63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo
ALTERAÇÃO DA FONTE DE ÁGUA PARA CONSUMO DOMESTICO NA BACIA DO RIBEIRÃO DOS COCAIS
Antonio Rocha Vital 1
Máyra Cristina Valdoveu 2
1. Eng. Florestal M.Sc. EMPAER MT
2. Eng. Florestal EMPAER-MT
INTRODUÇÃO:
O Município de Nossa Senhora do Livramento, área de estudo, localiza-se na Mesorregião Centro-sul, , Estado de Mato Grosso, distante 42 Km de Cuiabá, capital do estado. A bacia do Ribeirão dos Cocais, com 4.733 ha, é parte da Bacia do Rio Cuiabá, importante fonte de água superficial dos dois maiores núcleos urbanos do estado, e encontra-se fortemente antropizada e com grande perda do potencial de seus corpos de água.
METODOLOGIA:
A constatação da mudança da fonte de água para as residências rurais foi detectada após reunião com produtores, e a ocupação humana foi estudada pela metodologia de aplicação e tabulação de questionários sócio econômico e ambiental que sinalizou toda a situação antrópica do interior da bacia e sua influencia no ambiente. Os questionários foram aplicados por técnicos da EMPAER-MT, tabulados através do programa Excel e depois analisado. As residências e açudes foram georeferenciados e lançados sobre a imagem do Google Earth.
RESULTADOS:
Todas as propriedades no interior da Bacia do Ribeirão dos Cocais possuem pelo menos um rio ou córrego. As sedes destas propriedades são em sua maioria de alvenaria (69%). Este Índice significativo, tendo em vistas que 21% não possuem sede por serem micro propriedade. Todas as residências foram construídas à margem de um corpo d’água, indicando ser esta a principal fonte de água para consumo domestico. 100% das residências estão dentro da área de preservação permanente (APP). Com a antropização desordenada da bacia as residências já não conseguem ser supridas pela água superficial e 58% das propriedade são abastecidas por poço tubular e somente 23% servem da água dos córregos. Os rios e córregos passaram a servir não mais como fonte de água e sim como esgoto, 13% da água servida é deixada a céu aberto e chega aos rios e córregos. Estes acidentes geográficos não recebem ainda diretamente o lixo, já que 94% informaram queimar os resíduos domésticos. Agravando a antropização detectou-se 14 açudes na parte noroeste da bacia, todos construídos sem nenhum critério técnico. A falta de cuidado na construção aliado as características da hidrologia da bacia com talvegue principal em desnível de 104m, comprimento axial de 13.173 m, provoca alta taxa de rompimento dos açudes.
CONCLUSÃO:
A Bacia do Ribeirão dos Cocais esta sujeita a picos de enchentes, com grande volume de água escorrendo pelo seu exutório durante o período de chuva. Seus afluentes se tornaram intermitência durante o período de seca e lençol freático estacada vez com maior déficit de alimentação. Entretanto, a localização das residências rurais, dentro das APP, dão uma clara indicação que no passado todos estes córregos conseguia sustentar a necessidade básica das famílias. A idade do chefe de família nos da uma indicação deste passado já que 59% dos produtores estão com idade entre 40 a 60 anos. A carência de água levou então o produtor, 58%, a utilizar posso tubular, semi-artesiano, passando então a usar a ultima fonte de água da propriedade, a subterrânea, sem tentar uma recuperação da bacia hidrográfica que continua a ser antropizada desordenadamente.
Palavras-chave: condições ambientais, bacia hidrográfica, Nossa Senhora do Livramento.