência socioterritorial, territorialização e espacialização, a Força do Lugar se uniram a preocupação de conviver com os Xakriabá, ser aceito por eles enquanto pesquisador. Vivenciar lugares e considerar temporalidades, desvendando o território, é também uma perspectiva científica para quem adota a mescla entre pesquisa participante e pesquisa ação. Vivenciar e considerar são duas ações interligadas que indicaram aspectos importantes do que foi realizado. Observar, entrevistar e participar promoveu a dialogicidade perante o aspecto metodológico e contribuiu no desvendamento do território, através da importância da Escolarização para os Xakriabá. |
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Palavras-chave: Territorialização e Espacialização, Educação Escolar Indígena, força do lugar. |