63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
TESTES DE GERMINAÇÃO E EMERGÊNCIA COM SEMENTES DE MANGABEIRA (Hancornia speciosa Gomes) PROVENIENTES DE DIFERENTES ACESSOS
Osvaldo Henrique Gunther Campos 1
Rodrigo Vanderley Mota 2
Cristina Filomena Justo 3
Glauco Vieira de Oliveira 4
1. Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT
2. Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT
3. Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade federal de Mato Grosso – UFMT
4. Prof. Dr./ Orientador, ICET, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT
INTRODUÇÃO:
Pertencente a família Apocynaceae, a Mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) é uma fruteira encontrada naturalmente no Brasil, cujas principais distribuições ocorrem nas regiões Centro-Oeste, Sudeste Norte e Nordeste (SOUZA et al., 2005). Sua vegetação é encontrada espontaneamente, desde tabuleiros costeiros e baixadas litorâneas do nordeste, onde é mais abundante, até as áreas sob cerrado da região norte e sudeste (VIEIRA NETO, 1994).
A germinação natural se dá após a queda do fruto ao solo, estando este protegido pela polpa, que serve como proteção a perda de água por meio das sementes. O teste de germinação é rotineiramente empregado, sendo utilizado para fornecer uma estimativa da qualidade fisiológica de sementes (SENRA et al., 2009). A avaliação da qualidade fisiológica da semente para fins de semeadura em campo e de comercialização de lotes é fundamentalmente baseada no teste de germinação, conduzido sob condições favoráveis de umidade, temperatura e substrato, o que permite expressar o potencial máximo de produção de plântulas normais (LARRÉ, et al., 2007). Diante do exposto, o trabalho tem como objetivo caracterizar a viabilidade fisiológica de sementes, provenientes de diferentes acessos.
METODOLOGIA:
Com o intuito de caracterizar a viabilidade fisiológica de sementes de mangabeira advindas de diferentes localidades, sendo estas os municípios de Hidrolândia, Faina, Palmeiras, Bom Jardim - GO e Barra do Garças – MT, procederam-se diversas atividades. Dentre essas, destaca-se a lavagem dos frutos, despolpamento e desinfecção de sementes de mangabeira, nas quais seguem a seguinte ordem: a) lavagem com solução detergente; b) enxágüe em água destilada para remoção do detergente; c) imersão em fungicida Cercobin® 5,0 g L-1 por 5 minutos; d) três lavagens com água destilada estéril; e) imersão em álcool etílico 70% por 10 segundos; f) imersão em solução de hipoclorito de sódio 2,5% por 10 minutos e g) três enxágües finais com água destilada estéril, proposta por (LEMOS, 2003).
Após o repouso por 24 h em temperatura ambiente, separaram-se 100 sementes de cada localidade dividindo-se essa quantidade em 4 repetições contendo 25 cada, para procederem os testes de germinação, emergência, inclusive calcular o IVG – Índice de Velocidade de Germinação e o IVE – Índice de Velocidade de Emergência. Nos testes de germinação e emergência foram feitas contagens diárias das sementes germinadas e emergidas, totalizando um período de 30 dias.
RESULTADOS:
A localidade Palmeiras, com 92 % de germinação, difere estatisticamente das demais, no entanto, Faina com 42% e Bom Jardim de Goiás com 48%, são eqüidistantes estatisticamente, sendo, somente, esta segunda indiferente à Hidrolândia com 63% e Barra do Garças com 62%. Segundo Hartmann et al., (2001), as sementes recalcitrantes, de modo geral, em nenhum momento do desenvolvimento se verifica tolerante à dessecação, motivo pelo qual há grande dificuldade em sua conservação e até mesmo na sua propagação.
A localidade Palmeiras com 4,43 de IVG, difere estatisticamente das demais, acompanhada por Barra do garças com 2,45. Já Bom Jardim de Goiás, Faina e Hidrolândia, com 1,51, 1,66, e 1,66 de IVG, respectivamente, não diferem estatisticamente entre si. Avaliando o IVE, a localidade Palmeiras com 1,38, superou a média alcançada por Santos et al. (2010), trabalhando com qualidade de sementes de mangabeira em função do tempo de secagem, onde obtiveram média de 0,62. Constatando-se que o teor de água das sementes influi, negativa ou positivamente, na velocidade de germinação de plântulas, Carvalho; Müller (1998), trabalhando com de Myrciaria dubia (H.B.K.), verificaram que houve redução do IVE de acordo com a diminuição do teor de água de 48,3 % para 33,9%.
CONCLUSÃO:
Dentre os acessos estudados, Palmeiras (A3) apresentou melhor viabilidade em todos os testes, sendo, portanto, este acesso indicado para qualquer tipo de pesquisa que envolva a seleção de indivíduos (plantas) e/ou sementes, para melhoramentos genéticos e refinamento de populações de mangabeira.
Palavras-chave: Localidades, Testes, Viabilidade.