G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua) |
|
A HERMENÊUTICA HABERMASIANA: ENTRE AUTORIDADE E CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO |
|
Abdael Gaspar de Sousa 1
|
|
1. Depto. de História/Bolsista CNPq - UnB
|
|
INTRODUÇÃO: |
O presente trabalho busca discutir a relação entre autoridade e o conhecimento com fundamento na hermenêutica habermasiana. Para tal perspectiva é possível repensar a formação dos indivíduos e organização do mundo pelo trato comunicativo. Nesta pesquisa é avaliado o papel dos educadores como responsáveis pela construção da realidade que queremos construir eliminando a autoridade impositiva. A proposta busca superar a dominação ideológica presente na linguagem e nos discurso fechados que ainda estão presente na educação. São abordados elementos da hermenêutica reconstrutiva de Habermas para repensarmos a formação e organização do mundo da vida através do diálogo racionalmente motivado. O discurso teórico envolve os fundamentos da hermenêutica filosófica de Gadamer através da reabilitação do conceito de preconceitos e da autoridade da tradição. É analisado o sentido da autoridade em Hannah Arendt e o intuito de Habermas de restabelecer as bases da racionalidade comunicativa para a continuidade do projeto de emancipação da sociedade. |
|
METODOLOGIA: |
O trabalho se fundamenta na própria perspectiva hermenêutica habermasiana que torna possível o diálogo entre os diversos paradigmas teórico-interpretativos da realidade e considera o mundo um lugar de linguagem corrente e dominação. Ela é capaz de produzir o consenso por meio do diálogo livre e superar os problemas da educação pelo trato comunicativo. A investigação é de cunho teórico e busca interpretar as fontes e textos que discutem sobre o assunto. É proposto compreender, avaliar e discutir em que sentido os propósitos da hermenêutica de Habermas, que supera o conservadorismo gadameriana de convergência entre autoridade e conhecimento, são capazes de servir a uma formação de indivíduos que valoriza o conhecimento construído em um diálogo aberto à argumentação. Em uma abordagem hermenêutica esse conhecimento acordado é sempre susceptível de reconstrução e crítica. |
|
RESULTADOS: |
A hermenêutica habermasiana oferece à educação a possibilidade de repensar a formação dos indivíduos nos espaços educacionais, onde ainda predominam os discursos fechados ao diálogo, através da ação comunicativa. E, assim, desenvolvermos uma formação dialogada horizontalmente. Nesta perspectiva, os educadores se veem diante do risco de um conhecimento aberto ao questionamento e à crítica. Trata-se de uma proposta em que a educação é pensada sem imposições e respeitando a capacidade reflexiva do educando. Para o mundo que pensamos, é necessário que desde o seu desenvolvimento os indivíduos sejam instruído para uma comunicação livres e capazes de exporem as suas interpretações da realidade. A hermenêutica contribui, assim, na formação dos indivíduos por meio da possibilidade do diálogo aberto que preserva a responsabilidade que o adulto tem com mundo. Nesta perspectiva, torna-se função dos educadores instruírem os que entraram no mundo para a realidade que nós desejamos, onde ela seja manifestação de uma sociedade capaz de superar os seus problemas por meio da comunicação livre. |
|
CONCLUSÃO: |
A hermenêutica habermasiana aponta para a formação e construção do mundo da vida por meio do trato comunicativo e valoriza o diálogo aberto entre os participantes. Ela busca superar a relação entre autoridade e conhecimento quando afirma a possibilidade de lidarmos com os problemas do mundo através da comunicação racionalmente motivada, entre indivíduos que querem se entender sobre algo. É nesse intuito que ambos partilham de suas experiências e compreensões da realidade, onde o educador é responsável em produzir argumentos sólidos que motivam o consenso mútuo. Nesse processo, compreende-se que os indivíduos não nascem pré-dispostos à argumentação ou crítica e que podem desenvolver essa capacidade quando entregues ao diálogo aberto e motivador. É possível, assim, rompermos com o paradigma da autoridade educacional e pensarmos a formação dos indivíduos sociais como responsabilidade e vontade de uma sociedade mais justa, capaz de superar a dominação sistêmica e ideológica. |
|
|
Palavras-chave: Hermenêutica, Formação, Autoridade. |