63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 1. Climatologia
DINÂMICA DO CRESCIMENTO URBANO E PADRÕES DE OCUPAÇÃO DO SOLO NA FORMAÇÃO DE MICROCLIMAS URBANOS NA CIDADE DE ANÁPOLIS-GO
Alessandra Alves 1
André Luiz Matoso Amaral 1
Mateus Miranda Serra Alves 1
Roberto Prado de Morais 1
1. Centro Universitário de Anápolis - UniEvangelica
2. Centro Universitário de Anápolis - UniEvangelica
3. Centro Universitário de Anápolis - UniEvangelica
4. Prof. Dr./Orientador - Mestrado Multidisciplinar em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente - UniEvangélica
INTRODUÇÃO:
O processo desordenado da ocupação do solo, através da urbanização e o adensamento populacional, combinados à redução de espaços verdes intra-urbanos e à poluição atmosférica, têm ocasionado alterações no microclima das cidades. Para uma melhor compreensão do ambiente climático interno das cidades, é indispensável o entendimento das complexas relações existentes entre seu sítio urbano e as diversas funções desenvolvidas no espaço urbano (expressas através do uso e ocupação do solo urbano), na análise climática local e no planejamento urbano. Em áreas urbanizadas, foco deste trabalho, as dimensões horizontais (extensão), verticais e temporais das anomalias térmicas estão intimamente relacionadas com a quantidade de construções, com o uso do solo, a quantidade de áreas verdes, com o clima e suas condições meteorológicas regionais. O objetivo do trabalho é analisar o crescimento urbano e os padrões de ocupação do solo da cidade de Anápolis-Go e sua influência na caracterização de microclimas urbanos.
METODOLOGIA:
Realizou-se inicialmente o levantamento das principais referências bibliográficas. A análise do meio físico da área de estudo foi um dos encaminhamentos básicos à compreensão dos elementos que participam da constituição do espaço urbano. A análise das condições atmosféricas (tipos de tempo), como parte do estudo do campo térmico e da(s) ilha(s) de calor urbano, envolveu a busca do conhecimento da dinâmica atmosférica regional, com o objetivo de compreender as respostas locais urbanas (topo e mesoclima) frente aos tipos de tempo que habitualmente atuam na área de estudo. A partir do conhecimento da circulação atmosférica foi possível identificar os principais elementos climáticos que entram no campo térmico e formação de microclimas urbano de Anápolis. A classificação da cobertura do solo e delimitação dos limites de expansão e crescimento urbano de Anápolis foram feitas utilizando imagem do satélite Landsat 5 TM, órbita/ponto 222-071 (bandas 3, 4, 5) O aplicativo de geoprocessamento utilizado neste trabalho foi o Sistema de Processamento de Informações Georeferenciadas (SPRING), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
RESULTADOS:
Anápolis é hoje considerada pelo IBGE uma cidade média para os padrões brasileiros com cerca de 331.329 habitantes. A cidade cresceu de forma desordenada e não se preocupou em conservar áreas verdes. A vegetação urbana minimiza o efeito causado pela urbanização e proporciona melhor qualidade ambiental aos espaços urbanos. Medidas de temperaturas obtidas na Praça Bom Jesus no centro de Anápolis e no parque JK mostraram diferenças significativas na variação de temperatura ao longo do dia. As medidas de temperaturas foram feitas em diferentes horários (06h00, 14h00 e 21h00) tanto no período de verão quanto no inverno. Verificou-se no verão que ocorreram variações na temperatura ao longo do dia, contudo foram de menores amplitudes, já no período do inverno (julho de 2010) as temperaturas apresentaram amplitudes térmicas de até 10°C às 14h00, onde a temperatura registrada na Praça Bom Jesus no centro de Anápolis foi de 37,6° C e no interior do Parque JK de 27,2°C. Izard e Guyot (1983) afirmam a massa vegetal represente 30% da superfície urbanizada. Lopes et al. (2006) identificou em Anápolis apenas 2,6% da superfície coberta por vegetação. Conclui-se que para um maior conforto térmico a cobertura vegetal no meio urbano deve esta distribuída de forma homogênea.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que o desconforto térmico é mais perceptível na área central devido à alta densificação de área impermeabilizada e construída, além do fato de haver maior circulação de pessoas e veículos. Os resultados revelaram que em algumas áreas da cidade a variação de temperatura pode ser de até 10° C quando se compara o centro da cidade com algumas áreas verdes (parques urbanos). O desconforto provocado pelo aumento da temperatura pode vir a causar até mesmo problemas de saúde na população. A cidade de Anápolis está muito carente de áreas verdes, comprometendo a qualidade de vida da população. A vegetação remanescente na área urbana está hoje presente ao longo dos cursos de córregos e em um numero reduzido de parques urbanos. Cabe destacar que a existência de áreas verdes urbanas exerce uma função microclimática de atenuação da temperatura, aproximando as áreas urbanas das condições normais da natureza, proporcionando assim, um clima mais ameno diminuindo as variações térmicas provocadas pela ocupação desordenada do solo. Até o presente momento a pesquisa tem chegado a conclusões de que é importante conservar e criar espaços verdes no meio urbano, para minimizar o aumento das temperaturas locais.
Palavras-chave: Anápolis-GO, Crescimento urbano, Clima urbano.