63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 5. História - 9. História Social |
O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DE NOVA LONDRINA, EM JI-PARANÁ/RO |
Felipe Rocha de Carvalho 1 Jackson da Silva Delabella 2 Lediane Fani Felzke 3 |
1. Curso Técnico em Informática, Instituto Federal de Rondônia – IFRO, Ji-Paraná/RO 2. Curso Técnico em Florestas, Instituto Federal de Rondônia – IFRO, Ji-Paraná/RO 3. Profa. Ms./Orientadora, Instituto Federal de Rondônia – IFRO, Ji-Paraná/RO |
INTRODUÇÃO: |
O estado de Rondônia foi formado essencialmente por migrantes oriundos de diversas regiões do país, em especial do Sul e Sudeste. A partir dos anos 70, os colonos expulsos do campo pela concentração fundiária e pela mecanização das lavouras viram no então Território de Rondônia a oportunidade de encontrar o “Novo Eldorado”, conforme dizia a publicidade do governo federal. A chegada de migrantes na Gleba G, atual distrito de Nova Londrina, no município de Ji-Paraná, na década de 80, foi marcada por conflitos entre colonos e a empresa colonizadora. Esta situação foi amenizada por um programa de regularização fundiária implantado pelo INCRA. Neste contexto, o Estado criou o Núcleo Urbano de Apoio Rural (NUAR) Nova Londrina. O objetivo desta pesquisa é analisar historicamente as condições sob as quais o distrito de Nova Londrina foi colonizado, enfocando os conflitos entre a empresa colonizadora privada e os agricultores durante o processo de ocupação das terras da Gleba G. |
METODOLOGIA: |
Para a execução deste projeto, mais de uma metodologia foi utilizada. Na fase inicial da pesquisa, foi feito um levantamento bibliográfico sobre o processo colonizatório na Amazônia, especialmente no estado de Rondônia. A revisão bibliográfica foi acompanhada de fichamento dos pontos centrais da pesquisa. Em seguida, foi realizada uma pesquisa documental, por meio de visitas à Pastoral do Migrante e também ao INCRA, ambas as instituições localizadas no município de Ji-Paraná. Outro método utilizado foi a entrevista não-estruturada, realizada junto aos coordenadores das instituições acima citadas (Pastoral do Migrante e INCRA). Esta diversidade de métodos foi necessária para articular os dados bibliográficos aos documentos pesquisados e assim trazer novas perspectivas sobre o tema. |
RESULTADOS: |
Ao longo do desenvolvimento da pesquisa se pôde perceber que o motivo da migração de milhares de pessoas para o estado de Rondônia foi a atração por meio das propagandas governamentais e também a esperança de uma vida melhor do que em seu local de origem. Em Ji-Paraná, a colonização foi dirigida pela empresa Calama S/A, sediada em Londrina, Paraná. Esta empresa recebeu estas terras do Governo Federal através de uma certidão de posse do ano de 1916, para proceder a colonização da região. No entanto, as atividades colonizadoras na Gleba G de Ji-Paraná foram iniciadas a partir de 1964. Tal processo gerou diversos conflitos, pois as áreas comercializadas pela empresa para os migrantes, algumas vezes já estavam ocupadas. Sendo assim, os colonos e posseiros, que já estavam há algum tempo na terra, eram ameaçados de expulsão através de métodos violentos, ocasionando até mesmo assassinatos de sindicalistas, agentes pastorais e de moradores da região. Devido a estes inúmeros conflitos, se tornou necessária a intervenção do INCRA, por meio de um programa de regularização fundiária, o qual demarcou as terras e amenizou os problemas dos migrantes. Neste contexto foi implantado, em 1982, o Núcleo Urbano de Apoio Rural (NUAR), que tinha por objetivo proporcionar assistência aos colonos. |
CONCLUSÃO: |
Com base nos resultados obtidos, se pode dizer que a migração para o estado de Rondônia se caracterizou por criar expectativas no sentido de obtenção de terras e de emprego. Estas expectativas foram frustradas no momento em que as famílias se defrontam com a realidade rondoniense. Neste aspecto, a maioria não alcançou seu objetivo, chegando até a envolver-se em conflitos, como foi o caso da colonização de Nova Londrina. Este distrito, anteriormente chamado de Gleba G, foi colonizado inicialmente pela empresa Calama S/A, mas em função dos problemas entre a colonizadora e os migrantes foi necessária a intervenção do INCRA para proceder um projeto de regularização fundiária e assim, resolver os conflitos na região. Paralelo a isso foi implantado, pelo Governo do Estado, o NUAR Nova Londrina que se constitui em um núcleo urbano em que se concentram os serviços básicos (Correios, Emater, Cartório, Detran, entre outros) de assistência aos agricultores do distrito. A despeito destes projetos, nem todas as famílias puderam ser assentadas até o fim do processo. |
Palavras-chave: Distrito de Nova Londrina, Colonização, Migração. |