63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial |
JOGOS COOPERATIVOS INCLUSIVOS: EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL |
Adriane Giugni da Silva 1,2 Letícia Helena da Silva de Almeida 2 Suelen Tavares Godim de Assis 2 |
1. Profa. Dra./Líder/Coordenadora do Grupo de Pesquisas Políticas Públicas, Educação e Inclusão Social – GPPEIS/UEPA 2. Grupo de Pesquisa Políticas Públicas, Educação e Inclusão Social - GPPEIS/UEPA |
INTRODUÇÃO: |
O presente trabalho é resultado de pesquisa realizada, que teve como objetivo investigar a práxis pedagógica de educadores que utilizam o jogo como ferramenta do processo ensino-aprendizagem. Compreende-se que o jogo cooperativo se constitui como estratégia teórico-metodológica de inclusão, que viabiliza a responsabilidade social. Nessa perspectiva, nega-se o individualismo acadêmico-pedagógico capitalista, substituindo-o pelo trabalho cooperativo coletivo, considerando-o como fenômeno cultural revelador dos modos de sentir, pensar e agir no contexto sócio histórico. Assim, realizam-se oficinas mediante a aplicação de jogos cooperativos que visam orientar a práxis pedagógica dos educadores em benefício do coletivo social, a fim de desmistificar a prática capitalista e contribuir na formação inicial e continuada de sujeitos que possam atuar na perspectiva inclusiva e trabalhar com a responsabilidade social. Buscou-se disseminar práticas inclusivas cooperativas nesses educadores para que promovam a efetiva inclusão social. A práxis promovida se faz importante, pois a educação no contexto capitalista é excludente e seletiva, e dessa forma intenta-se subverter a ordem do sistema a fim de viabilizar práticas cooperativas inclusivas nos sujeitos envolvidos no processo. |
METODOLOGIA: |
Para proceder este estudo realizaram-se inicialmente pesquisas bibliográficas, a fim de conhecer e aprofundar as temáticas relacionadas: inclusão escolar e social, jogos cooperativos e políticas de responsabilidade social. Em seguida, no decorrer das atividades realizadas nas oficinas, procedeu-se a observação participante e ao final destas aplicaram-se questionários, procedimentos que permitiram analisar a práxis didático-pedagógica dos educadores partícipes. Foram aplicados inicialmente jogos cooperativos, selecionados da bibliografia consultada, e posteriormente foram utilizados jogos criados por estas pesquisadoras, que objetivaram examinar a práxis dos envolvidos. Esses procedimentos permitiram observar e analisar as práticas dos educadores em relação tanto às teorias que fundamentam essas práticas quanto ao envolvimento coletivo-cooperativo nas atividades. Além disso, mediante conversas individuais e no grupo e outros recursos lúdicos, tais como: músicas, desenhos, produção de painel integrado, danças, poesias, entre outros, pode-se associar às práticas o entendimento teórico norteador destas, assim como possibilitou relacioná-las ao tema da responsabilidade social dos educadores, mediado pelos debates e reflexões acerca dos temas discutidos. |
RESULTADOS: |
Os resultados alcançados com as oficinas corroboram com a ideia de que é possível incluir por meio da práxis educativa, mediada pelos jogos cooperativos inclusivos, uma vez que estes jogos contribuem para um melhor relacionamento entre alunos, professores e demais envolvidos, proporcionando satisfação, colaboração com a participação de todos e aprendizagem coletiva. Durante a realização das atividades, os professores, colocados no lugar dos alunos, foram submetidos a algumas dificuldades presentes no processo ensino-aprendizagem. Essa situação provocou nos educadores a necessidade de criar estratégias cooperativas para a superação dessas dificuldades e realização das tarefas. Disso resultou a compreensão de que a aprendizagem pode ser facilitada mediante o trabalho cooperativo, visto que individualmente os obstáculos são maiores. Detectou-se também que as atividades didático-pedagógicas realizadas por meio dos jogos cooperativos inclusivos possibilitaram nos partícipes a conscientização da necessidade de enriquecimento da sua práxis educativa. A realização das oficinas resultou em uma multiplicidade de experiências e possibilidades metodológicas de atuação, tanto no ambiente escolar quanto no coletivo social, considerando-se o respeito às diferenças de cada indivíduo. |
CONCLUSÃO: |
Conclui-se, portanto, que os jogos cooperativos inclusivos podem auxiliar os professores a transcenderem a mera função de transmitir conhecimento em busca de uma efetiva práxis pedagógica educativa. O trabalho docente, nesse contexto, é capaz de possibilitar a formação educacional de qualidade e ao mesmo tempo viabilizar o compromisso com o coletivo social, passando-se de um modelo educacional excludente e segregacionista para outro includente e coletivista. O fundamental é a participação de todos e seu desenvolvimento por meio do acesso ao conhecimento, de acordo com as habilidades e potenciais de cada um, o que implica em uma relação mais aberta entre escola e sociedade, pressupondo uma relação biunívoca e mutualmente enriquecedora entre professor e aluno, isto é, as relações evoluem da competição para a cooperação, envolvendo todos os partícipes sociais. A semelhança desta pesquisa espera-se que este estudo possa orientar outros profissionais da educação a promoverem à práxis educativa inclusiva, partindo da vontade de criar, recriar e transformar o conhecimento e assim acreditar que é possível promover a aprendizagem por meio de jogos cooperativos inclusivos, mediante um “jogar um com os outros, ao invés de um contra os outros”. |
Palavras-chave: Jogos Cooperativos Inclusivos, Educação, Responsabilidade Social. |