63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 2. Manejo Florestal
Crescimento inicial de teca ( Tectona grandis L.f.) em Jataí-GO em função de adubação e espaçamento
Renan Augusto Miranda Matias 1
Francisco Costa Júnior 1
Wendy Carniello Ferreira 2
Helder Barbosa Paulino 2
Thelma Shirlen Soares 2
1. Acadêmico do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Goiás – Campus Jataí
2. Professor da Universidade Federal de Goiás – Campus Jataí
INTRODUÇÃO:
A teca ( Tectona grandis L. f.) é uma espécie arbórea cuja madeira é considerada de alta qualidade, sendo destaque no mercado mundial, principalmente por causa das propriedades físico-mecânicas e das inúmeras possibilidades de uso (RONDON NETO et al., 1999). Embora se apresente como uma espécie promissora, estudos que envolvam definições de melhores espaçamentos e níveis de fertilização para as condições brasileiras ainda são incipientes.
O espaçamento adotado no plantio é importante porque afeta a formação das florestas, seus tratos culturais, a qualidade da madeira, sua extração e, por consequência, os custos de produção (GARCIA, 2010). De acordo com Lima et al. (2009), o espaçamento ideal é uma das questões a serem consideradas nas pesquisas de manejo florestal de teca.
Por outro lado, a fertilização aumenta a produção e reduz a alocação de metabólitos para as raízes, proporcionando o crescimento de madeira (FISCHER e BINFLEY, 2000). O estudo do comportamento do espaçamento e da fertilização é de grande importância uma vez que possibilitando a melhor utilização de recursos como luz, água e nutrientes.
Esse estudo teve como objetivo avaliar o crescimento inicial de um povoamento de teca a partir da associação de diferentes espaçamentos e tipos de fertilização.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido na área experimental do Campus Jataí da Universidade Federal de Goiás, localizado a 17o53’ S e 51o43’ W e com 670 m de altitude. O clima da região, segundo a classificação de Köepen, é do tipo Cw, mesotérmico, com estação seca e chuvosa definidas. O solo da área do experimento é um Latossolo Vermelho-Escuro distroférrico (EMBRAPA, 1999).
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados em esquema fatorial 4 x 4, sendo avaliados quatro espaçamentos (3 x 2 m; 4 x 3 m; 3 x 3 m e 4 x 4 m) e quatro tipos de fertilização (ausência de fertilização, fertilização orgânica, química, química + orgânica), com quatro repetições e parcelas de 400 m2. A fertilização orgânica foi realizada empregando 3 kg/cova de esterco bovino e a adubação química com 300 g/cova de superfostato simples.
A avaliação foi realizada aos nove meses pós-plantio, sendo mensurado o diâmetro ao nível do solo (das) e a altura total das árvores da parcela.
Os dados obtidos para todas as variáveis avaliadas foram submetidos à análise de variância, aplicando-se às médias dos tratamentos o teste de Scott & Knott, a 5% de probabilidade para os efeitos significativos. Utilizou-se o programa estatístico de sistema de análise de variância (SISVAR) (FERREIRA, 2000).
RESULTADOS:
Não houve diferença estatística no crescimento inicial da teca em função dos tipos de fertilização utilizados, tanto para diâmetro quanto para altura. Este resultado difere de Pinto et al. (2001), que relatam que a adubação com 300 g/cova de superfosfato simples propiciou um crescimento superior em 12% em relação a outros tipos de fertilização para um povoamento de teca instalado em Carlópolis-PR.
Em relação ao espaçamento, não houve diferenças estatísticas para diâmetro. Para a característica altura, somente o espaçamento 4 x 3 m propiciou maior crescimento. Estevez et al. (2005), avaliando o estabelecimento da teca introduzida em área de cerrado sob diferentes espaçamentos, não detectaram diferenças estatísticas significativa para a maioria das variáveis analisadas que aos 6 e 12 meses pós-plantio.
Não houve interação significativa entre fertilização e espaçamento.
Como as mudas de teca foram transplantadas para o campo no período seco este fator pode ter influenciado o desenvolvimento das mesmas. Provavelmente os efeitos da adubação e do espaçamento se tornarão mais evidentes sobre a dinâmica de crescimento das árvores ocorrendo o pleno desenvolvimento do sistema radicular.
CONCLUSÃO:
Em relação ao crescimento inicial da teca, os diferentes tipos de adubação empregados não influenciaram até o momento o desenvolvimento em altura e diâmetro. Apenas o espaçamento 3 x 4 m propiciou maior crescimento em altura.
Palavras-chave: fertilização, densidade de plantio, Goiás.