63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal |
CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Astyanax bifasciatus (PISCES, CHARACIDAE), ESPÉCIE ENDÊMICA DA BACIA DO IGUAÇU |
Paloma de Fátima Silva 1 Pierre Rafael Penteado 1 Karine Frehner Kavalco 1 Rubens Pazza 2 |
1. Inst. Ciências Biológicas e da Saúde, Univ. Federal de Viçosa – UFV-CRP 2. Prof. Dr./ Orientador - Inst. Ciências Biológicas e da Saúde, UFV-CRP |
INTRODUÇÃO: |
Characidae é certamente a família com maior diversidade cariotípica dentre todos os peixes. A grande heterogeneidade apresentada por ela sugere uma possível origem polifilética, ou seja, seu agrupamento não reflete a história natural do grupo. Esta família apresenta grande variabilidade quanto ao número e forma dos cromossomos. Entretanto, há uma característica citotaxonômica conservada entre suas espécies, que é a ocorrência do primeiro par de metacêntricos grandes. Nesta família destacamos o gênero Astyanax, que se encontra incertae sedis e é conhecido popularmente por lambaris ou piabas. Esse é o gênero mais explorado nos estudos genéticos e os números diplóides do grupo variam entre 2n=36 a 2n=50 cromossomos. Aspectos como a quantidade de heterocromatina constitutiva e distribuição de Ag-RONs são variáveis entre suas espécies. Astyanax bifasciatus é endêmica da bacia do rio Iguaçu, um importante sistema hidrográfico de ponto de vista ecológico, social e econômico. Embora seu número diplóide tenha sido caracterizado em outros estudos (2n=50), a localização de genes ribossômicos ainda não foi realizada no grupo. O presente trabalho apresenta dados de citogenética molecular de A. bifasciatus. |
METODOLOGIA: |
Foram coletados 24 indivíduos (17 fêmeas e 7 machos), sendo 20 do córrego Sangão e 4 do córrego do Oeste. Foram extraídos cromossomos mitóticos conforme Gold et al,1990. A coloração com cromomicina para a identificação de regiões G/C ricas do cromossomo foi realizada conforme Shmid, 1980. A heterocromatina constitutiva (banda C) foi detectada conforme Sumner, 1972. Ag-RONs de microondas - impregnação por nitrato de prata de regiões organizadoras de nucléolo - foi realizada conforme proposto no protocolo de Kavalco e Pazza, 2004. A Hibridação Fluorescente in Situ (FISH) foi feita conforme protocolo de Pinkel et al 1985, Hankalo & Elgin, 1991. |
RESULTADOS: |
O número diplóide encontrado foi de 50 cromossomos e a fórmula cariotípica de 6M+12SM+22ST+10A. A banda C evidenciou blocos fortes heterocromáticos na região terminal de dois pares de cromossomos submetacêntricos, além de pequenas marcações centroméricas normais. A Ag-RON necessita demais análises para confirmar a localização que em Astyanax é geralmente pequena. A cromomicina evidenciou regiões ricas em G/C nos braços curtos de um par de cromossomos submetacêntricos. A FISH detectou sequências de genes tanto 18s quanto 5s em vários cromossomos. O presente trabalho diverge do já publicado artigo de Fazolli (2003), onde a mesma encontrou cromossomos e microcromossomos B, além de que a Banda C evidenciou blocos de heterocromatina constitutiva em três pares de cromossomos acrocêntricos divergindo do nosso trabalho que evidenciou apenas dois pares com marcações bem atenuadas e em cromossomos submetacêntricos. No artigo em questão não houve a utilização de procedimentos como a cromomicina, Ag-RONs ou FISH para que obtivéssemos um quadro comparativo de maior abrangência. |
CONCLUSÃO: |
As duas populações não apresentaram variações entre si. O número diplóide mostra-se de acordo com as demais espécies endêmicas da bacia do rio Iguaçu. A variabilidade quanto a blocos heterocromáticos, confirma a grande variabilidade do grupo em estudo. |
Palavras-chave: Astyanax bifasciatus, bacia do Iguaçu, Characidae. |