63ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Schinus terebinthifolius Raddi DE FRUTOS VERDES E VERMELHOS, COM DIFERENTES TEORES DE UMIDADE E SOB DIFERENTES TEMPERATURAS E LUMINOSIDADE

Luan Ramos da Silva 1 Maria do Carmo Vieira 2 Néstor Antonio Heredia Zárate 3 Jannaína Velasques da Costa Pinto 3

1. Faculdade de Engenharia - UFGD 2. Profa. Dra./Orientadora - Faculdade de Ciências Agrárias - UFGD 3. Faculdade de Ciências Agrárias – UFGD

INTRODUÇÃO:

A Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae) possui frutos com aparência de uma pimenta de coloração rosa-avermelhada e por isso é chamada de pimenta-rosa. A espécie é nativa do Brasil, Argentina e Paraguai e vegeta desde a Bahia até o Rio Grande do Sul. Os frutos são globulares, avermelhados, com cerca de 1,5 mm de diâmetro, com o pericarpo liso, brilhante e frágil. Vem se destacando cada vez mais pelo consumo de seus frutos, cuja demanda tem aumentado muito, tanto no mercado nacional como no internacional, que os utiliza como condimento alimentar. A espécie é um fitoterápico largamente empregado no Brasil e, por isso, diversas pesquisas vêm sendo realizadas para evidenciar suas propriedades. De comprovada ação adstringente, antidiarréica, anti-inflamatória, depurativa, diurética e febrífuga. As partes utilizadas como medicinais são casca, folhas e frutos; as folhas e as cascas são ricas em taninos, em flavonóides e em óleos essenciais. Devido à composição de seus óleos essenciais, é também usada no tratamento de distúrbios respiratórios. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da coloração do pericarpo dos frutos e teor de umidade das sementes e da temperatura/luminosidade na germinação e índice de velocidade de germinação das sementes da pimenta-rosa.

METODOLOGIA:

Foram colhidos frutos maduros da pimenta-rosa de plantas cultivadas no Horto de Plantas Medicinais, da Universidade Federal da Grande Dourados. Os tratamentos foram constituídos da cor do pericarpo dos frutos (vermelho e verde) e de cinco teores de umidade dos frutos, resultantes da secagem lenta, no delineamento inteiramente casualizado e avaliações da germinação aos 7, 14, 21 e 28 dias, como parcelas subdivididas no tempo. Os frutos foram colocados para germinar em caixas tipo gerbox em BOD com alternância luminosa (8h claro/16h escuro) e térmica (30°/20°C). Para avaliar o efeito da temperatura/luminosidade, os tratamentos foram constituídos pelas duas cores do pericarpo dos frutos e três temperaturas para germinação: 25°C sob luz constante, 25°C sob alternância de 12 h de claro e 12 h de escuro e alternância de 30°C sob 8 h de claro e 20°C sob 16 h de escuro. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições de 50 frutos, colocados em caixas tipo gerbox, em Câmara BOD. Foram contadas as plântulas normais e com protusão de raiz primária a cada dois dias, até 30 dias. Avaliou-se a percentagem de germinação e o índice de velocidade de germinação (IVG). Os dados foram submetidos à análise de variância e teste Scott-Knott a 1% de probabilidade.

RESULTADOS:

A umidade inicial das sementes provenientes de frutos de pericarpo vermelho foi de 60% e a final, após a secagem lenta, foi de 10%. A maior percentagem de germinação das sementes com pericarpo vermelho (89,75%) foi daquelas com 20% de umidade e a menor (38,96%) foi daquelas com 60% de umidade; portanto, as sementes da pimenta-rosa podem ser classificadas como ortodoxas. As sementes de frutos de pericarpo verde tinham 80% de umidade inicial, a qual estabilizou-se em 60%. A percentagem de germinação delas foi baixa, em média de 19,4%, independente do teor de umidade, provavelmente, porque não haviam atingido a maturação fisiológica e possuíam embrião imaturo. Houve interação significativa entre as temperaturas/luminosidades e as cores do pericarpo dos frutos, sendo que sementes de frutos de pericarpo vermelho tiveram a maior percentagem de plântulas normais (90%), independente das temperaturas/luminosidades. Por outro lado, sementes de frutos de pericarpo verde tiveram grande número de plântulas normais (90%) sob alternância de 30°C sob 8 h de claro e 20°C sob 16 h de escuro, comparado com 23% sob 25°C sob alternância de 12 h de claro e 12 h de escuro. Quanto ao IVG, foi maior a 25°C sob luz constante, sendo de 5,6 e 1,5 para sementes de pericarpo vermelho verde, respectivamente.

CONCLUSÃO:

Nas condições em que foi desenvolvido o trabalho, concluiu-se que para a propagação das sementes da pimenta-rosa devem ser utilizados frutos maduros, com pericarpo vermelho e umidade de 20%, sendo, portanto inviável utilizar frutos imaturos, com o pericarpo verde. A condição ideal para a germinação das sementes é a alternância de 30°C sob 8 h de claro e 20°C sob 16 h de escuro, pois resultou em maior número de plântulas normais.

Palavras-chave: Planta medicinal, Pimenta-rosa, Aroeirinha.