G. Ciências Humanas - 5. História - 9. História Social |
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As provedoras “no ar” do mercado. |
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Iracilda Pimentel Carvalho 1
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1. Profa. Dra. - Faculdade de Educação - UNB
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INTRODUÇÃO: |
Na linguagem de hoje, a palavra provedor remete-nos principalmente, ou, de imediato, a um tipo de serviço do mundo virtual que nem sempre está no ar, o provedor hegemônico, senhor de todas as redes, esmaecendo os sentidos jurídico e civil da função de sustentar materialmente toda uma rede familiar. Hoje, graças aos movimentos feministas (nada virtuais), às transformações econômicas inscritas no processo de globalização, à reestruturação das empresas, à existência de formas outras de estrutura familiar onde a mãe é a chefe da família, a imagem do provedor único, masculino e forte vem sendo desconstruída, pois tal função perdeu a exclusividade de domínio masculino, nos âmbitos prático e formal/jurídico. |
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METODOLOGIA: |
Extrair as histórias das mulheres de dentro de sua comunidade e trazê-las para dentro da própria comunidade, de modo a melhor compreender os seus mundos, foi operação que se tornou possível graças, principalmente, ao uso da história oral e de histórias de vida. Trata-se de técnica que, em meu entendimento, melhor se adaptou a essa pesquisa mais qualitativa do que quantitativa, pois o meu propósito foi justamente o de proceder a uma leitura das experiências constitutivas das identidades dos sujeitos/atores entrevistados. |
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RESULTADOS: |
Tornar visível as mulheres trabalhadoras rurais, proprietárias de agroindústrias que, conforme pesquisa realizada, são percebidas atuando dentro do mercado, não mais como meras ajudantes e executoras de um trabalho gratuito, mas como responsáveis pela produção, transformação e comercialização dos produtos. |
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CONCLUSÃO: |
O esforço para construir um conhecimento histórico e conhecer os mundos das mulheres trabalhadoras rurais do Distrito Federal incluiu superar inúmeros desafios teóricos e metodológicos, entre eles o de buscar na abordagem interdisciplinar “categorias adequadas para conhecer os mundos femininos, para falar das práticas das mulheres”. Não obstante as inúmeras discussões e problematizações realizadas, trata-se de conhecimento relativo sobre os mundos dessas mulheres, com aspectos ignorados, dimensões inabordadas ou subsumidas, sentidos não captados. Ressalto que não tive a pretensão de construir “a história”, mas “histórias de”. Construir, enfim, uma narrativa dos mundos das proprietárias de agroindústrias a partir do empírico selecionado, dos recursos teórico-metodológicos escolhidos e de um olhar, entre vários outros possíveis, marcado pelo meu presente, pela minha inserção cultural e social, pela minha própria subjetividade. |
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Palavras-chave: Gênero, Trabalhadoras rurais, Agroindústrias. |