G. Ciências Humanas - 5. História - 8. História Regional do Brasil |
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AS INTERDEPEDÊNCIAS SOCIAIS NA CÔLONIA MILITAR DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA DO GURUPI NO MARANHÃO OITOCENTISTA. |
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Rafael Ramos Campos 1, 2
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1. Mestrando em Ciencias Sociais - UFMA 2. Graduado em História - UFMA
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INTRODUÇÃO: |
A Colônia Militar São Pedro de Alcântara do Gurupi, fora um empreendimento burocrático/militar localizado em uma região de fronteira, entre as províncias do Maranhão e Pará, na segunda metade do séc. XIX. Sendo o principal objetivo deste trabalho é acentuar as interdependências sociais ali existentes, a partir da leitura da documentação produzida pelos diretores desta Colônia e demais autoridades existentes nas proximidades daquela região, no qual permitiu perceber as questões cotidianas imbricadas nas relações sociais, onde as complexidades sociais pertinentes as teias sociais formadas por sertanejos pobres, índios, quilombolas, regatões, fazendeiros e do próprio conjunto humano da burocracia ali implantada, articulavam-se neste âmbito espacial e temporal na região do Gurupi-Turiaçu |
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METODOLOGIA: |
A metodologia compreende a utilização da legislação que regulamentava as colônias militares e os relatórios dos diretores da Colônia Militar de São Pedro de Alcântara do Gurupi correspondente aos anos de 1854 a 1879 e de algumas outras autoridades provinciais correspondente a faixa temporal anterior, existente no Arquivo Público do Estado (APEM). O aporte teórico principal deste trabalho esta baseada nas construções conceituais de representação propostas por Roger Chartier e Pierre Bourdieu. Bem como, os estudos a respeito ao processo civilizador e interdependências sociais, a formação do Estado brasileiro e os jogos políticos no Brasil Império, através respectivamente do estudo dos autores como Norbert Elias, Fernando Uricoecha, Jose Murilo de Carvalho. E as questões sobre os aspectos institucionais e sociais relacionadas aos corpos militares no Brasil Imperial abordadas com Jonh Schulz, e também na obra “Nova história militar brasileira”. |
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RESULTADOS: |
O estudo sobre interdependências sociais nesta Colônia Militar, através das falas oficiais dos diretores desta Colônia Militar de algumas autoridades provinciais próxima daquela instituição, permitiram perceber os complexos elementos discursivos daqueles sobre os como índios, livres pobres e mocambeiros que foram estigmatizados por um conjunto de elementos conceituais próprios à época, ou seja, a partir de discursos acerca de um progresso e uma ordem perpetradas pelas instituições burocráticas provinciais, através de uma moralização e disciplina dos hábitos daqueles indivíduos. De modo que assim se pode traçar alguma discussão acerca de como a uma política (pelo menos em um plano institucional) direcionada a instituir os espaços de atuação e de avanço político de uniformização na teia social ali existente, estariam ligados diretamente a (re)produção das representações sociais constituídas e articuladas pelas instâncias burocráticas e agentes que as compunham, nos jogos e as tensões simbólicas existentes no próprio cotidiano naquela região. |
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CONCLUSÃO: |
As situações apontadas permitem afirma que houve na Colônia Militar do Gurupi uma complexa produção e reprodução das representações sociais nesta região que configuram as interdependências sociais existentes na região do Gurupi, no qual a ambivalência de inclusão/exclusão nas relações de poder estabelecidas com os grupos sociais daquela região e as autoridades deste empreendimento, foram marcantes durante todo período de existência deste aparato burocrático. As questões cotidianas e as experiências apresentadas pelos diretores desta Colônia apontam para uma incrível complexidade de tensões sociais e as interdependências dos agentes sociais situados na região onde a Colônia Militar foi instalada. |
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Palavras-chave: Gurupi, Colonização Militar, Interdependênciais sociais. |